Domingo, 28 de Setembro de 2014

Reflexão

Nelson Camacho - Cantor/actor - O Canto do Nelson

De um pensador contemporâneo

 

     Enquanto meus neurónios procuram personagens adequadas a uma história que estou escrevendo encontrei no cantinho da memória esta minha foto enquanto actor em uma peça de teatro e junto a ela este texto que divulgo aqui para vocês pois podia se dito por um Rei ou um palhaço.

 

 

Reflexão

 

     Bateu um vazio agudo, ando meio cheio de tudo

     Tudo o que eu vivo chegou á um tempo em que de tanto lutar, lidar, esmiuçar, começou a desfalecer, perderam os sentidos, perderam as vontades, findaram os temporais acabei virando mendigo do meu destino, mendigo de mim mesmo, catando os pedaços que sobram, tentando ainda com todo ardor completar as peças para que pelo menos eu pudesse ver e relembrar a paisagem que outrora habitava aqui dentro... hoje eu morri, e é assim todos os dias, desabriguei a dor, eu a libertei, não é uma cura, mas sim apenas estou sendo condescendente do que sobrou e evito brigar comigo mesmo, cansei... certo alívio sinto, e olha que alívio é uma dádiva que á tempos não me era concedida.

     O tempo é de consentimentos, o tempo é de reflexão abrupta, silêncios dividem espaços com o vazio que sobrou, aceitação do momento é algo imprescindível, me levo hoje para um lugar ameno onde eu possa me consolar, meu próprio fardo, esse é o meu lema.

     Eu sou em recluso no exilio, eu sou um cativo sem sentença, mas eu hei-de escapar daqui, todos que conseguiram, um dia tentaram

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A foto aqui apresentada é de Nelson Camacho o actor/cantor e é livre de copyright

 

       Nelson Camacho D’Magoito

                  “Textos DR”

          Para maiores de 18 anos

            © Nelson Camacho
2014 (ao abrigo do código do direito de autor)

 

 

 

 

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Quarta-feira, 24 de Setembro de 2014

A TVI volta à macacada

casa dos segredos 5 - TVI-O Canto do Nelson-Nelson Camacho

A partir de Domingo vou para a cama mais cedo

 

     Agora que a macacada volta no Domingo à programação da TVI substituindo um programa condigno e para toda a família “Dança com as Estrelas” lembrei-me e ainda venho a tempo de dar os parabéns a todos os intervenientes sem excepção na feitura de tal programa. Terminou em beleza numa competição condigna onde “O menino de coro” perdeu em abono do “macho latino”

     Um cantor que enche com milhares de espectadores qualquer sitio onde actue e outro, actor, em que as meninas ficam vidradas junto aos plasmas assim que ele aparasse em qualquer novela.

 

     Desta vez os milhares de fans do menino de coro não conseguiram suplantar as votações das meninas e dos mais ou menos que votaram no macho latino derivado à sua performance muscular.

 

     Já ouvi dizer que ele é o sexo símbolo da comunidade LGBT e foi essa a razão por que ganhou.

 

     Parabéns ao David Carreira e ao Lourenço Ortigão que souberam dignificar o “Dança com as estrelas”

 


     A Macacada vai voltar à TVI. Ainda bem! É a forma de ter mais tempo para ver outras coisas.

 

David Carreira e Lourenço Ortigão - em dança com as estrelas

 

 

Clique aqui para ver a performance artistica de David Carreira

http://www.youtube.com/watch?v=c7VSDRe8Njo

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As fotos aqui apresentadas são livres de copyright e retiradas da Net.

 

       Nelson Camacho D’Magoito

             “As minhas opiniões”

          Para maiores de 18 anos

            © Nelson Camacho
2014 (ao abrigo do código do direito de autor)

Estou com uma pica dos diabos:
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A Grande mentira

casamento na grande mentira

A Grande mentira

(Uma história como tantas outras)

Diz-se “que no mais branco caia nódoa!..”

 Foi o que aconteceu naquele dia.

 

     A festa de casamento em casa dos Sousa estava para durar, todos tinham chegado a horas como manda a boa educação. Quem casava era a Isabel Sousa, colega de universidade de várias raparigas e rapazes. Filha de gente abastada e que viviam num condomínio fechado daqueles que têm um segurança à porta do espaço e vídeo porteiro, só entrando pessoas com convite dos moradores ou por videoconferência entre o porteiro e os proprietários para onde os convidados pretendiam dirigir-se. Era quase impossível haver penetras. Até fornecedores disto ou daquilo tinham de se justificar, ficando registado a matrícula do carro. Aquilo era pior que uma prisão tal era a segurança.

     Naquele dia o Jorge teve uma certa dificuldade em entrar. Tinha deixado o carro na oficina para lavar e por coincidência quando limparam por dentro os empregados deitaram fora o envelope onde constava o convite para o casamento.

     Jorge foi logo impedido de entrar. Até foi mais difícil pois no banco de traz trazia uma caixa de tamanho razoável que era a prenda para a colega e os seguranças desconfiaram.

     Só depois de haver a tal videoconferência com os donos da casa lhe foi dado autorização para entrar e a devida explicação onde ficava a moradia.

     Não foi difícil encontra-la embora nunca lá tinha ido. Estavam todos à porta do quintal com copos na mão e gozando com ele pela atrapalhação de entrada na zona depois de Eugénia Sousa - mãe galinha - que fazia as honras da casa ter contado a todo o mundo o sucedido.

Isabel fazia 22 anos e aproveitaram o dia para o seu casamento com o Eduardo que era amigo da família quase desde o berço de ambos e morava numa vivenda mesmo ao lado.

