Quinta-feira, 4 de Agosto de 2016

Adeus Raul Solnado

Hoje apeteceu-me dizer “Adeus Raul Solnado”

De 19 de Outubro de 1939 a 8 de Agosto de 2009

 

     Num dia em que faz sete (7) anos o desaparecimento físico do meu amigo Raul Solnado, que não deixa de estar para todo o sempre na minha memória o actor como homem simples na sua vida privada e o grande actor assim que estava frente ao seu público que o adorava.

     Os Deuses levaram-no ainda novo (com 77 anos) e deixou-nos um recado “FAÇAM O FAVOR DE SER FELIZES”

     Longe de mim escrever aqui toda a biografia do Raul mas umas simples notas para memória futura.

     Raul Solnado unanimemente reconhecido como um dos maiores nomes do humor português, começou a fazer teatro na Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul  (1947), profissionalizando-se em 1952.

     Em 1953 estreia-se no teatro de revista com "Viva O Luxo", apresentado no Teatro Monumental que tinha como director Vasco Morgado pai, marido de Laura Alves.

   Desde o teatro de revista, onde com Mariema recebem os Prémios de Imprensa para melhores actores de teatro de revista, a sua vida como actor nunca mais parou.

      Em 1962 entra na revista "Lisboa à Noite", em cena no Teatro Variedades, onde interpreta os sketcks "É do Inimigo" e "Concerto do Inimigo".

     No teatro de texto, chega a representar em 1972 a peça "O Tartufo de Molière"

    Em 1995 fez "O Avarento", também de Molière, no Teatro Cinearte, encenado por  Hélder Costa..

     Cinema, entre outros filmes é protagonista do filme neo-realista "Dom Roberto", de José Ernesto de Sousa e vence o Prémio de Imprensa para melhor actor de cinema.

     Na televisão: No dia 24 de Maio de 1969 foi gravado o primeiro programa do "Zip-Zipe", no Teatro Villaret. A última emissão foi no dia 29 de Dezembro do mesmo ano. O programa da autoria de Solnado, Fialho Gouveia e Carlos Cruz foi um dos marcos desse ano.

    O programa "A Visita da Cornélia" é um grande sucesso da televisão portuguesa em 1977 com César de Oliveira adapta a Peça "Checkup" do dramaturgo brasileiro Paulo Pontes.

     Repete o enorme êxito com a peça "Há Petróleo no Beato" de 1981. "Super Silva" foi outro êxito enorme.

     A 9 de Junho de 1982 foi feito “Oficial da Ordem do Infante D. Henrique”.

Com Fialho Gouveia e Carlos Cruz apresenta na RTP o programa "E O Resto São Cantigas" onde foram recordados músicos e compositores da época áurea da música ligeira portuguesa.

     No concurso televisivo "Faz de Conta" mostra todo o seu talento ao contracenar e improvisar com os concorrentes que lhe davam réplica.

     Outro grande êxito televisivo foi Em 1993 que participou, ao lado de Eunice Muñoz, na telenovela "A Banqueira do Povo" de Walter Avancini.

    Raul Solnado pertencia ao Grande Oriente Lusitano  (GOL) desde meados da década de 1980, embora depois não tivesse sido muito activo.

Em 2001 voltou aos palcos do teatro com um papel de grande relevo na peça "O Magnífico Reitor" de Freitas do Amaral. Recebe o “Prémio Carreira Luís Vaz de Camões”.

    Foi homenageado em 2002 com a “Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa” e recebeu, em 10 de Junho de 2004, do Presidente Jorge Sampaio a “Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique”.

     Foi, até à sua morte, Director da Casa do Artista, sociedade de apoio aos artistas, que fundou juntamente com Armando Cortez, entre outros.

     Casou a 15 de Março de 1958 com Joselita Alvarenga (Cambuquira, Minas Gerais, 4 de Dezembro de 1934), de quem se divorciou a 30 de Maio de 1980. Era pai de José Renato Alvarenga Solnado (Lisboa, São Sebastião da Pedreira, 2 de Dezembro de 1959), de Alexandra Solnado e do cantor Mikkel Solnado  (1975, filho de Anne Louise), além de avô da actriz Joana Solnado.

     Após a sua morte, o Grande Oriente Lusitano reconheceu-o como maçom na sua página institucional.

     Um dos seus êxitos mais conhecidos foi

    "A Guerra de 1908", um sketch do espanhol Miguel Gila, adaptado para português por Solnado, é interpretado na revista "Bate o Pé", estreada no Teatro Maria Vitória em Outubro de 1961.

     O disco que reunia "A Guerra de 1908" e "A História da Minha Vida", editado em Abril de 1962, bateu todos os recordes de vendas de discos.

     Quando estava a transferir o este disco de vinil para CD, lembrei-me de te fazer esta simples homenagem. Eu por cá, vou continuar a ser feliz como muitas vezes mo recomendavas.

               Nelson Camacho D’Magoito

                      “Biografias” (297)

                   © Nelson Camacho
2016 (ao abrigo do código do direito de autor)

Estou com uma pica dos diabos:
publicado por nelson camacho às 21:33
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Terça-feira, 2 de Agosto de 2016

A geringonça continua

Isto é mesmo uma ”geringonça”!

