Quarta-feira, 25 de Setembro de 2013

Coisas que a vida ensina depois dos 40

 

o Homem e o cão

 Ter um cão que nada pede em troca quando brinca connosco e nos lambuza as faces em forma de beijos é uma dádiva de Deus.

 

Os “animais são anjos disfarçados, mandados à terra por Deus para mostrar ao homem o que é fidelidade”.

 

Nas minhas buscar na internet encontrei este parágrafo fazendo parte de um texto tão saboroso literariamente que quero partilhar convosco fazendo um interregno às minhas histórias. 

 

    

Todos diferentes e todos iguais - Nelson camacho d'magoito
 


Coisas que a vida nos ensina depois dos 40

 

Amor não se implora, não se pede, não se espera…

Amor se vive ou não.

Ciúme é um sentimento inútil, Não torna ninguém fiel a você.

Animais são anjos disfarçados, mandados à terra por Deus para mostrar ao homem o que é fidelidade.

Crianças aprendem com aquilo que você faz, não como você diz.

As pessoas que falam dos outros para você, vão falar de você para os outros.

Perdoar e esquecer nos torna mais jovens.

Água é um santo remédio.

Deus inventou o choro para o homem não explodir.

Ausência de regras é uma regra que depende do bom senso.

Não existe comida ruim, existe comida mal temperada.

A criatividade caminha junto com a falta de grana.

Ser autêntico é a melhor e única forma de agradar.

Amigos de verdade nunca te abandonam.

O carinho é a melhor arma contra o ódio.

As diferenças tornam a vida mais bonita e colorida.

Há poesia em toda a criação divina.

Deus é o maior poeta de todos os tempos.

A música é a sobremesa da vida.

Acreditar não faz de ninguém um tolo. Tolo é quem mente.

Filhos são presentes raros.

De tudo, o que fica é o seu nome e as lembranças acerca das suas acções.

Obrigado, desculpa, por favor são palavras mágicas, chaves que abrem portas para uma vida melhor.

O amor… Ah, o amor…

O amor quebra barreiras, une facções, destrói preconceitos, cura doenças…

Não há vida decente sem amor!

E é certo, quem ama, é muito amado.

E vive a vida mais alegremente.

 

De:  Artur da Távula. Advogado, jornalista, professor escritor, politico (1936-2008)

 

Tony de Matos – O último Romântico

 

As fotos aqui apresentadas são livres de copyright e retiradas da Net.

 

          Nelson Camacho D’Magoito

                “De outros autores”

                © Nelson Camacho
   2013 (ao abrigo do código do direito de autor)

música que estou a ouvir: Romântico de Tony de Matos
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Sábado, 21 de Setembro de 2013

Flashes de uma vida – II Parte – sexta-feira 13

 

sexta-feira 13 nelson camacgo d'magoito

Sexta-feira 13

(ver I Parte)

 

     Era habito o padre duas vezes por ano fazer determinados eventos onde constavam excursões a determinados locais mais recônditos ou de cariz turístico e religioso de Portugal e naquele ano depois de uma conferência na sacristia entre os mais beatos e o pessoal do coro falou-se que se aproximava uma sexta-feira treze

     Aproveitando esta temática o padre deu uma aula sobre a Sexta-feira 13 um dia considerado popularmente de azar e a conhecer mais um pouco deste mundo místico que nos envolve assustando uns a e fascinando outros e então explicou:

     Na numerologia o número 12 é considerado de algo completo, como por exemplo: 12 meses no ano, 12 tribos de Israel, 12 apóstolos de Jesus ou 12 constelações do Zodíaco. Já o 13 é considerado um número irregular, sinal de infortúnio. A sexta-feira foi o dia em que Jesus foi crucificado e também é considerado um dia de azar. Somando o dia da semana de azar (sexta) com o número de azar (13) tem-se o mais azarado dos dias.

     A superstição foi relatada em diversas culturas remontadas muito antes de Cristo.

     Existem histórias remontadas também pela mitologia nórdica. Na primeira delas, conta-se que houve um banquete e 12 deuses foram convidados. Lorki (espírito do mal e da discórdia) apareceu sem ser chamado e armou uma briga que terminou com a morte de Balder (o favorito dos deuses).

     Segundo outra versão, a deusa do amor e da beleza era Friga (que deu origem a frigadag, sexta-feira). Quando as tribos nórdicas e alemãs se converteram ao cristianismo, Friga foi transformada em bruxa. Como vingança, ela passou a se reunir todas as sextas com outras 11 bruxas e o demónio, os 13 ficavam rogando pragas aos humanos. Da Escandinava a superstição espalhou-se pela Europa.

     No cristianismo é relatado um evento de má sorte em 13 de Outubro de 1307,sexta-feira, quando a Ordem dos Templários foi declarada ilegal pelo Rei Filipe IV de França. Os seus membros foram presos simultaneamente em todo o país e alguns torturados e, mais tarde executados por heresia.

     Outra possibilidade para esta crença está no fato de que Jesus Cristo provavelmente foi morto numa sexta-feira 13, uma vez que a Páscoa judaica é celebrada no dia 14 do mês de Nissan, no (calendário hebraico).

     O padre na sua lição acrescentou ainda que na Santa Ceia sentaram-se à mesa treze pessoas, sendo que duas delas, Jesus e Judas Iscariotes, morreram em seguida, por mortes trágicas, Jesus por crucificação e Judas provavelmente por suicídio,

     Ainda fez algumas menções sobre acidentes ocorridos nessas datas e para que nesta data não acontecesse qualquer mal iriam passar o dia a Fátima. Iriam na Quinta-feira ficando lá para sábado. Ficariam em instalações do patriarcado e na sexta iriam fazer uma missa cantada na Catedral.

 

     Todos concordaram até porque iria ser tudo à conta da igreja.

Na quinta-feira 12 depois das horas de trabalho lá se juntaram todos à porta de Igreja para apanharem a camioneta e se dirigiram a Fátima.

Procissão das velas no Santoario de fatima

     Chegaram todos a Fátima já era noite. Tinham tido um problema com o auto-carro e ainda estavam a 12 quinta-feira. As cerimónias já estavam na Procissão das velas. Cansados e com fome dirigiram-se logo ao refeitório da congregação onde comeram e lhes foi apresentado o responsável das camaratas onde deveriam ficar.

     Mulheres para um lado e homens casados para outro e solteiros para outro.

     Ao Jorge e ao Mário calharam um quarto individual assim como ao padre que em princípio ficaria ao fundo de uma caserna com o sacristão para tomarem conta do pessoal.

     Quem não ficou muito satisfeito com a distribuição foi o Jorge e desculpando-se que ainda tinha de discutir um problema com o Mário pois este seria a primeira figura no canto a realizar na missa da manha seguinte, acabou por ficar com o Mário o e Eduardo com o padre.

 

São Sebastião-patrono dos gays

     Antes de se deitarem o padre retirou do seu quarto uma imagem de São Sebastião colocando-a numa mesinha no quarto do sacristão dizendo ali ficaria melhor. Pois ele já estava abençoado.

 

     Na manhã seguinte todos se levantaram cedo. D, Alzira sempre atenta aos cuidados da paróquia foi bater à porta do padre que já estava de saída enquanto o Eduardo ainda dormia. Juntaram-se os dois e foram acordar o Mário e o Jorge que ainda dormiam na paz do Senhor pois tinham tido “uma noite bastante agitada”. Felizmente estavam tapados pois D. Alzira entrou porta dentro sem bater. Reparou naquela imagem do São Sebastião e perguntou ao padre:

        - Sr. prior! Nunca tinha visto este Santo.

         - É um Santo que sempre me acompanha nas minhas viagens e esta noite pulo aqui para guardar estes dois.

         - E o Sr padre não precisou de ser guardado esta noite?

         - Eu pedi nas minhas orações que tudo corresse bem.

 

     Ouvindo a conversa pois já tinha acordado o Jorge perguntou.

 

        - E correu tudo bem?

        - Sim o Eduardo fez-me uma boa companhia.

 

(Estava visto que o Eduardo tinha-se entendido com o padre que por sua vez já se tinha entendido com o sacristão)

 

     D. Alzira é que não entendeu nada da conversa e mais tarde contou à filha o que tinha observado que não ficou nada satisfeita pois logo viu que o padre tomava bem conta do seu rebanho, inclusive do namorado e então explicou à mãe que o SÃO SEBASTIÃO, era o patrono dos gays.

        - Mas como assim? – Perguntou D Alzira

 

        - “Sabes mãe! São Sebastião é o protector dos militares e patrono dos gays.Nnasceu em França, 256 d.C . e foi morto em 286 d.C. Originário de Narbonne e cidadão de Milão, foi um mártir e santo cristão, morto durante a perseguição levada a cabo pelo Imperador romano Diocleciano. O seu nome deriva do grego sebastós, que significa divino, venerável (que seguia a beatitude da cidade suprema e da glória altíssima).