     Jorge para além de seu colega na Universidade também era amigo do Eduardo e a coqueluche lá da escola, tipo CR7. Era o mais famoso do rubi onde jogava. Compleição física de meter inveja aos outros rapazes e tendo sempre uma legião de raparigas tentando a sua sorte.

A festa para além dos familiares dos noivos também muitos rapazes e raparigas colegas da universidade de ambos e alguns anónimos arrastados por este ou aquele colega sempre prontos a curtirem uma festa e esta era especial não só por ser o casamento dos colegas como estar presente o Jorge – “Melhorengo” no namoro mas mais nada que se soubesse.

     A festa estava linda. Muitos balões, mesas recheadas de aperitivos como entrada para a boda e muitas garrafas de champanhe. Lá no fundo do quintal coberto com um arco revestido a flores uma mesa com os paramentos religiosos onde mais tarde apareceria o padre para abençoar aquele enlace. Como era gente fina e de posses económicas também a um lado estava um palco ode desde o princípio do evento músicos lá iam tocando várias melodias a condizer com o acto.

     A conversa entre os pares era animada e misturada com alguma dança e copos de champanhe.

A miudagem mais pequena ia fazendo as suas travessuras próprias da idade.

     Como é logico nestas ocasiões os noivos ainda se resguardavam de todos esperando a entrada do padre que iria abençoar os nubentes.

Isabel no seu quarto dava os últimos retoques na maquilhagem conjuntamente com sua mãe, enquanto seu pai ia fazendo as honras da casa e conversando com o pai do noivo que também se encontrava em casa – mesmo ao lado - aguardando o sinal.

     Entre todos os convivas alguns, principalmente as meninas, iam-se afastando para fazerem os seus retoques na maquilhagem e criticas disto e daquilo entre elas como é seus hábitos. Também os rapazes, a-pouco-e-pouco iam desaparecendo. Uns atrás de algumas raparigas outros para darem as suas “mijadelas” para se prepararem para mais uns copos. Jorge!.. Nem vê-lo. Devia estar atracado a alguma miúda mais sortuda em qualquer canto da casa.

     A certa altura a orquestra começou a tocar a marcha nupcial e o padre dirigia-se ao improvisado altar. A consagração do acto ia começar. Todo o mundo se aproximou e o mestre cerimónias conduzia todos de forma a deixarem um espaço tipo corredor para que a noiva passa-se.   

A orquestra começou depois de um certo espaço de tempo a tocar mais alto e mais compassado e lá apareceu ao fundo do corredor improvisado a noiva Isabel de braço dado com seu pai. Estava deslumbrante no seu vestido branco e de cauda comprida segura por dois primos mais novos como pajens. Mais parecia uma cena de cinema.

     Junto ao improvisado altar ali ficou Isabel só esperando o noivo pois o pai já se tinha afastado para junto ma mulher.

A orquestra voltou a tocar a marcha nupcial e todo o mundo se voltou para a suposta entrada do noivo que não havia meio de chegar.

Voltou a tocar e ao fim de três minutos, voltou a tocar e tocou novamente. O padre e os convivas já estavam impacientes alguns até diziam –      Queres ver que o Eduardo se arrependeu e deu à sola? –

      A impaciência começou a notar-se ainda mais.

     Os Sousas e os pais do Eduardo cochichavam entre si com caras de poucos amigos e D. Eugénia Sousa afastou-se do grupo e subido até ao altar aproximando-se de sua filha que tremia como varas verdes e as lágrimas começavam a cair-lhe esborratando já a maquilhagem.

 

        - Então filha?.. O que se estará passando com o teu noivo?

        - Não sei mãe!... Terá acontecido alguma coisa?

        - Os pais dele também estão preocupados.

        - Mãe!.. Será que se arrependeu à última hora?

        - O melhor é ir lá a casa ver o que se passa.

        - Eu vou também.

 

     Ambas juntaram-se aos futuros sogros e mostrando a as suas preocupações pediram para irem lá a casa que era mesmo ao lado tentarem ver o que se passava os quais se prontificaram de imediato irem.

 

        - Nós vamos lá a casa ver o que se passa – disseram estes.

        - O Sr. Sousa também se prontificou.

 

     E foi assim que todos em cortejo seguiram para a residência. Os mais curiosos quando constatavam com o que se passavam também fizeram cortejo com a noiva à frente.

     Entraram em casa do Eduardo, subiram as escadas interiores e foram direitos ao quarto deste.

     Abriram a porta e qual o espanto de todos.

 

     Eduardo e Jorge estavam nus em cima da cama em ameno acto sexual que ao verem a porta do quarto abrir-se olharam muito espantados.

 

     Isabel ainda vestida de noiva e D. Eugénia caíram desmaiadas redondamente no chão.

Copula gay em dia de casamento

 

As fotos aqui apresentadas são livres de copyright e retiradas da Net.

Qualquer semelhança com factos reais é mera coincidência, ou não! O geral ultrapassa a ficção

 

     Nelson Camacho D’Magoito

   “Contos ao sabor da imaginação”

          Para maiores de 18 anos

              © Nelson Camacho
2014 (ao abrigo do código do direito de autor)

 

 

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Segunda-feira, 1 de Setembro de 2014

Afinal ele é bissexual – II Capitulo

Um telefonema a meio da noite Nelson Camacho

II Capitulo

Um Mês depois o telefone tocou!...

Ver o I Capitulo

 

     Já me tinha esquecido daquele encontro seguido do beijo roubado.

