Quinta-feira, 28 de Fevereiro de 2013

Afinal meu namorado era Gay

a gata borralheira

A Historia de uma adolescente

A Gata borralheira dos tempos modernos

 

    Sempre fui menina prendada. - A chamada filha da mamã – Desde a instrução primária que não pus o chamado pé em ramo verde. Lembro-me a quando da primeira vez que fui para a escolinha, era minha Mãe e meu Pai que me levaram, Lembro-me que chorei todo o dia e o que me e valeu foi o conforto dado pelas professoras e empregadas. Durante o primeiro mês eram os meus pais a levarem-me à escolinha tempo que levou a encontrar algum conforto naquele espaço entre crianças da minha idade. Só haviam meninas o que naquela altura nada de estranho encontrei. Passado tempos foi uma empregada de meus pais que me levavam à escola e assim se passaram os dois anos até ir para a primária.

    Em casa, era eu duas empregadas, os meus pais e uma avó, mãe do meu pai, pessoa austera e nunca com tempo para me acarinhar. Passava o tempo a fazer renda e a comandar a casa de forma a poder agradar o mais possível principalmente a meu pai, estando sempre de acordo com as sua atitudes até à sua ideia de nunca ter mais filhos, contrariamente a minha mãe que até tinha vontade de me dar um irmão, mas os dois contra um, fui crescendo naquela família só de mulheres que se juntavam também as colegas da escolinha.

Rapazes! Era coisa rara para mim, pois só os via pela janela ou na rua quando era transportada para aqui e ali no carro de meus pais.

Éramos uma família de estrato social bastante elevado mas com poucos amigos, Essa coisa de tios e primos e outros avós não existiam, pelo menos que eu soubesse.

    Entretanto fiz dez anos de idade e fui para a primária e sempre acompanhada de carro pela tal empregada que também já tinha envelhecido e pelo caminho não deixava de azoinar os ouvidos com conselhos do perigo de me dar com rapazes assim como só me devia dar com raparigas sem antes escolher aquelas que pertencessem ao meu estado social, como ela dizia: pessoas de bem. Mais tarde vim a constatar que aquela velha era assim rezingona e tinha a sua opinião sobre os rapazes pois nunca tinha namorado, era nossa empregada desde os meus avós e em nova tinha tido uma paixoneta pelo meu pai que entretanto se casou com minha mãe, estando-se nas tintas para ela.

Na primária as coisas não aconteceram bem como a família me tinha destinado.

    Criei-me de amizades com algumas raparigas mas normalmente era por pouco tempo, pois elas sempre iam arranjando namorados e depois eu nada fazia no meio delas, pois não conseguia ter uma conversa com qualquer rapaz, no entanto, a coisa foi-se alterando com o tempo e como seria normal lá ia catrapiscando um ou outro que achava mais engraçado no entanto, sem coragem para aceitar uma conversa. Eles notaram a minha forma de ser e até se afastavam.

   Lembro-me que um dia já na quarta classe quando estava a lanchar no jardim com minhas colegas que também não tinham namorados, passaram um rapazes mais atrevidos por nós e rindo-se e em grande galhofa e alto para nós ouvirmos iam comentando – Vocês não se metam que estas que são lésbicas! –

   Aquela do “lésbicas” ficou-me no ouvido e não entendi, assim como não comentei com as colegas. Fui para casa com a pulga atrás da orelha.

Pelo caminho ainda tive vontade de perguntar à minha empregada o que era aquilo de “lésbica” mas resolvi fazer a pergunta a minha mãe quando chegasse a casa. E foi o que fiz.

    Estávamos a jantar e contra todas as normas lá de casa. Às refeições não tinha o direito a falar ou meter-me na conversa dos mais velhos, enchi-me de coragem e iniciei o tema:

        - Hoje lá na escola ouvi um termo dirigido a mim e às minhas colegas quando estávamos a lanchar lá no jardim, que nunca tinha ouvido.

        - E que termo foi esse? – Perguntou meu pai.

        - “Lésbica” Disse eu, com a maior das calmas.

    Meu pai lá do alto da sua cátedra respondeu quase irritado.

        - Menina! Isso são perguntas que se façam ao jantar?

        - Deixa lá Pedro! Se a menina quer uma resposta ao termo o melhor é explicar. Também não é nada do outro mundo. – Disse minha Mãe.

        - Pois! Pode não ser! Mas são termos que tu como mulher já lhe devias ter explicado na preparação para mulher que ele é. Não sou eu como homem que lhe vou explicar o que são essas coisas.