     Sebastião era um soldado que teria se alistado no exército romano por volta de 283 d.C. com a única intenção de afirmar o coração dos cristãos, enfraquecido diante das torturas. Era querido dos imperadores Diocleciano e Maximiano, que o queriam sempre próximo em amizades plenas, ignorando tratar-se de um cristão e, por isso, o designaram capitão da sua guarda pessoal, a Guarda Pretoriana, ou seja, ele era o Capitão da Primeira Guarda do Imperador

     Ele é o padroeiro de muitas cidades pelo mundo, inclusive do Rio de Janeiro que, antigamente, se chamava “São Sebastião do Rio de Janeiro” em homenagem ao santo, por ter sido fundada no dia da sua festa. Também em Portugal existem várias localidades que organizam todos os anos festas, romarias e procissões em homenagem a São Sebastião. Existem capelas que lhe são dedicadas assim como é padroeiro de várias localidades.

     É ainda Padroeiro da Aldeia do Peral, de onde o nosso padre é oriundo onde existe uma Igreja que lhe é dedicada e a festa em sua honra realiza-se no dia 20 de Janeiro de cada Ano.

     Por volta de 286, a sua conduta branda para com os prisioneiros cristãos e por ciúmes levou o imperador a julgá-lo sumariamente como traidor, tendo ordenado a sua execução por meio de flechas (que se tornaram símbolo constante na sua iconografia). Foi dado como morto e atirado no rio, porém, Sebastião não havia falecido. Encontrado e socorrido por Santa Irene, apresentou-se novamente diante de Diocleciano, que ordenou então que ele fosse espancado até a morte. Seu corpo foi jogado no esgoto público de Roma. Santa Luciana, cujo dia é comemorado a 30 de Junho resgatou seu corpo, limpou-o, e sepultou-o nas catacumbas.

     O bárbaro método de execução de São Sebastião fez dele um tema recorrente na arte medieval, surgindo geralmente representado como um jovem amarrado a uma estaca e perfurado por várias setas (flechas); três setas, uma em pala e duas em aspa, atadas por um fio, constituem o seu símbolo heráldico.

     Quando Maximiano descobriu que Sebastião era cristão ficou decepcionado e irado. Mandou que ele renunciasse à fé cristã. Sebastião negou-se a obedecer. Por isso, sofreu sua primeira condenação e tortura.

     São Sebastião é um daqueles santos que surpreendem pela história. Sendo Centurião da Guarda Pretoriana, gozava da confiança total dos dois imperadores romanos. Tinha dinheiro, prestígio e fama. Ele podia entregar-se a uma vida de luxo e prazeres sem problemas, mas, ao contrário disso, preferiu assumir uma religião proibida e perseguida por seus superiores.

     No dia 20 de Janeiro de 2000, festa do mártir São Sebastião, o Grupo Gay da Bahia (GGB) divulgou documento proclamando São Sebastião como o patrono dos gays e elegendo o Mosteiro de São Sebastião dos Beneditinos da Bahia como o Santuário Homossexual do Brasil.

     Segundo Luiz Mott, professor de Antropologia na Universidade Federal da Bahia, desde a Idade Média que os homossexuais veneram São Sebastião como protector da categoria.

     As gravuras e imagens de São Sebastião sempre o mostram seminu e com pose e expressão bastante efeminado, o que reforçou ao longo dos séculos a identificação deste santo mártir como ícone gay. Famosos pintores gays renascentistas, como Sodoma e Boticelli, pintaram São Sebastião reforçando ainda mais sua nudez e efeminação. Oscar Wilde e Garcia Lorca, ambos homossexuais assumidos, eram devotos e chegaram a fazer esboço da pintura deste santo.

     Mott tem cópia de diversos documentos e processos da Torre do Tombo de Lisboa onde são citados diversos monges "sodomitas" (gays) perseguidos pela Inquisição. Para a actualidade, o GGB dispõe em seu arquivo diversas reportagens publicadas na imprensa local e nacional que mostram o envolvimento dos beneditinos da Bahia e de Olinda com práticas homoeróticas.

     A intenção do Grupo Gay da Bahia, ao associar a homossexualidade à igreja Católica, é chamar a atenção das autoridades religiosas de que há muitos homossexuais católicos que continuam fiéis à religião e que desejam que a Igreja os acolha como filhos e irmãos alegando que o Cristo nunca condenou os "sodomitas". Os gays e lésbicas, católicos baianos querem que também em Salvador a Arquidiocese nomeie um padre para se ocupar da Pastoral para Homossexuais.

     Seguindo uma tradição do povo gay que perdura desde primeiro milénio da Era Cristã, e que fez de São Sebastião o principal ícone e modelo da homossexualidade, proclamam solenemente no terceiro milénio, a sua fé de que o santo padroeiro vai dar forças para vencerem os inimigos e o mal que ainda ameaçam suas vidas e a felicidade, e que a partir deste novo milénio, a comunidade homossexual do mundo passará a ser respeitada com os mesmos direitos dos demais cidadãos.

     Talvez por este pedido tão fervoroso ao santo na época recente vários países já autorizam casamentos entre pessoas do mesmo sexo sendo para isso criado alterações nas leis do matrimónio inclusive Portugal.

     A igreja no entanto tem-se demonstrado contra assim como não aprova o sexo feminino seguir a carreira de padre.

 

NOTA: Enquanto escrevo este conto 19-09-2013 o Papa Francisco I numa das mais surpreendentes entrevistas pois contraria a postura habitual da Igreja Católica, afirmou que os homossexuais não devem ser julgados nem marginalizados pela sua opção sexual.

Nesta longa entrevista à revista “Civiltà Cattolica” disse entre outros assuntos que “Deve acabar a obsessão sobre a homossexualidade”

"Não pode insistir apenas sobre as questões relacionadas com o aborto, o casamento homossexual e o uso de métodos contraceptivo".

Quanto à possibilidade de as mulheres poderem ser sacerdotes, foi peremptório na negativa, confirmando a decisão do falecido Papa João Paulo II que tornou esse impeditivo inquestionável. “A Igreja falou e disse: não! E isso é definitivo. Porque Jesus, ao escolher os seus apóstolos, escolheu homens.”

Ainda sobre a homossexualidade, disse:

“Se uma pessoa é homossexual, procura Deus e a boa vontade divina, quem sou eu, por caridade, para julgá-la?”, lembrando que, pelo Catecismo da Igreja Católica, a opção sexual pela homossexualidade não é pecado. E aconselhou: "Eles (os homossexuais) não devem ser julgados ou discriminados, e sim integrados na sociedade.”

 

     Depois de ouvir tão explicitamente a história deste santo D. Alzira comentou:

        - Então o nosso padre é um devoto de São Sebastião!

        - E ao que parece também o Eduardo. - Respondeu a filha adivinhando o que se tinha passado naquela noite entre o namorado e o padre.

 

Seis meses depois

 

A vida daquelas famílias seguiu normalmente:

 

     Aos domingos iam a missa, A Mariana continuou a guardar segredo sobre o irmão mas deixou o namorado. O Mário continuou a ficar por vezes em casa do Jorge que continuava sacristão e derivado ao seu trabalho na igreja tinha acesso à casa dos pais do Mário sem quaisquer suspeitas.

     O coro continuou sobre a égide do padre. O Eduardo mesmo depois de acabar o namoro com a Mariana ou ela acabar com ele, depois daqueles dias em Fátima continuava a fazer parte do coro. Os pais Jorge continuavam a viver no Porto.

 

     Uma noite depois de um jantar para o qual o Jorge tinha sido convidado beberam-se uns copos a mais e os pais do Mário não o deixaram ir para casa de carro pois já tinha uns copos a mais e Mariana alvitrou que ficasse lá em casa. Todos apoiaram a solução mas só havia um senão. O rapas tinha de ficar com o Mário ao qual este logo se predispôs a que assim fosse.

 


     Na manhã seguinte D. Alzira esquecendo-se que os rapazes tinham dormido no mesmo quarto como era seu hábito irrompeu porta dentro para o acordar. Acendeu a luz e quase ia desmaiando ao ver os dois muito agarradinhos.

dormindo de conchinha

     Eles nem deram pela sua entrada que deu meia volta e foi ter com o marido que ainda estava deitado a contar-lhe o que tinha visto.

        - Mulher! Mas tens a certeza do que viste? Estes estavam mesmo agarrados.

        - Sim! Tal como nós quando éramos novos.

     Vou telefonar para o José Carlos a perguntar-lhe se o filho é homossexual.