    A minha vidinha lá ia passando na pasmaceira do costume e porque o tempo assim o permitia, uns dias na praia e outros na conversa da treta com alguns amigos na esplanada da mesma.  Há noite passava-as na minha solidão junto ao televisor vendo as novelas e alguns filmes. Ninguém me chateava. Nem cão nem gato nem mulher para me fazerem a cabeça. Só duas vezes por semana recebia a D. Elvira, senhora da limpeza para me dar volta à casa.

     Um dia o telefone tocou. Primeiro não atendi. Devia ser alguém para me chatear, situação que não estava para ali virado. O telefone voltou a ligar. Espreitei mas não reconheci o número e resolvi atender. Então ouvi do lado de lá, uma voz que não reconheci:

 

- Ainda estás sangado comigo?

- Mas quem fala? Que me lembre, não estou sangado com alguém!..

- Sabes? Tenho sentido a tua falta… As tuas histórias e os conselhos que me deste entre linhas naquela noite.

 

      Por incrível que parecesse, não havia meio de me lembrar de alguém que me dissesse tal coisa e atirei:

 

- Olhe meu amigo, se quer brincar comigo vá brincar com o caralho pois estou a ficar irritado.

- E se te disser que me ofereceram dois bilhetes para uma revista no Parque Mayer e queria convidar-te para me acompanhares?

 

     De repente e antes que me saltasse a tampa, lembrei-me do tal João que tinha conhecido tempos atras no Politeama e mais calmo respondi:

 

- Desculpa a forma como respondi mas não estava à espera que um gajo me dissesse que tinha saudades minhas e juguei ser brincadeira.

- Não faz mal. Também levei um mês e tal a ganhar coragem para te telefonar e agora que estou na posse de dois bilhetes para a revista e sei que gostas, ganhei coragem para te telefonar. Já sabem quem sou?

- Sim!.. Já sei! És o tipo que me roubou um beijo.

- E ainda estás sangado comigo por ter tomado essa atitude?

- Não me zango tão facilmente. Embora na altura, se bem me lembro. Fiquei um pouco atrapalhado, mas já me tinha esquecido.

- E esqueceste mesmo? Ou quiseste esquecer? Sempre queres ir ao teatro comigo?

- E quando é?

- Na próxima sexta-feira. Podemo-nos encontrar por volta das vinte horas à porta do Parque.

 

Ainda estou para saber a causa da pachorra em ouvir tudo aquilo. Talvez por me encontrar um pouco só e porque me lembrei do que se tinha passado com o tal João e também porque não achava justo receber um bilhete para o teatro que custa em média vinte cinco euros e porque me lembrei que ele não tinha carro e iria de comboio para lisboa, respondi:

 

- Vamos fazer assim… Em vez de nos encontrarmos em Lisboa, vou buscar-te a Sintra mais cedo, vamos jantar e depois então vamos à tal peça.

- Não esperava tanto de ti, mas agradeço e fico esperando à porta de minha casa se ainda te lembras onde é.

- Certamente que me lembro. Foi uma noite que embora esteja longe no meu pensamento agora recordo tudo bem recordado.

- Então ficamos assim! Espero-te sexta-feira por volta das dezassete e meia.

- Ok!.. Vou lá estar.

 

     E desliga-mos os telefones.

 

     Porque gosto de cumprir as minhas promessas inclusive os horários, às dezassete e trinta lá estava eu na sexta-feira a chegar junto ao prédio onde o tinha deixado um mês e tal antes. Não sabia em que andar morava e como não ia para ali tocar a buzina nem tocar em qualquer campainha da porta. Esperei um pouco. Não foi muito pois ao que parecia também o João é cumpridor dos seus combinados e logo o vi assomar à janela do primeiro andar, gritando – desço já.

     Mal desapareceu no interior da janela apareceu uma jovem com cara de curiosa tentando encontrar a quem João tinha gritado, mas não viu nada até que se recolheu no instante em que João aparecia à porta, dando uma corridinha para o meu carro abrindo a porta entrando e todo esfusiante dizendo:

 

- Vamos?

- Então, boa tarde! – Respondi.

 

     João colocando a mão em minha perna respondeu:

 

- Boa tarde! Vamos?

 

     Ao mesmo tempo que punha o carro a trabalhar perguntei:

 

- Só por curiosidade… Quem era a moça que veio à janela?

- Era a minha irmã que veio cá a casa para falar com minha mãe.

 

     Embora notasse um pouco de desconforto na resposta, não liguei e nunca mais falei sobre o assunto.

 

- Nunca julguei que aceitasses o convite.

- Também não sou do tipo de aceitar convites destes assim logo à primeira mas como não tinha nada para fazer e quando me acenam com bilhetes para uma revista nem olho para traz.

- E foi só isso?

- Que me lembre assim de repente não foi por mais nada.

- Julguei que tinha sido por te teres lembrado que não sou má pessoa e te roubei aquele beijo.

- Já estivemos a falar melhor. Achas que um beijo dado por um homem me ia tirar o sono ou aceitar um convite para uma saída?

- Não te quis ofender mas a verdade é que nunca mais me esqueci e gostaria de repetir a dose,

- Não é agora que estou a conduzir que me vais roubar outro?

- Não! Mas sentindo que fui retribuído na altura, estou pronto a repetir a dose noutra altura.

- E se falássemos sobre onde vamos jantar?

- No Parque Mayer há um restaurante “A Gina” que ainda vai sobrevivendo naquele espaço mesmo ao lado do teatro onde podíamos ir e tens local onde arrumar o carro em vez de andarmos pela cidade à procura de lugar e depois voltarmos.

