Quarta-feira, 28 de Maio de 2008

Diversidade na Igreja

 

     Quem procura sempre encontra. É assim na vida inclusive na net.

     Há quem se preocupe com o trabalho, com o comer, com os filhos, com a saúde, com o seu próprio bem-estar. Enfim, com tudo o que o rodeia de imediato mas nunca com o estado da humanidade no seu todo.

     Tudo isto vem a propósito de reconhecer que o trato entre os homens já não é o que era e essa história de o “homem foi feito para a mulher para se procriarem” também já não é o que era.

     Não sou um grande estudioso sobre as uniões ou casamentos entre pessoas do mesmo sexo, no entanto procuro estar o mais bem informado possível e como é lógico tenho a minha própria opinião e essa já a tenho divulgado entre amigos e escrito sobre o assunto:

     - Sou religioso porque foi nesse ambiente que fui criado, assim como outras coisas porque Deus (se existe) assim o quis. (vou mais pela génese com que cada um nasce).

     - Voltando ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Acho que só se compreende o casamento, entre pessoas de sexo diferente (heterossexuais), pois a ideia primária é procriarem. Quanto a pessoas do mesmo sexo, deverá arranjar-se termos diferentes, tais como “união de facto” devidamente registado nas conservatórias do registo civil como um contrato fosse, aliás, nos casamentos hetro, também são feitos contratos no civil e com determinadas clausulas. A ida à Igreja nada mais é que a aprovação dessa união pelos católicos. O padre não casa seja quem for, a sua presença é única e simplesmente para testemunhar que aquela união é abençoada por Deus. (já fui casado e sei como é).

     Quanto a mim, há uma profunda confusão nas cabeças pensantes dos políticos, católicos, homofóbicos, Papas e padres. O que os homossexuais queres é serem felizes quando encontram parceiros para (julgam) toda a vida e fazerem um contrato de coabitação que lhes dê estabilidade económica. Chamem-lhe casamento, matrimónio ou união de facto.

     O mundo está em permanente mudança, o que era ontem, já não é hoje e não será amanhã. A humanidade não é nem nunca foi totalmente heterossexual e a tendência é a divisão ser cada vez maior.

     Foi nesta procura das coisas que encontrei na net (como não podia deixar de ser) um texto com o titulo “ Há diversidade na Igreja sobre casamento gay e relações homoeróticas”, achei interessante e porque você que normalmente me lê não chegou a ele, aqui transcrevo a sua totalidade com o devido respeito e devidas anotações de origem (só fiz determinadas alterações na linguística do brasileiro para português). Um abraço a todos, sejam felizes, e não sejam chatos e aqui vai.

     Nelson Camacho D’Magoito.

 

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“13 Março 2008

Há diversidade na Igreja sobre casamento gay e relações homoeróticas

O Globo, 10/3/2008



Novos ventos estão soprando na Igreja Católica. É bastante conhecida a tradicional oposição da hierarquia eclesiástica ao casamento gay, bem como às relações homo eróticas. No entanto, aconteceu um fato surpreendente: o novo presidente da Conferência dos Bispos da Alemanha, Robert Zollitsch, declarou-se a favor da união civil dos homossexuais. Para ele, trata-se de uma questão da própria realidade social: se há pessoas com esta orientação, o Estado deve adotar uma legislação correspondente. Todavia, Zollitsch considera um erro a idéia de ‘matrimónio homossexual’, devido à sua própria concepção matrimónio, essencialmente hétero.


À primeira vista, esta aprovação da união civil soa como uma divergência radical em relação ao papa. Afinal, a imagem de Bento 16 frequentemente é associada a conservadorismo ou intransigência. Mas as coisas não são bem assim. De fato, o papa defende com veemência o termo ‘matrimónio’ reservado à união entre homem e mulher. Quanto à união civil homoafetiva, o papa disse que o seu reconhecimento enfraquece e desestabiliza a família fundada no matrimónio. Por isso, reconhecê-las ‘parece perigoso e contraproducente’.


Convém analisar os termos usados: ‘parece não quer dizer necessariamente que seja; ‘perigoso não significa abominável nem inadmissível. O fogo é perigoso. Pode produzir incêndio e morte. Mas com o devido cuidado, pode ser usado na cozinha de uma residência. Portanto, os termos do papa não são taxativos e nem encerram o debate.


Bem diferente foi o pronunciamento da Congregação para a Doutrina da Fé em 2003, assinado pelo então cardeal Ratzinger. A linguagem é bem dura: as uniões homossexuais são ‘nocivas à sociedade, e deve haver oposição clara e incisiva ao seu reconhecimento legal, sobretudo dos políticos católicos. Isto era bem de acordo com o pensamento de João Paulo 2º, a quem a Congregação obedecia. Wojtyla considerava aquelas uniões, uma grave de violação da lei de Deus e uma manifestação da astuciosa ‘ideologia do mal’.


Com isto se vê que há na Igreja uma diversidade de posições sobre o tema. E isto é compreensível. Afinal, a Igreja está alicerçada na milenar tradição judaico-cristã e, ao mesmo tempo, espalhada pelo mundo e vivendo na cultura moderna. No judaísmo antigo, acreditava-se que o homem e a mulher foram criados um para o outro, para se unirem e procriarem. O homo erotismo era considerado uma abominação. Israel deveria se distinguir das outras nações de várias maneiras, inclusive pela proibição do homo erotismo. A Igreja herdou esta visão antropológica com sua interdição. No século 19, porém, surgiu o conceito de ‘homossexualidade’, que permite pensar esta realidade de outra maneira. A atracão pelo mesmo sexo pode ser entendida como um dado da natureza. No entanto, até o final do século 20 a homossexualidade era considerada pela medicina uma doença, que muitos acreditavam ter cura.

Hoje há uma nova compreensão das coisas: a humanidade não é totalmente heterossexual, e a sociedade deve aprender a conviver e a lidar com as diferenças. A Igreja de certo modo acompanha a sociedade. João Paulo 2º tinha uma posição tradicional de rejeição. Bento 16, não mais sob as ordens de seu antecessor, adota uma oposição moderada. Até porque o discurso papal tem uma repercussão mundial, em lugares e contextos muito diferentes. Por isso, ele tende a ser cauteloso na mudança. Já o bispo alemão Zollitsch, diante da realidade seu país, não vê as uniões homoafetivas como uma ameaça à família e aprova o seu reconhecimento civil. Assim se dão as mudanças na Igreja.


No Brasil, desde 1995 há um projecto de lei de união civil, da então deputada Marta Suplicy. Ele prevê que os termos ‘matrimónios e ‘casamentos’ fiquem reservados às uniões hétero, em razão de suas implicações ideológicas e religiosas. Para uniões gays, usa-se ‘parceria' e ‘união civil. São propostas bastante de acordo com o bispo do país do papa.

 
Luís Corrêa Lima é padre jesuíta e historiador.

Publicada por PJF “

 

In:

http://noticias-nsi.blogspot.com/2008/03/h-diversidade-na-igreja-sobre-casamento.html

 

     Nelson Camacho D’Magoito

 

música que estou a ouvir: Só nós dois é que sabemos
Estou com uma pica dos diabos: Feliz mais uma vez
publicado por nelson camacho às 18:14
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De Mar e sol a 2 de Junho de 2008 às 12:49
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