        - Mas por Deus! O que vais fazer? E se ele nada sabe vai ser um choque para eles. E o nosso como é que vai ficar? O melhor é telefonar ao senhor prior.

     O Simão não esteve com meias medidas e telefonou para o Pai do Jorge.

     Contou-lhe o que se tinha passado ao que este respondeu:

         - Meu amigo então telefona-me a estas horas da manhã para me contar que encontrou o meu filho deitado com o seu? Não foi na sua casa? O que quer saber? Qual dos dois é gay? Cá para mim são os dois e depois? Qual é o seu problema? – e desligou o telefone.

     Alzira não satisfeita foi contar à filha.

        - Mas vocês ainda não tinham desconfiado? Ou são parvos ou andar cá por ver os comboios a passar.

        - Mas tu já sabias?

        - Porque razões acham que eu acabei com o namoro com o Eduardo?

        - Tu não me digas que o Eduardo também era!

        - Foi naquela sexta-feira 13 quando fomos a Fátima que descobri.

 

     Entretanto os rapazes apareceram na cozinha onde se estava passar aquela conversa.

 

        - Vai haver bronca – disse Mariana assim que os viu entrar.

 

     Nem pai nem mãe disseram algo a não ser:

        - Já passou a hora do pequeno-almoço se quiserem vão toma-lo à rua.

        - Ou a casa do Sr. Sacristão e já agora podem ficar por lá.

     Jorge e Mário perante tal situação, logo viram que todos tinham descoberto o seu envolvimento.

     Mariana ainda quis por água na fervura mas não conseguiu.

     Mário ainda quis dar algumas explicações mas também não consegui e o Jorge meio envergonhado saiu porta fora sem antes e com o maior desplante possível dar um beijo no Jorge.

     Perante tal atitude foi a vez do Simão todo irritado virar-se para o filho e dizer-lhe:

 

        - Vai! Vai atrás dele e podes ficar lá.

 

     Mário viu que por ali não haveria mais nada a fazer a não ser ir taras da sua felicidade.

    Saiu, meteu-se no carro Assim que entrou na estrada, esta estava com uma fila que nunca mais acabava até que o trânsito parou por completo e assim esteve mais de meia hora. Tentou ligar para o Jorge mas este não atendeu. Dava sinal de desligado. Saiu fora do carro para ver o que se passava mas não viu nada. A fila andou mais um pouco até perto de um desvio por onde se meteu direito à igreja para falar com o padre e contar-lhe o que tinha acontecido. Quando fez o desvio viu a causa da demora do trânsito. Tinha havido um acidente. Mais um! Pensou ele e segui em frente.

     Estava a contar ao padre o que tinha acontecido quando tocou o telefone. Era do Hospital a perguntar se conheciam um Jorge Mateus filho de um tal José Carlos Mateus. O padre confirmou e foi informado que tinha havido um acidente e que esse tal Jorge Mateus estava hospitalizado.

     O Padre todo tremeu e informou o Mário do telefonema.

     Ambos correram para um carro e se dirigiram para o hospital. Afinal o acidente que tinha feito parar o trânsito tinha sido com o Jorge que estava acamado nos cuidados intensivos.

     O Padre assim que constatou com os factos de imediato telefonou para os pais do Jorge que de imediato vieram para Lisboa.

Quinze dias depois

 

     Foram quinze dias de tortura para toda agente excepto para os pais do Mário que viu naquele acidente em castigo de Deus. Até mesmo o padre que lhes quis ver que o acidente nada tinha a ver com Deus

         - Mas não é o Sr. que diz que Deus escreve direito com linhas tortas?

         -Minha filha Deus não critica as opções sexuais de cada um. Critica sim a incompreensão dos pais que não têm indulgência de pais que abandonam os filhos nas horas de provação. Deus é amigo de todos e de cada um independentemente dos seus gostos e credos. Deus é indulgente para quem frequenta o seu templo com o coração aberto e não é o vosso caso.

 

     Por mais que aqueles pais estivessem destroçados com aquele filho que tinha escolhido outras opções de vida não se conformaram nem foram ao hospital ver o Jorge.

 

     Mais danados ficaram, quando o pai do Jorge foi lá a casa para o ir buscar pois este não estava em condições psicológicas para conduzir e se ofereceu para depois ir passar uns tempos a sua casa ao Porto.

 

     Simão não gostando da oferta aconselhou o José Carlos a não voltar a sua casa e se o filho queria ir para o Porto que fosse.

 

     Dias depois do desenlace final do Jorge que caminhou seu espírito junto a Deus, fez as malas e partiu para a casa de quem o tinha sempre recebido bem no seio da sua família contrariamente a seus pais mesmo beatos e tementes a Deus esqueceram-se que, pelo Catecismo da Igreja Católica, a opção sexual pela homossexualidade não é pecado e não devem ser julgados ou discriminados, e sim integrados na sociedade.

 

Um dia eles estarão entre os anjos


Fim

      As fotos aqui apresentadas são livres de copyright e retiradas da Net.

     Qualquer semelhança com factos reais é mera coincidência, ou não! O geral ultrapassa a ficção

 

                      Nelson Camacho D’Magoito

                    “Contos ao sabor da imaginação”

                           © Nelson Camacho
          2013 (ao abrigo do código do direito de autor)

música que estou a ouvir: Avê Maria
publicado por nelson camacho às 02:58
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Sexta-feira, 20 de Setembro de 2013

Flashes de uma vida – I Parte

Naquele fim de tarde pararam à beira mar para recolher os últimos raios daquele último Por de Sol

 
Tinham saído de uma grande discussão e iam a caminho do Porto onde viviam os pais do Jorge pelas estradas do interior.

por do sol em flashes de uma vida

Como a noite já se aproximava resolveram ficar num hotel da Figueira da Foz. Como até ali não tinham troado palavra, antes de entrarem no hotel, Jorge resolveu para quebrar o gelo ir até à beira mar para se deliciarem com o por de sol. Enquanto recebia os últimos raios de sol recomeçou a conversa que tinha tido inicio ainda em Lisboa.

 

-Chegas-te a contar a teus pais?

- Já!

- E qual foi a reacção deles?

- As primeiras reacções, foi não acreditar.

- E!

- Disseram que não era possível. Que não me tinham criado para isso. Que certamente estava equivocado. Que nada mais era que coisas da puberdade. Que devia arranjar outros amigos que me levassem para outros caminhos, inclusive que devia falar com o padre.

 

- Certamente contas-te sem os preparar antecipadamente.

- Mas como iria prepara-los antecipadamente se era evidente.

- Evidente para ti, mas não para eles, sempre ligados à Igreja e retrógrados na sua maneira de ver e pensar sobre o que é evidente.

 

 O Sol lá no infinito já dava mostrar de se esconder preparando-se para reaparecer horas depois.

De repente alguém bateu no vidro do carro todo embaciado. Era um polícia.

- Então amigo! Ficou aqui no carro? Olhe que esta zona é perigosa!

 

Um ano antes

 

Mariana fazia vinte anos, tinha entrado para a Universidade e pela primeira vez os pais tementes a Deus como reconhecimento do feito resolveram dar-lhe como prémio uma festa em casa convidando alguns paroquianos rapazes e raparigas do coro da Igreja e até o padre e o sacristão para abençoares a festa. Por sua vez, como era uma festa surpresa pediram ao outro filho Mário que convidasse outros amigos da faculdade.

A festa foi um êxito. Mariana ficou muito reconhecida assim como seu irmão Mário. Os pais nunca tinham feito coisa assim ou parecida. Para eles era o trabalho e a igreja. Bem! Nem todos pois o Mário desde que fez a comunhão poucas vezes frequentava a Igreja. Quem fazia parte do coro era a irmã.

Naquela festa de aniversário falou-se de tudo e com todos e entre tanta gente a pessoa que mais despertou a atenção ao Mário foi o sacristão pois era um rapas da sua idade. Ele do seu tempo de frequentar a igreja tinha como recordação o sacristão ser um tipo mais velho, mais ou menos da idade do padre. Talvez por isso mesmo foi com ele que mais conversou.

Os pais ao notarem e até fizeram questão de os aproximarem mais pois seria por ali que o seu menino ganhasse gosto para voltar a frequentar o templo de Deus.

Às tantas pediu-lhes ajuda para irem à cave buscar mais umas garrafas de vinho.

O Padre que observou o pedido atalhou:

- Já agora eu também posso ajudar.

- Venha! Venha Sr. Padre e escolhe uma garrafita para acompanhar as óstia na missa. – Disse o Mário com ar de gozo.

Todos se riram menos D. Alzira que comentou:

- Então menino! A missa não é para se brincar.