 - Também é bem pensado.

 

      De Sintra a Lisboa pela IC 19 àquela hora não havia muito trânsito e depressa chegamos ao nosso destino. O Parque Mayer.

     Depois de arrumar o carro dirigimo-nos ao Restaurante a Gina que contrariamente ao que estava à espera, fui reconhecido o que deixou o       João um pouco embaraçado pois de mim nada sabia a não ser um tipo com história de vida para contar e perguntou:

 

- Afinal de contas quem és na realidade?

- Sou um filho da noite em que Lisboa e não só, eram os meus locais de vida.

- Essa do não só deixa-me um pouco confuso.

- Tal como eu fiquei confuso quando te assumiste como gay. O que não estava à espera e que felizmente não tens tiques, eis porque aceitei o teu convite para esta noite.

 

     Esta conversa já se estava a passar sentados à mesa e junto ao empregado que me tinha cumprimentado e à espera do pedido.

   Depois do jantar misturado com uma conversa de circunstância nunca divulgando quem eu era profissionalmente assim como ele dizendo somente que eu lhe parecia seu pai que tinha falecido há uns anos e era essa a razão por que procurava amizades mais velhas.

    O jantar acabou e lá fomos para o “Maria Vitória” ver a revista.

Final de revista no teatro Maria Vitoria - Nelson Camacho D'Magoito

 

     A peça terminou como era de esperar com um final brilhante com todo o mundo em cena e toda sala levantada aplaudindo.

Já no carro João comentou:

 

        - Isto é o verdadeiro teatro que eu gosto.

        - Pois! É único no mundo e é pena que desde o 25 de Abril todos os governos se tenham esquecido da cultura inclusive deste tipo de revista e tenha deixado ficar o Parque Mayer nesta degradação total. Fecharam todos os teatros e restaurantes e hoje é um parque de estacionamento. O que resta é este Maria Vitória e deve-se ao amor e persistência que o empresário Elder Freire tem tido ao longo dos anos assim como os proprietários do restaurante Gina, onde jantámos que lá vai seguindo à custa de muitos sacrifícios.

        - De facto é uma pena. Ainda sou novo mas o que tenho ouvido de malta mais velha este parque era como a Broadway

      - Sim. Havia vários teatros restaurantes, cafés e bares onde todos os artistas conviviam em tertúlias. Aqui discutiam-se contractos, marcavam-se encontros, namorava-se e até se arranjavam casamentos. Outros tempos.

        - Falando assim com um tom de uma certa saudade e depois de ter reparado da forma como foi recebido no restaurante afinal quem é você?

        - Talvez como diz o poeta: - “Ninguém….”

        - Lá está você com meias palavras.

        - Olha rapaz, antes do mais o melhor é começarmos por nos tratar por “tu”. Essa coisa do você cheira-me a conversa de velhos.

        - Você!.. Desculpa… Tu. És impagável.

        - Como dizia o outro “são muitos anos a virar frango”

        - E achas que sou um “frango” que se possa virar?

        - É tudo uma questão de oportunidade. Não te esqueças que foste tu que deste a primeira dica.

        - E se fossemos tomar um copo?

 

     Toda esta conversa tinha sido feita entre entrarmos no carro, aguardar-mos na fila para sair do parque. Enquanto me dirigia à máquina de pagamento a minha mente, como diz uma amiga minha, “perversa” logo engendrei maneira de não ir ao tal bar tomar o copo mas sim a minha casa.

 

         - Achas que tomar um copo no meio da multidão que se encontra nos bares `sexta-feira poderíamos conversar mais à vontade?

         - Também tens razão mas ir para a beira-mar também é perigoso.

         - E se fossemos tomar o tal copo em minha casa? Já que fica no caminho da tua?

         - Acho que seria o morango em cima do bolo.

        - Essa do morango, não será um pouco afrodisíaco? Champanhe, Chantilly e whisky ainda se arranja, mas os morangos a esta hora não me parece. Hihihihhi

 

     Como dei uma pequena gargalhada após o meu dito João também com os olhos cintilantes e um esgar de sorriso aberto colocando uma mão na minha perna e com ar de menino bonito comentou:

 

        - Mas é para já. Se fosse eu a conduzir… só parava lá.

 

     Foi com toda esta desfaçatez e quase sem muita conversa pelo caminho que finalmente entra-mos em minha casa.

    Mal entramos em minha casa o João sofreu a maior surpresa da sua vida. Estava desvendado o mistério. Afinal estava ali esparralhado logo nas paredes das escadas ao primeiro andar fotografia do meu passado não podendo assim esconder ter sido alguém dedicado às artes artísticas do cinema e do teatro. Lá bem ao fundo uma foto do meu casamento.

    Mais ficou um pouco atordoado quando ao mesmo tempo que ia subindo as escadas, automaticamente se iam acendendo pequenos projectores incindindo nas ditas fotos.

 

        - Mas isto parece uma cena de um qualquer filme…

       - Depois de ter passado por tantos decores lembrei-me de fazer da minha casa um álbum de recordações. A mim dá-me um certo gozo e a quem me visita pela primeira vez fica expectante. É essa a ideia e parece que resulta.

        - Se resulta!... Nunca pensei encontrar uma casa assim. O resto também é um convite ao antigamente?

        - Não!... Tirando o quarto que é o mais moderno que consegui, o resto continua a ser um baú de recordações. Tem peças mais velhas que eu a não ser o escritório que tem a modernice de um bar onde vamos tomar o tal copo.

