Terça-feira, 18 de Setembro de 2012

Um Dia na Praia da Parede – 1º Acto

Praia de Parede - Cascais

 

Como o prometido é devido, aqui vai o que prometi ao meu amigo Gonçalo que mora na Parede.

Ele queria saber quem é o Rui mas fica na mesma porque não divulgo os meus amigos coloridos e Rui é nome fictício.

 

A minha história com o Rui

Iº ACTO (O Encontro)

 

    Já há muito tempo que não ia até à praia da Parede mas talvez porque ando com umas dores nos ossos derivado a esforços no ginásio, lembrei-me que a praia da Parede tinha reputação no que respeita a efeitos benéficos do iodo nos ossos. Lembro-me de ver muita gente nas rochas tomando banhos de sol para curar sua maleitas e então resolvi ir até lá.

    Já nada é do que era, praia selvagem e pequena, mas de boas águas.

Hoje tem esplanadas na encosta e resguardadas dos ventos e é servida por três passagens pedonais e dois parques de estacionamento o que faz desta pequena praia ser bastante atrativa.

    Foi com esta ideia na mona que resolvi ir até lá.

 

Primeira cena:

 

    Depois de estacionar o carrito, vesti uns calções curtos, pois o que é bom é para se ver, toalha ao ombro e pochete numa das mãos, com o tabaquito, o isqueiro e alguns trocos. Nada mais por causa das dúvidas. Normalmente as chaves do carrito moram numa bolsa do interior dos calções, também por motivos.

 

Segunda Cena:

 

    Mal entrei na esplanada, dei uma olhadela ao redor e nada de importante estava a acontecer. Dois casais de namorados, eles e elas. Uma mesa com quatro rapazes tipo surfistas mas sem pranchas galhofando por uma ou outra anedota por alguém contada e nada mais. Para me servir apareceu um moço atlético daqueles que logo se via não pertencer à classe de empregado da hotelaria, mas sim, filho do dono ou um desempregado aproveitando a época balnear para ganhar uns trocos. Fui atendido com um sorriso largo o que me levou no fim, a deixar uma gorjeta substancial e com a promessa de voltar.

    Lá no fundo, onde estavam os tais rapazes, havia um, moreno pelos raios de sol mas de cabelos louros luzidios e a descaírem costas a baixo, que de vez enquanto olhava para mim com uma certa insistência.

    Como não tenho tiques de qualquer natureza a minha mente foi geminando o que estaria a acontecer naquela cabecita. O rapaz não era novo nem velho, teria para ai, os vinte e dois anos. (Mais tarde verifiquei que tinha acertado)

    Perante tal insistência do olhar daquele louro de olhos azuis e queimado do sol, compleição física e luzidia certamente pelo creme que estava besuntado e bastante agradável, se me desse na cabeça iniciar ali um engate, o empregado que me tinha servido ficava para outra ocasião, pois dali não fugia enquanto o louro podia estar de passagem e eu aproveito sempre o que me é dado de mão beijada e era o caso.

    Estivemos assim durante algum tempo. Ela olhava para mim, eu olhava para ele e até me fez beber mais uma bebida.

 

Terceira cena:

 

    Passado algum tempo daquele namorico à distância, Todos se levantaram e se encaminharam para a praia, ficando o louro, para traz. Quando passaram por min ninguém ligou a não ser o dito que olhou para mim várias vezes como quem está a tirar as medidas.

Segui com o olhar aquela turma, anotei o lugar onde ficaram junto ao mar e lá fui eu nas calmas.

 

Quarta cena:

 

    Todo mundo estava deitado sobre as toalhas de papo para o ar até que uma onda mais atrevida lhes veio beijar os pés. Deram um salto em uníssono e vieram prostrar-se a meu dado que antecipadamente já lá estava.

 

    O louro ficou a meu lado e os outros foram ao mar mergulhar.

      - Olá!

      - Olá! Disse eu também

      - És aqui da Parede ou está de passagem?

      - Não! Estou de passagem por enquanto!

      - Por enquanto como?

      - Se encontrar um amigo fico, se não encontrar vou!

      - E como vais encontrar um amigo.

      - Ao que parece, já te encontrei que parece seres o tal amigo que procuro.

      - Parece que não te falta lata.

      - Desculpa mas quem começou a olhar para mim substancialmente foste tu.

      - Substancialmente e de soslaio pois os meus amigos não têm nada de saber dos meus novos conhecidos

      - Então e agora como vai ser?

      - Eles são do Estoril, têm carro e não tarda-nada vão-se embora e eu fico, pois moro por cá.

 

    A conversa ficou por ali pois os tais amigos já vinham do banho. Levantei-me a fui dar uns mergulhos.

    Andei por lá no entra e sai nas ondas durante algum tempo até que notei os tais amigos do louro vestirem-se porem-se a andar. O dito quando se viu sozinho deu uma corrida e veio-se a atirar a uma onda perto de mim. Tirando a cabeça fora de água e sacudindo os cabelos atirou:

      - Porra! parece que nunca mais se iam embora.