- Desculpem! Mas diz-me lá Jorge. O vinho que bebe na missa é só para acompanhares as hóstias? Não metes os lábios no gargalo de vez em quando?

- Meu caro não seja herege. O vinho como você diz acompanha as hóstias é o sangue de Cristo e as hóstias são o corpo de Deus – Atalhou o padre.

- Desculpe Sr. Padre mas há por aí muito boa gente que tem mau vinho.

- Acabou a conversa! Vão lá buscar umas garrafas e deixem-se de coisas – atalhou já irritada D. Alzira.

 

Aqueles dixotes ficaram por ali mas foi o suficiente para o Mário e o Jorge começarem uma certa amizade.

Domingo na Igreja

 

Depois da festa de aniversário da Mariana começaram todos por frequentar a Igreja até o pai Simão também começou a acompanhar a família.

 

Naquele Domingo Mário e a irmã foram mais sedo para ver o ensaio do coro e ficou entusiasmado com o que ouviu e pediu ao mestre se podia integrar-se. O ensaiador e o padre ficaram satisfeitos pois era mais um elemento para o coro e mais um filho de Deus que entrava na religião. Havia só um senão. Não sabiam se ele tinha voz suficiente mas também não era grande obstáculo. O Jorge tocava guitarra e órgão e ficaria com a missão de ensaiar com o Mário e verificar se tinha ou não aptidões suficientes para se integrar no coro. Chamaram-no e pediram-lhe esse favor, o que sabendo do que se tratava de imediato aceitou a incumbência. Só havia um senão! Não era na Igreja que isso podia acontecer já que esta estava aberta durante o dia, mas o Padre resolveu logo o assunto.

 

- Mas não há problema. Creio eu! Como os pais do Jorge estão actualmente a viver no Porto e o Jorge tem piano em casa, os manos podem ir ensaiar a sua casa.

 

Jorge perante o pedido do Padre, logo aceitou e ficou combinado os ensaios serem da parte da tarde em sua casa.

 

Assim ficou combinado, os manos irem na segunda-feira a casa do Jorge para verificarem as capacidades vocais do Mário.

 

Aquelas segundas-feiras prologaram-se pela semana fora já que o Mário tinha uma voz de tenor e podia fazer um duo com a irmã.

 

Mariana que tinha namorado e ainda tinha aulas na Faculdade de vez em quando falhava às aulas o que foi uma oportunidade para Mário e Jorge se conhecerem melhor.

 

Mário afinal de contas o Mário era sacristão porque tinha andado no seminário mas não se tinha dado lá muito bem, pois gostava de curtir umas noites na Docas e em outros bares como qualquer rapaz da sua idade e estando a viver sozinho em Lisboa e os pais o sustentavam aquela coisa de ser seminarista não era com ele.

 

Um dia o ensaio em conjunto dos irmãos e com a presença do Eduardo, namorado da Mariana prolongou-se até mais tarde já que estavam a preparar uma missa cantada de casamento para uns novos nubentes.

Eduardo como não era metido nem achado nos coros e nem na Igreja, prontificou-se a preparar algo para o jantar.

- E pá para todos não tenho grande coisa em casa mas ao fundo da rua há uma loja de conveniência onde costumo me abastecer. Vinho, cerveja e ovos ainda existe! - Atalhou o Jorge.

- Não se importem. Fui eu da ideia, sou eu que vou às compras. – disse o Eduardo e saiu porta fora.

 

Aquela noite não ficaria por ali e seria o inicio de muitas outras.

 

Eduardo chegou com umas cuvetes de bacalhau com natas que meteu no micro ondas e o repasto foi até à meia-noite.

Eduardo era o homem das ideias e alvitrou irem até às Docas para tomarem um copo a que todos aderiram em uníssono.

 

Docas à noite em lisboa

Acabaram os copos já perto das três da manhã quando resolveram ir para casa. Mas qual casa? Era o dilema.

Para casa do Eduardo não podia ser pois tinha a casa cheia com uns primos que tinham vindo de França e com os pais a casa não era assim tão grande. Para casa do Mário, não era aquela hora que os manos iam acordar os pais pois não tinham levado as chaves.

Já que o carro era do Jorge e o Eduardo estava com desejos de dar uma queca com a namorada, alvitrou ficarem todos em casa do Jorge.

A casa do Jorge tinha dois quartos, um dele e o outro dos pais que sendo tipo suite ele utilizava.

- E agora como vai ser? – Argumentou o Jorge assim que entraram em casa – Alguém tem de ficar no sofá.

Mariana atalhou logo:

- O Eduardo não é certamente que fica comigo, portanto sobra o meu irmão.

- Pois! Tinha que calhar a mim! Mas tu já dormes com o Eduardo?

- Mano! Não sejas parvo! Já namoramos há mais de um ano e andávamos só aos beijinhos?

- Bem! Ficar no sofá também não é lá muito confortável. Se não te importares podes ficar comigo! É como ficares com um Santo já que sou um homem de Deus – atalhou o Jorge rindo-se para o Mário.  

Foi riso geral e alguns comentários a propósito de quem dorme com quem.

Jorge foi buscar umas bolachas, duas garrafas de vinho branco e uns copos, entregou umas ao Eduardo e levou outras para o quarto.

 

Jorge assim que entrou no quarto perguntou ao Mário se não queria tomar um duche pois era o que ele iria fazer.

 - Desde que não seja eu a apanhar o sabão também posso ir.

 

a primeira queca no banheiro

Despiram-se e entraram no duche. Miraram-se de alto a baixo.

Porque assim estava destinado pelos Deuses ou porque a água quente escorria pelos seus corpos com salpicos batendo nas sua gaitas, estas foram-se levantando.

Encostaram-se um pouco até as pirocas se tocarem.

Depois foi a vês de seus corpos até que de repente Jorge deu um tremendo beijo no Mário que de princípio ficou um pouco atrapalhado mas pela insistência de Jorge, de um simples encosto de lábios passou a um linguajar sensual. Seus corpos juntaram-se mais até que Jorge como se estivesse a ajoelhar-se no púlpito da sua igreja na sua missão de sacristão foi descendo até meter em sua boca aquele pinto do amigo de cabeça lustrosa que parecia estar a rir-se para ele. Bombou de tal forma até que o coitado começou a lacrimejar até passar a um choro compulsivo ao mesmo tempo que todo o corpo de Mário estremeceu e se encostou à parede do chuveiro quase desmaiando.

A água morna continuou a percorrer seus corpos misturando-se com o suor de ambos.

Estava dada a primeira experiencia homossexual do Mário que seria o início de uma amizade que se iria prolongar até Deus querer.

 

Mário saiu do chuveiro um pouco atrapalhado com o que tinha acontecido, enrolou uma toalha à cintura:

- O Melhor é ir dormir no sofá.

- E eu? Fico remoendo a consciência? De manhã o que é que a tua irmã vai dizer? À noite ficaste no meu quarto e de manhã encontra-te no sofá? O que é que ela vai pensar? Que tivemos problema durante a noite? E o Eduardo que não é parvo?

- Tá bem! Mas não abuses.

- Eu? Abusar? E eras capas de te vires duas vezes nesta noite?

Jorge enquanto ia tendo esta prelecção de engate. Deitou-se todo nu, cobriu-se com parte da roupa deixando a outra parte aberta batendo nela com a mão como quem diz (Vá! Deita-te aqui)

Mário procurou os boxers para os vestir mas como não os encontrou (O Jorge tinha-os escondido) não teve outro remédio que também se deitar todo nu e aconchegou-se para dormir. Só como estava do lado direito da cama ficou com o traseiro virado para o centro ao mesmo tempo que dizia:

- Chega-te para lá.

Jorge arrumou-se para a beira da cama de costas para ele pronto a dormir, mas não conseguia, assim a pouco e pouco foi-se encostando ao Mário que também não conseguindo dormir e com o calor dos corpos o seu pau foi aumentando de volume e mais ainda quando Mário se encostou a ele e ficaram costas com costas. Passada uma meia hora Mário com uma das mãos procurou encontrar o pau do Jorge que o encontrou rijo e manuseou-o um pouco.

- Sempre és capaz de te vires novamente?

Mário virou-se e Jorge procurou novamente o seu pau e apontou-o ao seu buraco que estava já sedento de ser penetrado. Fez a pressão devida e lá começou a ser penetrado, primeiro lentamente e depois furiosamente ao mesmo tempo que puxou com uma mão a mão do Mário direito ao seu pirilau que com a pequena dor da penetração estava murcho, também se começou a levantar.

Ambos se vieram de prazer mas com o desperdício dos bicharocos do Jorge que ficaram à bulha no lençol enquanto os do Mário se instalaram confortavelmente dentro do Jorge até todos adormecerem na paz do Senhor.