        - Posso tirar o blusão?

- Mas estás à vontade. Faz desta a tua casa se assim o entenderes.

 

     Dirigimo-nos para o tal bar onde normalmente, tenho um balde de gelo com uma garrafa de champanhe. Abri-a e enchi dois flûtes e fizemos um brinde à nossa futura amizade.

 

         - Dizes que o quarto é o único com modernices.

         - Queres ver?

         - Senão te importas…

  

      Entramos. De facto para qualquer jovem habituado a ver quartos no cinema aquele era efectivamente esquisito.

     Ao entrarmos automaticamente acendem-se projectores sobre uma cama redonda que se vai movimentando pouco a pouco em si própria. Em uma das paredes existe um plasma de mais de um metro dando a ideia que estamos vendo uma tela de cinema. A um canto uma máquina de ginástica. E a outro um pequeno bar com uma variedades de garrafas e copos de cor translúcidos. Mais duas portas sendo uma de vestiário e outra de um banheiro fazendo daquele espaço uma pequena suite.

 

     João atirou-se para cima da cama e só disse:

 

         - Posso cá ficar o resto da noite?

 

     E ficou!... Não só o resto da noite como durante dois anos.

 

Amor gay no final o descanso do guerreiro

 

 

     Poder-se-á dizer que o amanhecer daquela noite foi a repetição de muitas como o “descanso do guerreiro”.

   Primeiro ficava cá em casa duas vezes por semana. Mais tarde passou a ser três vezes, mais tarde também aos fins-de-semana que aproveitávamos para dar uns passeios. Mal saia do emprego ai vinha ele até. Como trabalhava em Lisboa e tinha de apanhar o comboio e depois a carreira combinámos que o melhor seria comprar um carro e assim o fez.

      Um dia chegou a casa mais tarde do costume com o resto da roupa e alguns pertences.

 

        - Estou totalmente livre.

        - Mas ouve algum problema no emprego? Perguntei.

     - Não!... Estou livre dos problemas lá de casa. Posso passar a viver contigo no pleno. Mais ninguém me vai chatear. Assumi-me completamente.

 

     Nunca tínhamos falado do relacionamento dele com a família. Só sabia que vivia com a mãe e com a irmã.

   Sendo um tipo trabalhador, que ajudava nas despesas da casa e não me arranjava problemas e até gostava dele e nos entendíamos sexualmente aceitei a ideia de passar a viver comigo.

 

    Não sabia quais os problemas lá de casa nem queria saber o todo. Só fiquei a saber que ele se tinha assumido na sua tendência sexual e julguei que essa atitude não tivesse sido aceite por sua mãe.

 

Dois anos depois

 

     Há muita gente que actualmente vive oficialmente em “comunhão de facto” o que não era o nosso caso. Vivíamos como dois amigos, cada um com o seu emprego e carro para podermos ter também um pouco de privacidade.

 

     Entre as nossas várias saídas, uma noite fomos ao “Centro Cultural Olga Cadaval” em Sintra, ver um espectáculo. Como costumo dizer por graça “Naquela noite Deus estava a dormir”. Quem estava no lugar ao lado do João? Sua mãe acompanhada pela moça que um dia a tinha visto à janela e que ele me tinha dito ser sua irmã.

 

     Aconteceu uma pequena peixeirada homofóbica como nunca tinha ouvido:

 

     A tal dita irmã debruçando-se sobe a sogra comentou num tom um puco alto de forma a toda a agente ao redor ouvir :

 

        - Com que então foi com ele homem que te juntaste? Meu paneleiro?

 

     João estremeceu… As lágrimas começaram a cair-lhe e segurando-me num braço:

 

        - Por amor de Deus… Vamos embora……

 

    Ao nos levantarmos ainda ouvi um certo burburinho das pessoa em volta que foram abafados pelo inicio da orquestra. Ia começar o espectáculo que para nos nunca vimos.

 

      Esta história podia acabar aqui, mas não.

 

     João não acabava de chorar enquanto eu o consolava com comentários de circunstância embora estupefacto com o acontecido.

 

     Depressa chegámos a casa sem mais palavras.

 

     Eu só pensava: E agora! O que é que eu faço?

    Nunca tínhamos falado do assunto pois ele sempre se assumiu como gay passivo. Eu sei que num casal hetro ou bi há sempre muitas coisas que não se sabem, fazem parte do íntimo de cada um, mas aquela descoberta da irmã que não era irmã mas sim ex-mulher do João estava a deixar-me preocupado. Também sei que o passado de cada um é uma história que não pertence ao outro, mas agora o que vai ser de ali para a frente?

 

     Chegamos a casa, fui deitar-me enquanto João encheu um como de whisky e foi deitar-se no sofá da sala.

 

     E agora o que é que eu faço? Você sabe?

FIM

 Roberto Carlos em 1988 – O que é que eu faço?

https://www.youtube.com/watch?v=hm_YQ8LUltI

As fotos aqui apresentadas são livres de copyright e retiradas da Net.

Qualquer semelhança com factos reais é mera coincidência, ou não! O geral ultrapassa a ficção

 

       Nelson Camacho D’Magoito

        “Contos ao sabor da imaginação”

            Para maiores de 18 anos

                 © Nelson Camacho
  2014 (ao abrigo do código do direito de autor)

música que estou a ouvir: O que é que eu faço?
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Afinal ele é bissexual - I Capitulo

afinal ele é bissexual - elon camacho d'magoito

I Capitulo 

     Já lá vão dois anos quando numa noite sem saber o que fazer depois de um jantar num dos restaurantes na rua das Portas de Santo Antão resolvi ir ver uma peça de Filipe Lá Féria no teatro no Politeama. O teatro, como é hábito, estava cheio e no intervalo pedir uma bica ao balcão do bar estava a ser difícil. A fila estava grande até que um jovem que se encontrava à minha frente olhando para trás e mirando-me de-alto-a-baixo perguntou:

 

        - É bica que quer?