 

Kiss Gay na praia da Parede

    Gargalhamos como se já nos conhecêssemos à bastante tempo. Atiramo-nos um ao outro em termos de brincadeira, mergulhamos, viemos ao de cima e nos beijamos ardentemente como se o mundo acabasse ali mesmo.

    Continuamos como dois Golfinhos nas suas brincadeiras habituais, não reparando se mais alguém se encontrava em nosso redor ou na praia olhando para aquelas cenas de amor entre dois homens. Estávamos felizes e nada mais nos importava. Mergulhávamos naquelas águas aquecidas pelo nosso amor incompreendido por alguns mas no nosso êxtase de felicidade qual Clix com a bênção de Deus.

 

Quinta cena: 

 

Dois amigos curtindo o sol da praia

    Finalmente, saímos da água e corremos para as toalhas que impávidas e serenas lá esperavam nossos corpos trepidantes onde nos deitamos e nos enrolamos como em dois cobertores para taparem nosso amor. Como dois pombos chilreando palavas de promessas do que se iria passar.

    Durante algum tempo ali ficamos, umas vezes de mãos dadas outras nos beijando um pouco à socapa e apresentando-nos pois nem sabíamos o nome um do outro. Sabia-mos isso sim, que algo estava a acontecer.

 

    Fiquei a saber que ele se chamava Rui, que morava ao pé da estação dos comboios, estava de férias da faculdade e ainda não tinha carro e os pais tinham ido a Espanha passar uns dias de férias. Portanto ele estava só em casa pelo menos o fim-de-semana.

    Como é óbvio, também lhe contei quem era. Rapaz de gostos largos perante a vida e a sociedade, vivia só com um canito a quem lhe chamava Pedro o nome do meu último amigo do coração.

O Rui achou graça o eu dar nome de pessoa a um cão e então expliquei-lhe ser a forma de continuar a ter o Pedro, com quem vivi durante seis anos, a meu lado.

      - Isso é que foi amor!

      - Sim! Foi talvez o meu único amor na vida.

      - Então nunca amas-te mais ninguém?

      - Sim! Amei o Pedro e amo o meu filho.

      - Épá! Agora é que não entendo nada! Então és casado, tiveste amor por um homem, tens um filho e estamos os dois aqui no engate!

      - Tem calma amigo! A vida não é assim tão simples como parece. Já fui casado, hoje estou divorciado, vivo só com o meu canito e vou passar a ser mais feliz porque te encontrei.

      - No final qual é o meu papel no meio disto tudo?

      Ao mesmo tempo que estava a haver esta conversa ia reparando que o Rui se mexia suavemente sobre a toalha e então calmamente fui metendo uma das mãos entre a toalha e o seu dorso indo agarrando aquilo que já adivinhava. Um pau grosso não muito grande mas já com a ponta molhada pois estava a vir-se pouco a pouco.

      Ele não esteve com meia medidas e fez o mesmo. Foi direito ao meu que latejava já de prazer. Apertamos nossos paus, sacudimos um pouco, nos beijamos e nos viemos com grandes estremeções.

 

Sexta Cena:

 

Gays na praia

    De momento, não havia mais nada a dizer. Levantamo-nos e fomos até à beira-mar e sem reparar se havia mais alguém naquela pequena praia, fomos continuando a fazer promessas de amor e de vez em quando lá vinha mais um kiss mútuo.

    O Sol lá no horizonte já começada a dar notas de que se quer despedir daquele dia.

      - Então e agora? O que fazemos? – Atirou o Rui.

      - Como estamos no princípio do fim-de-semana vens passar estes dias a minha casa!

      - Jura!!!

      - Juro! Não queres? Não tens ninguém em casa como disseste é uma oportunidade de nos conhecermos melhor e quiçá descobrirmos as nossas sensualidades mais profundas. Como diz uma amiga minha: “Descobrirmos os nossos pontos G.”

      - Para além de seres giro também és esperto. O que é isso do Ponto G?

      - O Ponto G é um local no nosso corpo que todos imaginamos ser o Ponto fulcral de êxtase sexual do qual a partir desse momento nos esquecemos que existimos o que fazemos e como dando somente prazer às nossas imaginações sexuais.

    O Rui olhou-me fixamente nos olhos como a tentar descobrir os meus pensamentos mais recônditos, agarrou-me nas faces e seus lábios, carnudos e perfeitos já com a ponta da língua de fora, penetrou-a em meus lábios que ocasionou uma troca de fluidos saborosos.

      - Vamos então lá à procura do Ponto G. – Disse o Rui depois de tudo aquilo.

Gays caminhando na praia como dois pinguins

 

      E foi assim, descontraídos como dois pinguins que deixamos aquela pequena praia que dizem fazer bem aos ossos, nos fizeram bem à alma de ambos.

Tudo aconteceu nesse ambiente de rochas, praia e areia…

 

O resto da história aconselhável a maiores de 18 anos fica em:

Preparação para o Fim-de-Semana - 2º ACTO

 

Qualquer semelhança com factos reais é mera coincidência. O geral ultrapassa a ficção.

 

       Nelson Camacho

“Contos ao sabor da imaginação”

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