 

No dia seguinte

 

(O Eduardo quando foi a distribuição dos quartos tinha dito que lhe apetecia dar uma queca com a Mariana mas afinal quem tinha dado uma queca gostosa tinha sido o cunhado).

 

Acabaram por adormecer.

 

Dormiram mesmo assim

     O pior de tudo foi quando de manhã, sem baterem à porta, Mariana e Eduardo deram com eles todos nus, destapados e um pouco agarrados, notando-se logo que ali tinha havido coisa.

Eduardo, esperto que nem alho comentou:

        - Afinal quem foi o Diabo e o Santinho? Tiveram mais sorte que eu! A Mariana está com o período. Se adivinhasse que se entendiam tinha vindo até cá!

        - Mas qual é a tua? O que é que estás a insinuar? – Respondeu prontamente a Mariana um pouco incomodada por ter percebido o que se tinha passado com o irmão.

     Com tanto barulho eles acordaram. O Mário tapou-se um pouco envergonhado pela irmã o ter apanhado naquele estrelai-o e Jorge respondeu virando-se para o Eduardo:

        - Mas afinal o que é que tu queres?

        - Não me importava de entrar num “menage à trois”.

        - Não te chega a tua namorada? Também gostas da fruta?

 

     Mariana não quis ouvir mais nada e pirou-se para a sala.

     A parir daquele momento todos ficaram a saber que havia homossexualidades entre os rapazes. Até o Eduardo também gostava.

 

     Mais tarde encontraram-se todos na sala e o Mário tentou desculpar-se perante a irmã pelo que tinha visto e pediu-lhe segredo perante os pais.

     Já o Eduardo como não tinha nada para se desculpar disse que tinha sido uma brincadeira os seus comentários.

O tempo foi passando

 

     Os meses seguintes com cumplicidade de Mariana por vezes o irmão ficava em casa do Jorge com a desculpa dos ensaios do coro e as lições de piano.

     O coro da Igreja estava cada vez mais perfeito e como todos se apresentavam na missa ao domingo os pais nunca se aperceberam que o filho e o sacristão eram mais que amigos.

 

O confronto com os pais do Jorge.

 

     Um dia chegaram os pais do Jorge e o Mário teve de deixar de ficar lá em casa. Foi só um mês mas esperto e vivido o pai do Jorge notou que havia qualquer coisa entre eles além da simples amizade. Então para por os pontos nos His combinou com a mulher fazer um jantar e convidar toda a gente.

     Estiveram presentes os pais do Mário, a irmã e o namorado.

 

     O tema da conversa foi sempre a de circunstância, até ser abordado o possível sacerdócio do Jorge. Tema que agradou bastante a Alzira e Simão beatos até à quinta casa. Eles tomavam como exemplo a vida do padre seguido os seus conselhos e agradava-lhes o filho conviver com o sacristão que certamente também seguiria a sua vida eclesiástica.

 

     Eduardo que ainda não tinha dito nada a não ser comer e de vez em quando fazer uma troca de olhares com a namorada, comentou.

 

        - Isso é tudo muito bonito! Só não concordo com essa coisa dos padres não poderem casar.

        - Pois por isso é que eles se entendem uns com os outros pelo menos no seminário.

        - Menina! Mas isso é uma blasfémia.

        - Não me diga que eles não têm as mesmas necessidades que os outros homens!

        - Sim! Mas o que te estás a referir é outra coisa. É homossexualidade.

     João Carlos que também tinha andado no seminário não gostando do caminho que estava levar a conversa esclareceu:

        - D. Alzira, é obvio que os padres também têm a mesmas necessidades que os outros. Eu também lá andei e resolvi sair para casar e não me importo nada que o meu filho passe pelas mesmas coisas que eu passei. Quando chegar a altura dele escolher o que quer fazer na vida sexualmente falando isso é com ele. No seminário é um internato como outro qualquer e havendo só rapazes é natural que tenham as suas experiencias.

        - Senhor João. Sempre achei que esses internatos fossem uma escola de virtudes.

        - E quem disse que não é?

 

     Se a ideia do João Carlos quando organizou aquele jantar foi para perceber até que ponto os pais do Mário iriam aceitar a relação com o filho que já há muito tinha descoberto as suas tendências sexuais, naquela noite ficou tudo esclarecido para poder ter uma conversa de homem para homem com o filho. Afinal o que queria era que ele fosse feliz com quem encontrasse na vida e parecia que o Mário ele o eleito.

 

     Naquele jantar mais nada ouve para contar.

     Alzira e Simão nunca aceitariam a homossexualidade do filho muito menos ser amigo de um, mesmo sendo acólito. Mariana e Eduardo deitaram axas à fogueira, mas continuaram a guardar segredo do que sabiam.

     Quanto aos pais do Jorge não ficaram lá muito satisfeitos por verem naquele casal una beatos empedernidos e homofóbicos.

     Depois do café e do conhaque da praxe. Os convidados prepararam-se para sair. Foi quando a mãe do Jorge se dirigiu ao Mário e pediu-lhe que ficasse mais um pouco pois queria conversar com ele sobre o coro que estava a organizar na igreja do Porto.

      Todos concordaram e o Mário, o Jorge e os pais voltaram para a sala depois dos outros terem saído.

 

     João Carlos preparou três copos de whisky enquanto a mulher foi para a cozinha dar andamento aos seus afazeres. Entregou um copo ao Mário e outro ao filho segredando-lhe ao ouvido. - É dele que gostas?

     Virou-se para o Mário e perguntou: - São felizes?

 

     Estava tudo dito. Maior prova de amor perante um filho não podia haver mais que aquelas simples palavras.

     D. Clara toda desinibida como é apanágio das gentes do Porto, entrou na sala e só disse:

         - Já fiz a cama de lavado, não bebam mais e vão-se deitar que já é tarde e já chega de conversas.

     Mário se tivesse ali um buraco, perante tudo o que se tinha passado naquela noite, principalmente as últimas palavras dos pais do Jorge, tinha-se enfiado por ele abaixo.


     Jorge beijou os pais, fez-lhes um sinal de cruz como a abençoa-los, pegou na mão do Mário e lá foram para o seu ninho.

Boys de mão dadas a caminho da felicidade

     Pelo caminho ainda foram ouvindo o tema “Thriller” com Michael Jackson que os pais do Jorge ficaram a ouver na sala. Mas isso já não interessava nada. Aqueles país eram fabulosos, compreenderam a situação e deram graças a Deus pelos rapazes serem felizes e não irem por outros caminhos tal como a droga ou o roubo. Afinal ser-se gay é só uma forma diferente de fazer amor e não interfere com os outros.

 

(Seguir para II Parte)

 

        As fotos aqui apresentadas são livres de copyright e retiradas da Net.

       Qualquer semelhança com factos reais é mera coincidência, ou não! O geral ultrapassa a ficção

 

                  Nelson Camacho D’Magoito

                “Contos ao sabor da imaginação”

                       © Nelson Camacho
     2013 (ao abrigo do código do direito de autor)

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Segunda-feira, 16 de Setembro de 2013

Solidariedade na RTP uma treta

 

Os herois de portugal

 

     Infelizmente todos se aproveitam da boa vontade do povo.

     Simples trabalhadores das mais variadas profissões e do cidadão anónimo.

    A RTP ontem domingo esteve no ar desde as duas da tarde à meia-noite transmitindo um programa de variedades com artistas portugueses e figuras publicas dando a cara e o seu trabalho graciosamente a favor dos bombeiros da nossa terra. Ideia que já não é nova. Ao longo dos anos proliferam na nossa terra eventos de solidariedade para com isto e aquilo.

     Tudo bem se tudo isto não fosse uma falácia. Vou esclarecer:

     A RTP quando informa os menos incautos que as verbas conseguidas vão inteirinhas para os bombeiros. Analisemos:

        A) É mentira pois só a PT arrecada 50% das receitas.

        B) O estado através das finanças arrecada o valor do IVA 23%

        C) Depois como os trabalhadores da RTP e do MEO Arena também não trabalham de borla.

        D) Como as refeições e copos oferecidos aos intervenientes também são pagos.

        E) Do valor recebido antes de ir para os Bombeiros também há despesas de manutenção do espaço.

        F) Todas estas contas e outras são retiradas dos valores obtidos, portanto para um próximo evento de solidariedade organizada por estas identidades ou outras aconselho a quem quiser comparticipar com algum valor que o faça directamente nos Bombeiros. Assim tem a certeza que vai na totalidade para os Bombeiros. Mais ainda, se pedirem recibo, uma percentagem desse valor será dedutível no seu IRS.

 

     Quem na realidade quem foi trabalhar de borla foram os artistas sempre prontos a darem o seu trabalho a favor dos outros.