        - Sim!... Disse um pouco admirado.

 

      O moço falando um pouco mais alto para o empregado pediu:

 

         - Jorge!... Podes dar-me duas bicas?

 

      E rapidamente as duas bicas apareceram em cima do balcão.

 

        - Afinal de contas sempre é bom ter um amigo em tudo o que é sitia!... Comentei eu.

     - Sim!.. É verdade! Eu faço questão de fomentar amigos para viver melhor. Sem amigos deve ser uma pasmaceira.

        - Pois!.. De facto tem razão. Viver sem amigos deve ser chato. Olhe… Agora deu certo. Conseguimos passar à frente de toda a gente.

         - Pode ser não muito ético mas quem não tem uma migo tá lixado.

 

     A conversa estava a ser interessante mas havia mais gente para ser atendida e pegámos nas chávenas e afastamo-nos.

     Não tendo mais nada para dizer naquele encontro furtuito tentei fazer uma conversa da treta:

 

        - Não há dúvida que o nosso povo é cheio de habilidades.

        - Pois!.. Quem não tem uma boa cunha está tramado.

        - Onde houver uma fila, dá sempre jeito.

       - Não é só nas filas. É nas finanças, nos bancos nos empregos e até no teatro. Eu por exemplo, é através de amigos que arranjo sempre bilhetes para o teatro.

        - Não me diga que hoje também foi uma borla.

        - Venho ver todas as peças aqui do politeama.

        - Não é uma questão de queixa, mas vir ao teatro que adoro não pode ser actualmente a prioridade. Moro fora de Lisboa e fazendo contas. Gasolina, jantar e o bilhete, tirando um copo ou outro depois do teatro não fica menos de cem euros e a vida não está para brincadeiras.

 

     Não me estava a queixar à primeira pessoa que encontrava, mas sim a constatar um facto de como vive a maioria dos portugueses.

 

    João. Pois era o nome que mais tarde vim a saber se chamava o meu novo amigo olhava-me atentamente e quando se prontificava para o contraponto do meu diálogo, tocou a estridente campainha avisando que o intervalo tinha acabado.

 

        - Gostei do seu ponto de vista. Encontramo-nos à saída para um bate papo? Perguntou João.

        - É meu hábito no fim, ir tomar um copo ao Riba Douro aqui em frente. Se me procurar, terei muito gosto.

 

     Como não podia deixar de ser fiquei bastante satisfeito com a peça, aliás, outra coisa não era de esperar pois todas as realizações do Lá Féria são dignas de se verem. Dirigi-me para o Riba Douro e procurei uma mesa a um canto, pedi um fino e um prego. Tinha jantado já há uma horas e como não fazia tenções de fazer algo para comer quando chega-se a casa, já ia remediado para me deitar. Nunca pensei voltar a ver o tal João, mas enganei-me. Aí estava ele de nariz no ar procurando-me. Encontrou-me e sem mais elas, sentou-se.

 

        - Prontos!... Cá estou.

        - Se quer saber honestamente não o esperava.

        - Mas eu não disse que gosto de fazer amigos?

        - Sim!... De facto!... Mas como não sou muito de entabular conversa com a primeira pessoa que conheço. Não esperava.

        - Sabe!.. Gostei de ouvir o que disse a respeito das possibilidades das pessoas nas idas ao teatro.

      - De facto o que eu estava a tentar dizer não era de forma alguma a queixar-me mas a constatar um facto de como vive a maioria dos portugueses. Já não é nada como antigamente.

        - Mas acha que antigamente se vivia melhor?

       - Podia não haver tanta fartura nem as novas tecnologias, mas por exemplo: Em termos de teatro as salas estavam sempre cheias e no Parque Mayer havia quatro teatros com duas sessões permanentemente a trabalharem. O Teatro Nacional, outro tipo de teatro, também faziam grandes produções com grandes actores e as salas estavam permanentemente cheias, assim como o Teatro Nacional de São Carlos, não falando no Coliseu onde vi grandes companhias de circo espectáculo que hoje só é possível ver nos circos itinerantes e de fraca qualidade.

         - Amigo… Isso não é um pouco de saudosismo?

        - Não!... É a realidade dos factos. Não me venham dizer que hoje se vive melhor que antigamente. Veja-se a questão dos empregos. Havia emprego para toda a gente. Eu cheguei a trabalhar em várias empresas na mesma rua. Quando me chateava com uma ou porque me ofereciam mais uns escudos, rapidamente saltava para outra. Só não tinha trabalho quem não queria.

         - Mas hoje as técnicas e os saberes são outros….

 

        - Sim…. Tem razão… Mas a fome também é outra. Já viu quantos milhares de pessoas sobrevivem com reformas de duzentos e tal euros? Quantas casas são entregues ao banco por falta de pagamento. Quantos licenciados nisto e naquilo estão desempregados e não saem ou voltam para casa dos pais ou não casam para constituir família? E quando o fazem a primeira atitude a tomarem é não terem filhos.

        - Talvez se não houvesse ou tenha existido tudo isso, neste momento não estaríamos a conversar e eu a aprender mais um pouco do que é a realidade da vida.