     A Ponte Salazar faz dia 6 de Agosto 50 anos

     Então não é que a Casa da Moeda vai editar uma moeda de 2 Euros comemorativa da Ponte 25 de Abril?

     Vamos analisar:

     A Ponte 25 de Abril não existe. Alteraram o nome inicial “Ponte Salazar” na noite da revolução dos cravos pelos pavões do 25 de Abril.

     A Ponte Salazar tem uma história que o português não devia esquecer.

     Eu acompanhei esta história desde 1951.

A sua história:

     A primeira ideia sobre a construção de uma ponte que ligasse Lisboa a Almada, remonta ao ano de 1876.

      A ideia inicial era entre Lisboa Montijo

     Mais tarde, em 1888, um engenheiro norte-americano propôs que a ponte fosse construída entre a zona do Chiado, no centro de Lisboa, e Almada.

      Em 1889 surgiu outra ideia: Entre a Rocha de Conde de Óbidos e Almada.

      Em 1890 surgiu uma nova proposta, feita por uma empresa alemã, que propunha a ligação entre a zona do Beato e o Montijo.

     Em 1913, o governo português recebeu uma sugestão para a construção de uma ponte, retomando a ligação entre a zona da Rocha de Conde de Óbidos e Almada.       Esta proposta foi reatada, em 1921, pelo engenheiro espanhol  Alfonso Peña Boeuf, chegando o seu projecto a ser discutido no Parlamento português.

     Quando em 1929 o engenheiro português António Belo solicitou a concessão de uma via-férrea a estabelecer sobre o Rio-Tejo, a partir da zona do Beato, em Lisboa, e o Montijo, perante esta iniciativa, o então ministro das Obras Públicas, Duarte Pacheco, acabou por nomear, no ano de 1933, uma Comissão com o fim de analisar a proposta em causa, tendo ele próprio, apresentado, em 1934, uma proposta ao Governo, de que fazia parte, para a construção de uma ponte rodo-ferroviária sobre o Tejo.

      Contudo, todas estas propostas acabaram por ser preteridas em favor das obras da Ponte Marechal Carmona, em Vila Franca de Xira, aberta em 1951. Lembro-me tão bem como se fosse hoje pois foi nesta data com 16 anos, depois de ter chumbado no liceu, por castigo comecei a trabalhar na oficina de um tio “A Fernandes & Santos”

     Apenas no ano de 1953 é que o Governo português criou uma comissão com o objectivo de estudar e apresentar soluções sobre a questão do tráfego ferroviário e rodoviário entre Lisboa e a margem sul do Tejo.

   Finalmente, em 1958, os governantes portugueses decidiram oficialmente a construção de uma ponte. A concessão foi liderada pelo Eng. José Estevão de Abranches Couceiro do Canto Moniz  (então nomeado director do Gabinete da Ponte sobre o Tejo e depois ministro das Comunicações) que foi o responsável pela abertura de um concurso público internacional, para que fossem apresentadas propostas para a construção. Após a apresentação de quatro propostas, o que aconteceu em 1960, a obra foi adjudicada à empresa norte-americana United States Steel Export Company, que, já em1935, tinha apresentado um projecto para a sua construção.

     A 5 de Novembro de 1962 iniciaram-se os trabalhos de construção. No período de tempo de construção acompanhei a sua laboração como na altura funcionário do Ministério das Obras públicas.

     Menos de quatro anos após o início destes, ou seja, passados 45 meses, a ponte sobre o Tejo foi inaugurada (seis meses antes do prazo previsto, cerimónia que decorreu no dia 6 de Agosto de 1966, do lado de Almada, na presença das mais altas individualidades portuguesas, entre as quais se destacou o Presidente da República, Almirante Américo de Deus Rodrigues Tomás, o Presidente do Conselho de Ministros, António de Oliveira Salazar e o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Gonçalves Cerejeira, recebendo a denominação de Ponte Salazar.

     Salazar não pretendia que a ponte tivesse o seu nome, mas, “por iniciativa do ministro das Obras Públicas, engenheiro Arantes e Oliveira, corroborado pelo Presidente da República, Américo Thomaz, Salazar foi pressionado a aceitar a denominação de “Ponte Salazar”.

     O seu custo rondou, preço à época da sua construção, o valor de dois milhões e duzentos mil contos, o que corresponde, sem ajustes à inflação, a perto de 11 milhões de euros, no prazo previsto e sem derrapagens orçamentais.

     A grandeza e a imponência da Ponte 25 de Abril está bem expressa no facto de, à data da sua inauguração, ser a quinta maior ponte suspensa do mundo e a maior fora dos Estados Unidos. Passados cinquenta anos, após a sua inauguração, ocupa, agora, o 20º lugar, a nível mundial.

              Nelson Camacho D’Magoito

        “Contos ao sabor da imaginação” (296)

               Para maiores de 18 anos

                   © Nelson Camacho
2016 (ao abrigo do código do direito de autor)

publicado por nelson camacho às 22:59
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