     Só tenho pena que a direcção da RTP só se lembre deles nestas ocasiões pois inseri-los na sua programação é mentira. Até lá foram artistas que nunca puseram pés na RTP.

 

     Segundo a defesa Civil ouve em Portugal mais de 500 fogos movimentando mais de 7.500 bombeiros.

     Foi necessário pedir ajuda a outros países com materiais necessários.

     No combate a estes incêndios morreram vários bombeiros em contrapartida os causadores estão em casa prontos a atearem novos fogos.

 

     Os bombeiros de Portugal são efectivamente os Heróis de Portugal sempre prontos a defenderem os nossos haveres e vidas e não mereciam serem enganados desta maneira.

 

     Era bom que a RTP nos mostrassem as contas referentes a recebimentos, despesas e o que sobrou para os bombeiros nesta solidariedade da treta que para alguns é para encherem a teta.

Aos herois de Porgugal

Bombeiros os herois de portugal - Nelson camacho d´magoito

O País vai de carrinho com José Afonso

 

 

As fotos aqui apresentadas são livres de copyright e retiradas da Net.

 

               Nelson Camacho D’Magoito

                     “As minhas raivas”

                    © Nelson Camacho
  2013 (ao abrigo do código do direito de autor)

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Sexta-feira, 13 de Setembro de 2013

Vidas Cruzadas - VIII Parte

Um Fim-de-semana diferente

(ver VII Parte)

Depois de umas noites fostosas entre gays

     Aquele fim-de-semana tinha sido o princípio do resto da minha vida.

     De há um ano a esta parte tudo tinha acontecido a correr. De menino bem comportado filho de uma família normal tudo tinha descambado. E agora? Que estava eu ali a fazer deitado ao lado ao lado de um Rui que passaria a ser meu irmão, amigo, confidente e amante de quem me tinha apaixonado?

     Rui dormia a sono-solto quiçá como nada tivesse acontecido mas eu não conseguia. Os meus neurónios não paravam de fazer uma retrospectiva de tudo o que tinha acontecido, até chegar ali.

     Tínhamos passado o Sábado e o domingo na Praia Grande. Como fossemos um casal hetro em lua-de-mel ficámos no hotel e naquela noite fizemos a continuação do que tinha acontecido na noite de sexta em casa do Rui. Não posemos os pés na praia, Bronzeamo-nos na piscina algumas horas e o resto do tempo no quarto ou no bar tomando uns copos alheados de pequenos olhares que alguns se nos dirigiam, mas nada nos importava. Naquela altura já estávamos em casa e a meio da noite. Eu às voltas com os meus pensamentos e o Rui dormindo como se nada tivesse passado até que adormeci.

 


O Confronto Final

 

Pais felizes e reconhecidos

     Diz-se que a felicidade total não existe mas naquele momento quando Pedro acordou e se dirigiu à cozinha para beber um copo de água deparou-se com o pai e a mãe do Rui numa situação que nunca tinha visto em sua casa entre o pai e a mãe. Estavam alegres e a preparar o pequeno-almoço. – Tinham chegado do Algarve durante a noite e nem tinha dado por isso.

 

         - Ao que parece chegaram cedo e nem avisaram!

     O Pai com a maior alegria estampada no rosto respondeu:

         - Quando chegámos a meio da noite a Isabel foi ao vosso quarto e estavam a dormir tão bem que nem os acordámos.

     Isabel também com um sorriso jovial acrescentou:

         - Como devem estar com fome estamos a preparar o pequeno-almoço para todos.

     Pedro ficou atrapalhado. Se a Isabel tinha ido ao quarto tinha-o visto abraçado ao filho e com voz titubeante desculpou-se.

         - Pois! Acabei por ficar cá em casa. Era para dormir no sofá mas estivemos a ver um filme e acabai por adormecer na cama do Rui.

         - Sabes. No Algarve eu e teu pai tivemos oportunidade de falar sobre vocês e chegamos à conclusão que vais aceitar a sua proposta de ires trabalhar connosco na empresa e viveres á em casa. Afinal de contas tu e o Rui dão-se bem e não vimos outra maneira desta situação ficar resolvida.

     O Piteira perante esta prelecção dirigiu-se ao Pedro, deu-lhe um abraço e ao ouvido segredou-lhe.

         - Não vale a pena dizer mais nada. Eu estou apaixonado pela Isabel, tu gostas do Rui, ele gosta de ti e vamos finalmente ser felizes.

 

         - Mas que grande confraternização! Para já cheira bem!

     Dizia o Rui que entretanto entrava na cozinha.    

 

     Todos se riam se abraçaram

 

Dois meses depois

 

      A nova sociedade familiar foi formada por quatro pessoas que se amavam sem tabus e a máxima perdurou “Trabalho é trabalho e conhaque é conhaque”

     No dia do divórcio dos pais do Pedro por raiva ou negação D. Ermelinda acompanhado pelo seu advogado que só este falou, não dirigiu palavra ao Piteira e quando o Pedro se lhe dirigiu para a beijar para além de recusar, toda irritada comentou:

Julgava que tinha um filho mas afinal tenho uma coisa que nem é carne nem peixe. – E virou-lhe as costas.

FIM

Para finalizar esta história, fiquem com Raphael em “Los Amantes”

 

Espero que tenha seguido toda esta história que na vida real acontece mesmo e comente sem medos

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As fotos aqui apresentadas são livres de copyright e retiradas da Net.

         Nelson Camacho D’Magoito

       “Contos ao sabor da imaginação”

                © Nelson Camacho
2013 (ao abrigo do código do direito de autor)

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Quinta-feira, 12 de Setembro de 2013

Vidas Cruzadas - VI Parte

Pensamentos

Quem disse que as coisas só acontecem aos outros?

(ver V Parte)

 

     Algo estava a acontecer com o Pedro. Não se sentia bem em parte alguma. Tudo tinha acontecido no seu seio familiar. Situações que jamais lhe tinha passado pela cabeça. O pai com uma amante, a mãe certamente também e aquele rapaz que não lhe saia da cabeça.

     No emprego já não se sentia bem nem com a namorada. Os conselhos do Nelson caiam-lhe fortes no seu ego. Aquela semana estava a ser um desastre.

     Já tinham passado oito dias depois daquela cena em casa do Rui a quando da passagem do filme “O Segredo de Brokeback Mountain”

     Ao terceiro dia depois de recomposto do que tinha acontecido e porque achou que devia-lhe uma explicação da sua saída abruta, começou a telefonar-lhe mas sem resultado, o telefone estava sempre desligado até que ao oitavo dia resolveu ligar para o Nelson que também tinha o telefone desligado. Achando estranho pensou “Teria o Rui contado ao Nelson o que se tinha passado? Onde andariam? Seria que estava envergonhado? E não queria atender o telefone? Seria que se tinham pirado para fora?”

     Como era sexta-feira resolveu ligar para a Helena a perguntar pelo filho.

     Afinal de contas não tinha acontecido nada de grave para acabarem com aquela amizade. Se ele era gay o problema era dele! Resolveu telefonar.

 

        - Olá!

        - Olá Pedro!

        - Isso é que é! Reconheceu-me logo pela voz!

        - É verdade! Tens uma voz muito idêntica à do teu pai!

        - Desculpe este meu telefonema, mas ando preocupado com o Rui. Já lá vai uma semana que não o vejo e não atende os meus telefonemas. Por onde anda ele?

        - Tem andado muito atarefado com uns trabalhos com o Nelson. Não sei bem quais mas até tem ficado lá em casa. Hoje está deitado um pouco engripado. Diz que esta noite apanhou um pouco de frio. Chegou a casa de madrugada e meteu-se na cama. Quando sai de casa para o trabalho ficou ainda deitado.

        - Então não é nada de cuidado!

        - Não! Aquilo com uns comprimidos e leite quente com mel passa-lhe. Vocês estão zangados?

        - Não! Só não tem calhado encontrarmo-nos ultimamente.

        - Espero que seja só isso! Gosto muito de você e gostava que se tornassem amigos como irmãos.

        - Esteja descansada que não é nada de grave e obrigado.

 

     Depois daquela elucidação da mãe do Rui. Afinal até achou graça, ela ter dito que tinha uma voz parecida com a do pai, ficou mais descansado.

     Afinal ele não estava zangado. Só andava a curtir com o Nelson. Resolveu ir ao escritório pelo menos para dar uma satisfação de nessa semana ainda não ter aparecido. Quando chegou, a primeira pessoa a fazer uma observação foi a namorada pela sua falta ao emprego naquela semana ao qual desculpou-se ter estado um pouco engripado e aproveitou para fazer alguns trabalhos através da internet.