       - Meu caro, não sou nenhuma enciclopédia da vida mas com experiência suficiente para poder separar o trigo do joio. Tudo o que a rapaziada de agora faz, também eu já fiz no meu tempo de juventude, mas com mais tino.

        - Para quem o ouvir falar até parece que tem uma avançada idade.

         - Uma forma simpática de me chamar “cota” mas já fiz tudo que o homem pode fazer.

         - Tá visto que é casado.

       - Não!... Já casei pela Igreja e outros de ajuntamento, tenho um filho, escrevi um livro e plantei várias árvores. Hoje quero gozar o mais possível os restos que me restam.

         - Mora em Lisboa?

        - Não!... Moro no Magoito. Uma terra simples e pacata onde tenho uma casa sobranceira ao mar, deliciando-me com a praia mesmo ali ao lado.

          - Tem piada…. Magoito não é uma praia da linha de Sintra?.... É que eu moro também na linha.

          - E mais propriamente dito onde?

          - Não tenho a sorte de morar junto ao mar mas tenho a Serra. Ainda moro em casa de meus pais, numa casa antiga e mesmo na Vila.

 

     Já estávamos apresentados e ditos o essencial de cada um e seguimos com uma conversa da treta até que um empregado chegou junto a nós a informar que iam fechar. Nem demos pelas horas.

 

         - Na nossa apresentação eu disse chamar-me João e você?

 

     Alália de brincadeira respondi:

 

         - Nelson. Um seu criado.

 

      Tomando conta da forma como disse meu nome, também respondeu num tom que poderia ter sido sarcástico mas no fim vim a descobrir que havia algo mais.

 

         - Sabe Nelson, esta noite aconteceu algo que há muito andava esperando.

         - Mas como assim?

         - Sou um rapaz novo e sempre gostei de ter amigos mais velhos. Pessoas que têm um saber especial e que me podem ensinar o que não se aprende nas escolas e nas curtas experiência de vida que vamos tendo. Já não tenho Pai nem avô para me contarem coisas do antigamente. A malta da minha idade nada de novo me apresenta. Aos dezoito anos conheci um tipo de quarenta anos que me abriu os olhos para a vida. Partiu inesperadamente depois de um ano de convivência e até agora foi a primeira vez que conheci alguém com o perfil indicado para uma futura amizade, se assim estiver disposto.

 

     Se aquela conversa tivesse sido feita por uma garina seria ela que me estava a engatar. Mas não! Não podia ser. O João era um rapaz já com vinte e poucos anos, bem-apessoado e com uma apresentação agradável e sem quaisquer tiques que o meu cérebro se virasse para outro contexto.

      Pagamos a nossa despesa, cada um a sua - à moda do Porto – e saímos.

Já na rua deu-me um cartão com o telefone e fui obrigado a dar-lhe também o meu.

 

        - Então despedimo-nos aqui e espero que um dia me telefone para me dar outra lição de vida.

        - Onde deixou o carro?

        - Mas eu não tenho carro. Vim de comboio.

        - Deve ser uma grande chatice andar de comboio, principalmente a esta hora da noite.

        - Mas também é mais rápido e não estamos sujeitos a acidentes.

        - Pois tem razão mas enquanto poder, quem me tira o carro tira-me tudo. Sabe uma coisa?

        - O que é?

       - Já não sei andar de autocarro. Perco-me sempre. De comboio às vezes ando e de metro também. Já lá vai o tempo em que tinha dois carros. Um em casa e outro em Lisboa. Vinha de comboio e assim evitava a estrada.

         - Isso é que era boa vida…..

         - Pois como vê. Nalgumas coisas o antigamente era melhor. Hoje só tenho um carro e viva o velho.

         - Pois eu tenho de me apressar pois está na hora do último comboio.

         - E se eu o levasse a casa, já que não dista muito da minha.

         - Epá!.. Isso era a cereja no topo do bolo.

 

     Assim aconteceu. Caminhámos até à avenida da Liberdade onde tinha deixado o carro e seguimos viagem.

Durante o caminho falamos de tudo e de todas as coisas enquanto íamos ouvindo um pouco de musica emanada de uma pen que é uma playlist que faço para viagens com todo o género. Desde o fado até aos clássicos.

     A viagem correu normalmente com conversa de circunstância até chegarmos a Sintra.

     Quando parei o carro junto à morada que ele me tinha indicado.

     Olhou para mim com ar de interrogação e disse:

         - Posso dizer-lhe uma coisa muito íntima?

         - Claro que sim!.. Creio que já nos conhecemos o suficiente. Venha de lá essa coisa íntima.

 

      Já tínhamos falado de tanta coisa que mais uma revelação íntima certamente não me iria afectar no entanto fiquei expectante perante o olhar penetrante do João.

 

         - Não te vais zangar comigo?

 

     Não deu tempo a dizer qualquer coisa ou seja se iria ficar zangado ou não pois senti suas mãos envolverem-me a cabeça e dar-me um tremendo beijo na boca.

 

      Todo o meu corpo estremeceu e depois fiquei inerte. Talvez porque a minha reacção não tivesse sido de desaforo, senti as mãos do João com mais força na minha cabeça e voltou a beijar-me. Desta vês um beijo mais condimentado ao qual retorqui com língua e tudo e como não houvesse amanhã.

     Não sei o que estava a acontecer, mas sabia que há muito alguém não me beijava assim de tal forma que durou algum tempo.

 

     Afastamo-nos e João com o ar mais carinhoso que jamais tinha visto balbuciou:

 

         - Desculpa… mas sou gay e fiquei apaixonado por ti.

 

     Se tivesse um buraco por ali tinha-me enfiado por ele abaixo. Embora situações destas já se me tenham deparado ao longo da vida, desta vez foi como um balde de água fria derivado ao já me encontrar na casa dos cótas. Só tive ocasião para dizer:

 

- Tudo bem!...

- Não esperavas? Não estás zangado comigo? Entendes o que fiz? Não és contra dois homens amarem-se? Não és homofóbico? Ficas bem?

- Tá…Tá…. Tá tudo bem. Não é preciso tantas perguntas e não fiques atrapalhado. Não sou homofóbico e entendo muito bem as relações entre homens. Só que não estava à espera desta.

- Gostaste do beijo?

 

     Não sei bem porquê mas com dois dedos coloquei-os nos lábios dele como a cala-lo e foram os meus lábios que se aproximaram dos dele como a selar em segredo que seria só nosso.

 

     Estávamos os dois um pouco atrapalhados e olhando para fora do carro já víamos lá ao fundo alguém a descer a rua com o sol a começar a despontar no horizonte.

 

          - Telefonas um dia destes? Depois de te passar o susto? – Perguntou o João ao mesmo tempo que se ria com ar de sacaninha. Abri-o a porta e lá ia à sua vida.

 

      Ainda mal refeito de tudo o que acontecera, coloquei o sinto de segurança e fui para casa.

Segue para o II Capitulo

 

As fotos aqui apresentadas são livres de copyright e retiradas da Net.

Qualquer semelhança com factos reais é mera coincidência, ou não! O geral ultrapassa a ficção

 

 

       Nelson Camacho D’Magoito

             “Contos ao sabor da imaginação”

          Para maiores de 18 anos

            © Nelson Camacho
2014 (ao abrigo do código do direito de autor)

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Praias de nudismo

Praia do meco - o canto do nelson

Um dia de sorte

 

     Um amigo espanhol que tenho em casa a passar férias quando chegou a casa a alegria e satisfação total vinha estampada no rosto.

      Tinha descoberto a “Meca” na Praia do Meco.

     Ele não sabia que em Portugal havia outras praias onde poderia ter encontrado a “Meca” dos encontros furtuitos para uma boa relação e então informei-o das nossas praias de nudismo umas legalizadas outras não mas que o naturismo é tolerado.

      Todas estas praias também são frequentadas por Gays.

 

engate gay na praia do meco

Engate gay na praia do meco

NORTE

 

1- Praia do Furadouro

2- Praia das Pedrinhas (Apúlia/Ofir)

3- Foz do Minho. Junto à Foz do Minho, no pinhal do Camarido, a norte de Moledo do Minho. De um lado Portugal, do outro Espanha. De um lado a água fria e agitada do Atlântico, do outro a água doce e calma do rio.  GPS: N 41º 51' 51"; O 8º 51' 52"

 

 CENTRO

 

1- Praia da Cova da Gala (zona a sul do Parque de Campismo)

2- Praia do Malheirão (Mira)

 

GRANDE LISBOA

 

1- Meco. É a Meca do naturismo português. Quatro quilómetros de areia a águas limpas. GPS: N 38º 29' 20"; O 9º 11' 2"

2- Praia da Bela Vista Fica na zona da Costa de Caparica, no concelho de Almada e foi oficializada como naturista em 1996. Fica situada cerca de 1km a Norte da Fonte da Telha e o acesso pode ser efectuado através da estrada municipal ou através do comboio que lá passa na época balnear.

3- Fonte da Telha. É junto à Fonte da Telha (Costa de Caparica) que se situa a praia da Bela Vista e a Praia 19, onde gays e heteros convivem sem problemas, uns com roupa de banho e outros a fazer nudismo. A Praia 19 é a principal praia gay de Portugal. GPS: N 38º 36' 11.96''; O 9º 12' 39.78''

4- Praia da Nato/ Zona Sul da Fonte da Telha

5- Praia da Ursa. Um dos segredos mais bem guardados da área de Lisboa – ou não fosse de difícil acesso. Situa-se na paisagem protegida de Sintra. Já foi descrita como "a praia mais bonita de Portugal". GPS: N 38º 47' 25"; O 9º 29' 33"

 6- Alterinhos. Praia oficial de nudismo, próxima da Zambujeira do Mar, GPS: N 37º 31' 35"; O 8º 47' 7"

 

ALGARVE

 

1- Praia de Cacela Velha

2- Praia Grande

3- Praia do Submarino

4- Murração. Fica na zona da Carrapateira (Algarve) GPS: N 37º 9' 17"; O 8º 54' 33"

5- Homem Nu. Na ilha de Tavira, fica localizado aquela que foi considerada a primeira praia nudista do país. O acesso faz-se através da praia do Barril. GPS: N 37º 5' 4"; O 7º 40' 9"

6- Furnas. Localizada entre a aldeia de Figueira e a praia de Zavial, é difícil de encontrar mas é um paraíso. GPS: N 37º 3' 23"; O 8º 51' 17"

7- Barreta. É um santuário para ornitólogos, porque localiza-se numa espécie de delta da ria Formosa. São nove quilómetros de areia quase virgem. O melhor é apanhar o barco que sai de Faro várias vezes ao dia. GPS: N 36º 57' 60"; O 7º 52' 31"

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As fotos aqui apresentadas são livres de copyright e retiradas da Net.

Qualquer semelhança com factos reais é mera coincidência, ou não! O geral ultrapassa a ficção

 

          Nelson Camacho D’Magoito

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