     O dia passou como qualquer outro não sem lhe sair da cabeça a preocupação com o amigo Rui. Estaria ele mesmo zangado? Até para almoçar não saiu com a namorada como era habitual. Mandou vir do refeitório uma sanduíche e uma salada e fez ali mesmo a refeição.

     Isabel notou ao longo do dia que ele não andava bem e já ao fim da tarde quando todos se foram embora foi até ao gabinete do Pedro perguntar-lhe o que se passava.

 

uma queca hetro

     Na altura em que ela entrou estava tentando mais uma vez telefonar ao Rui. Já não era preocupações mas mais qualquer coisa que ainda não sabia o que era. Um sentimento que nunca tinha tido. Tal estava imbuído nos seus pensamentos que quando a Isabel entrou a memória atraiçoou e em vês de ver a figura da Isabel viu a figura do Rui de chorts como há oito dias. Com o cérebro enevoado agarrou-se a Isabel beijando-a sofregamente e pegando-a pela cintura elevou-a colocando-a na secretária, levantou-lhe a saia e num hapci arrancou-lhe as cuecas ao mesmo tempo que ela, incrédula mas satisfeita com o que estava a acontecer tirou-lhe o sinto abriu-lhe a braguilha e aquele pau gostoso e hirto penetrou na sua vagina. Foi uma rapidinha e em posição menos ortodoxa mas gostosa para ambos mas sem nunca sair da mente do Pedro a figura do Rui.

     Depois de estarem calmos, Isabel beijo-o mas Pedro afastou-a e pediu desculpa.

     Quando saíram do escritório o Pedro ainda levou Isabel a casa e pelo caminho ainda foram ao Colombo para comerem qualquer coisa. Quando no primeiro andar passaram pela zona dos cinemas quem viram de costas? O Dr Mário Pereira com a Ermelinda. Estava mais que provado que andavam os dois.

     Isabel não viu, ou não ligou por já saber! Continuaram. Tomaram uma refeição rápida e cada um ficou em sua casa. Tinham combinado irem ao cinema mas já não foram.

A reconciliação

 

     Diz-se que dois amigos quando verdadeiros não podem estar afastados muito tempo independentemente de algumas quezílias que tenha havido entre ambos. Não era o caso. Afinal de contas o Rui até era um tipo porreiro e certamente iria viver um dia com ele, pois era filho da amante de meu pai que pelo andar da carruagem iria deixar a casa e viver com ela. E porque a mãe também tinha posto os cornos ao pai, como homem ficaria mais confortável com o pai, já que o amante da mãe era o futuro sogro.

     Todo este imbróglio não iria ficar bem até porque sentia sem explicação plausível a falta do Rui que há duas semanas não o via.

     Quando teve sexo com a namorada no escritório não se senti totalmente realizado pois mais uma vez inexplicavelmente quando o fez, estava a pensar no Rui.

     Não andava bem. Em casa as coisas também não corriam da melhor forma.

     A mãe encontrava-se às escondidas com o Pereira, o pai já raramente ficava em casa (com a desculpa esfarrapada que tinha de se ausentar para fora em serviço) Eu com a minha namorada também já poucas vezes saia. A nossa relação uma ou duas vezes ia-mos ao cinema de contrario resumia-se à nossa relação entre colegas lá no escritório.

     Um dia em casa ao jantar meu pai a quando na sala tomando o café e sem minha mãe ao pé convidou-me para um jantar em casa da Helena a fim de conversarmos sobre as suas relações.

     Fiquei satisfeito pois certamente todo aquele imbróglio de relações iria ser esclarecido. Ainda mais! Iria ver o Rui.

 

     No dia aprazado meu pai foi-me buscar ao escritório e lá partimos para casa da Helena.

 

     Quando chegamos, meu pai nem tocou à campainha, pois já tinha as chaves.

     Entramos e vi o que não via em casa há muito tempo. Meu pai beijar a Helena com muito carinho.

     Na sala estava o Rui que me cumprimentou com um abraço sussurrando-me ao ouvido:

 

        - Há quanto tempo!..

        - Mas és tu que não tens atendido o telefone? Tens andado com o Nelson?

        - Não! O Nelson já partiu para outro. Diz que não pode competir contigo.

        - Comigo?

        - Sim!.. Eu contei-lhe das minhas tentativas e que estava apaixonado por ti.

        - Por mim!

        - Não me digas que também não tens sentido a minha falta.

 

     Naquele momento Pedro estremeceu pois o que ele estava a perguntar, era a mais crua das realidades.

 

     Entretanto Helena cortando aqueles pensamentos que entretanto entrava na sala perguntou:

        - Então!.. Já fizeram as pazes?

        - Mas eu não estava zangado!..  Só se for o seu filho!

        - Quem? O Rui? Coitado! Ultimamente nem tem saído à noite. Tem passado o tempo todo no quarto a ver filmes.

 

        - Bem! Como está tudo bem o melhor é irmos jantar! – Disse o Piteira com se já fosse dono da casa ao mesmo tempo que preparava uns copos com Vinho do Porto como aperitivo.

 

     Cada um com seu copo dirigiram-se para a sala de jantar e começaram, dando o “graças a Deus”. Coisa que Pedro nunca tinha visto em casa entre. Logo ali confirmei que algo tinha mudado e iria mudar ainda mais.

 

     O jantar correu normalmente não fora a declaração do Piteira da sua intenção de abandonar a casa e passar a viver com a Helena e como seria óbvio com o Rui. Mais ainda, iria dar uma cota de 10% da empresa a Helena e iria empregar o Rui, na mesma. Quanto a Pedro? Seria de sua escolha onde e com quem queria ficar. Inclusive se queria deixar o emprego actual e também ir trabalhar com ele.

     Como ainda naquela noite iria passar o fim-de-semana ao Algarve com a Helena, dava até segunda-feira para dar uma resposta.

 

     Parte naquelas notícias não eram novidades excepto a história do Piteira dar sociedade a Helena e empregar o Rui na sua empresa.

    O estratagema estava montado. A sua empresa passava depois de entregar a parte respectiva a Ermelinda por força do divórcio, criaria uma nova familiar com a Helena o Rui e Pedro e até já tinha um nome Piteira & Companhia Lda.

 

      “Quanto ao convidar-me também para trabalhar com ele! Queria dizer que me queria afastar da Isabel e de toda a sua família a fim de criarmos uma nova família. Efectivamente ele estava dando-me a oportunidade de continuar a viver com ele em novos moldes familiares. E só tinha o fim-de-semana para decidir.”

 

     Estava ainda da sala tomando o café e remoendo toda aquela informação enquanto o Rui que estava calado que nem rato também tomava o seu, quando apareceu a Helena:

 

        - Então meninos estão bem?

        - Nós já estamos de abalada e queremos chegar ao Algarve esta noite. Já avisamos o Hotel que vamos chegar tarde.

 

     Piteira veio lá de dentro com as malas e dando um beijo a Pedro:

        -Tens o fim-de-semana para resolveres o que queres fazer da tua vida.

     Depois dirigiu-se ao Rui e deu também um beijo dizendo-lhe de forma a todos ouvirem

        - Toma conta dele!

Helena deu um beijo ao filho, olhou para o Pedro e também beijando-o

        - Portem-se bem, que nós vamos fazer o mesmo.

 

     Saíram porta fora.

(A seguir VII Parte)

 

             Nelson Camacho D’Magoito

          “Contos ao sabor da imaginação”

                  © Nelson Camacho
  2013 (ao abrigo do código do direito de autor)

 

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Terça-feira, 10 de Setembro de 2013

Vidas Cruzadas - V Parte

Não refeito com as suas descobertas

Ainda vieram mais!

(ver IV Parte)

O Canto do Nelson

     Pedro quando acordou já era tarde e foi com o tocar do telefone!

     Do lado de lá!,. Era a namorada…

 

        - Sejas bem ouvido! Já que aparecido é coisa que ninguém tem te posto a vista em cima. Só sei que não estás doente por informação da do meu pai que tem falado com a tua mãe. Sei que andas a ficar fora e não é de trabalho pois por cá também nada sabem de ti.

 

     Com aqueles queixumes todos de atacado e logo quando ainda destrambelhado pelo sono só lhe apeteceu dizer desligando logo o telefone.

 

        - Tenho tido uns problemas para resolver e hoje também não vou trabalhar. Amanhã eu estou lá.

 

     Virou-se para o outro lado a adormeceu novamente.

 

     De repente saltou-lhe à mona: Mas como é que ela sabe do que se tem passado por intermédio do pai?

 

     Tenho de tirar isto a limpo.

     Levantou-se e foi tomar o pequeno-almoço à cozinha. Estava lá a Mãe.

     Depois de lhe dar o beijo da praxe perguntou se estava melhor.

 

        - Mas eu não estou doente! Respondeu prontamente a mãe.

       - Desculpa mas se perguntei foi porque ontem depois do jantar disseste que tinha dores de cabeça, estavas cansada e nem fizeste companhia ao pai.

 

     Ermelinda ficou um pouco nervosa e disse que não era nada de cuidados.

 

        - Mas tens ido ao médico? O Pai da Isabel é um bom médico até pode fazer uma graça e nada te levar pela consulta.

        - E era logo eu que me aproveitava.

        - Mas ontem não disse que tinha ido ao médico?

        - Sim disse! Mas não fui ao Dr Pereira. Já tenho o meu médico porque havia de mudar. E já agora porque esse interesse se fui a um ou a outro médico?

        - Por nada! Só quero que esteja tudo bem entre ti e o pai.

     Ermelinda ainda ficou mais nervosa e encaminhou-se logo para a saída da cozinha sem antes comentar:

 

        - Mas afinal o que é que tem a ver a minha ido ao médico com o estar bem ou mal com o teu pai?

 

      As últimas palavras já foram ditas entre portas não dando ocasião ao Pedro em ripostar.

 

     Depois de sua namorada ter dito que sabia das suas noitadas através do pai e se a mãe dizia que não tinha ido ao seu consultório, Pedro ficou com “A pulga atrás da orelha”. Algo se estava a passar que ele não entendia!

 

     Como não tinha com quem desabafar as suas preocupações, telefonou ao Rui convidando-o para o almoço.

 

Almoço no Madeirense

 

      Na hora marcada lá se encontraram no Madeirense.

 

        - Ao que parece estás preocupado com qualquer coisa. Afinal o que se passou lá em casa? Foi com o teu pai?

        - Não!.. Esse caso ficou resolvido. Entendi as razões apresentadas e até não me importo que ele ande com a tua Mãe. O caso agora é com a minha.

 

     Rui com uma risada de sacana atirou:

 

        - Não me digas que a tua mãe também tem um amante?

        - É pá!.. Tás a gozar?

        - Então conta-me.

        - De há uns tempos a esta parte que acho que ela anda um pouco nervosa e ontem a Isabel disse-me coisas a meu respeito que só lá em casa sabiam e quando a questionei, disse-me que tinha sabido através do pai. Fiquei admirado e então questionei minha mãe e perante o que ela me disse e em modos um pouco atrapalhada fiquei com a pulga atrás da orelha se ela se encontrava às escondidas com o meu futuro sogro.

Rui continuando rindo-se com ar sarcástico atirou:

 

        - Tu não me digas que o teu pai anda com a minha Mãe e a tua Mãe anda com o teu sogro. Estes cótas são danados! São piores que nós.

        - Podes achar graça mas eu não acho graça nenhuma. Trata-se da minha Mãe, porra!

        - Desculpa lá e sem ofensa! Onde é que ela é melhor que a minha?

        - Desculpa mas não é a mesma coisa. A tua não tem marido.

        - Pois tens razão. Não é a mesma coisa. – e dando uma gargalhada – É pá! Assim fica tudo em casa. Já agora metemos a Isabel no mesmo grupo. O Grupo dos safados.

        - Já agora também queres ir com ela para a cama!

        - Porra! Livre Satanás e todos os canhotos. Não me entendo com galinhas. Antes queria ir contigo.

        - Comigo? Mas agora somos bichas ou quê?

        - Tu não me digas que não gostavas de experimentar!

        - Eu? Para quê?

        - Para ficar de facto tudo em família – e continuou a rir-se ao mesmo tempo que olhava fixamente os olhos do Pedro.

 

     Aquela dica, riso e olhar fez estremecer o Pedro que entretanto já estava na sobremesa. Só faltava o café.

 

        - A propósito! Sabes que comprei o DVD do filme “O Segredo de Brokeback Mountain” que tu gostavas de ver?

        - Sim! É porreiro! Depois emprestas-me?

        - Como não bebemos o café aqui porque não o vamos tomar a minha casa e o vimos lá? Eu também ainda não o vi.

        - Está bem!

VI Capitulo

Quando o Rui se atirou ao Pedro

 

     Chegando a casa do Rui este a mostrou-lhe as divisões.

 

        - Vou tirar os cafés. Queres um aperitivo? Temos uma aguardente particular que é um espanto.

        - Pode ser!

 

      Tomaram o café na cozinha. Rui encheu dois copos da tal aguardente e desculpou-se.

 

        - Sabes? Não temos leitor de DVs na sala! Está no meu quarto. Temos de ver o filme nele.

 

        - Está bem. A casa é tua.

 

     O quarto do Rui era grande, Até tinha uma máquina de ginástica tipo bicicleta, uma secretária com uma estante de livros e um computador, uma cama grande e um plasma na parede frente aos pés da cama havendo por baixo uma cómoda onde poisava uma aparelhagem de som com o respectivo leitor de CDs e DVs.

 

Dois amantes- quadro de Rersa Reza

               Numa das paredes estava um quadro ao que parecia de grande valor e interessante ao qual Pedro questionou:

 

        - Belo quadro!..

        - Sim! Representa “Dois amantes” e é uma pintura de “Rersa Reza Abbasi” é uma relíquia deixada por meu pai.

        - Em minha casa não tenho quadros deste valor e no meu quarto só tenho uns posters de gajas nuas.

        - E são esses que te dão tesão?

        - Não!.. mas gosto!..

        - Então o que te faz tesão? – Filmes porno ou outros onde entrem gays como o “O Segredo de Brokeback Mountain”!

        - Nada disso. Ouvi falar sobre esse filme que não é um filme porno mas que exemplifica o que pode acontecer a dois homens quando se encontram sós.

        - Aqui só temos um problema! Os filmes têm de ser vistos deitados na cama.

        - Não faz mal! Eu também faço o mesmo em minha casa.

 

     Rui despiu-se e ficou somente de chorts. Colocou o DVD a rodar atirou-se para a cama ao mesmo tempo que dizia.

 

        - Podes ficar à vontade! Hoje não temos ninguém e casa até às tantas. Eles vão jantar fora.

 

     Quando o Rui se pronunciava a “eles” já se sabia que o pai naquele dia não iria jantar a casa. Mas tudo bem. O que ele queria naquele momento era curtir o filme que nunca tinha visto no cinema e andava deserto de o ver.

     Como o quarto estava bastante quente, o seu amigo se tinha posto totalmente à vontade e porque iria ver o filme na cama, também se colocou à vontade. Descalçou-se, tirou as calças ficando somente com a camisa e uns Boxers vermelhos.

 

nelson camacho d'magoito

  

     Deitaram-se confortavelmente de papo para o ar e o filme começou.

 

     A história foi-se desenrolando até chegar a altura em que os actores se encontram dentro da tenda deitados entre mantas.

 

     È nesse momento que Rui puxa a manta e se tapa assim como ao Pedro.

     Momentos depois enquanto o filme vai correndo Rui vai aproximando os pés dos do Pedro e mais tarde vai a pouco e pouco colocando as pernas em cima das do Pedro.

     Este não acusa o toque a não ser quando da cena em que a mulher de um vê ao fundo da escada seu marido beijar o amigo na boca.

 

     É nessa altura que sente a mão do Rui introduzir-se por dentro dos seus boxers direita ao seu pau que sem saber porque está em riste.

 

     Fica atrapalhado e mais ainda quando Rui se coloca de conchinha continuando a segurar-lhe no pau, e sente no seu traseiro o pau do amigo também rijo como barra de ferro.

     Ainda se mantêm assim durante uns momentos até que o Rui faz mais pressão no contacto e começa masturbando-o.

 

Quando o amigo começa a masturbação

     Pedro! Repentinamente afasta o edreon e levanta-se um pouco indignado.

 

        - Mas que é isto? Julgas que sou Gay?

 

     Rui ficou atrapalhado com a atitude do Pedro, pois esperava outra reacção do amigo.

 

        - Desculpa pá!.. Foi com o calor e a reacção das cenas do filme.

 

        - Pois! Se tu tens essas manias e as praticas com o teu amigo Nelson, isso é com vocês! Mas essas coisas não são comigo. Tenho namorada e vou casar com ela.

 

O Segredo de Brokeback Nountain

 

    

        Pedro vestiu-se rapidamente e desarvorou porta fora.

 

 

        Nem acabou de ver o filme que transmitia na altura uma canção dedicada ao tema “menino”.

 

 

 

Segue para a (VI Parte)

 

             Nelson Camacho D’Magoito

          “Contos ao sabor da imaginação”

                  © Nelson Camacho
2013 (ao abrigo do código do direito de autor)

Estou com uma pica dos diabos:
publicado por nelson camacho às 19:33
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