    Meus pais naquele altura quase que se desentenderam, Coisa que nunca tinha visto.

        - Logo à noite quando fores para a cama eu explico. – Disse minha mãe.

    Fiquei na mesma! Ou ainda pior, pois essa coisa do meu pai dizer que era de obrigação de minha Mãe preparar-me para ser mulher, não me estava a entrar na cabeça.

    Minha Mãe sempre me acompanhou fazendo de mim uma mulher, tanto nas lidas da casa como na gestão da mesma. Cozinhar, cozer, fazer a cama e outros afazeres próprios de uma menina. No meu quarto só haviam bonecas e aquelas casinhas em miniatura com que me entretinha à note antes de adormecer. Televisão, não havia e muito menos computador, coisa que só conhecia na escola. Quanto à televisão no meu quarto era assunto proibido, se por vezes a via era na sala conjuntamente com meus pais e aos domingos de manhã, os desenhos animados.

Os dias e os meses foram passando sem nunca ter tido a resposta desejada, até que vieram as férias e qual não é o meu espanto chegam do Brasil uns tios que até não sabia que existiam.

    Eram o Eduardo irmão de meu pai, a Isabel mulher do mesmo e Jair filha do casal e Pedro filhos do casal, portanto meu primos.

Durante os primeiros dias foi uma festa. Ouvi histórias passadas, fomos algumas vezes jantar fora e até fomos ao cinema que para mim foi a primeira vez.

    A Jair era uma moça para a minha idade, toda atirada para a frente e descomplexada e que se metia em todas as conversas e dormia no meu quarto numa cama separada.

    O Pedro era mais velho, tinha 17 anos, lindo como nunca tinha visto num rapaz. De olhos verdes, cabelo louro um pouco desgrenhado mas com um corpo atlético derivado ao ginásio que fazia lá no Brasil. Não era de muitas conversas e até tinha uns tiques que não entendia bem. Brincava às vezes com as minhas bonecas mudando-lhes a roupa.

     A minha prima dizia que ele andava a estudar para costureiro de moda e queria ser estilista. Ela pelo contrário, queria ser médica.

Foi com ela durante as noites no nosso quarto que soube o que era ser mulher na sua plenitude. O que era a menstruação que viria dentro em breve e o que seriam as relações sexuais. Eu andava toda satisfeita e pelo facto, lembrei-me do tal termo “lésbica” que nunca tinha tido uma resposta e fiz-lhe a pergunta, contando-lhe o caso passado lá na escola.

    Jair, riu-se a bandeiras despregadas, aproximou-se de mim e beijou-me na boca.

        - Está a ver? Se não fossemos primas, podíamos continuar a beijar-nos assim, apalpar nossos mamilos fazer mutuamente festas nas nossas vaginas até sentir prazer e assim masturbar-nos até ao Clix final.

Jair não só me estava a explicar como o estava a praticar encontrando-me eu em estado eufórico como nunca tinha sentido. Tudo aquilo era novidade para mim, mas estava a gostar.

    Jair estava mais eufórica que eu ao ponto de descer pelo meu corpo e vir meter sua língua no meu corpo.

Aí não pude mais e senti uma explosão por todo o corpo sentindo finalmente uma sensação estranha no meu clítoris.

Tudo acabou de repente, ela levantou-se e foi para a sua cama mesmo ao lado da minha.

     Eu estava sôfrega de prazer sem saber mesmo o que tinha acontecido. Ficamos deitadas de lado mas frente a frente, apagámos a luz e fiquei a sonhar com tudo o que tinha acontecido.

    Na manhã seguinte a Jair nem palavra. Como tal, perguntei.

       - Então o que aconteceu ontem, é isso que é ser “lésbica” ?

       - É melhor não falarmos mais no assunto, primeiro porque és minha prima e segundo porque é um segredo que fica entre nós, mas entendeste?

       - Mas com tudo o que me tens ensinado isto também faz parte das relações sexuais entre as pessoas?

       - Sim minha amiga, não quer dizer que se ande a fazê-lo assim por dá cá aquela palha. Serve de vez em quando para descontrairmos o stress da vida no entanto com um homem é muito melhor.

    Ingenuamente perguntei:

       - Posso experimentar com o Pedro?

       - És parva ou quê? O Pedro é teu primo. Tens de arranjar primeiro um namorado.

       - Nos também somos primas!

       - Oh filha, esquece. Ainda tens muito para aprender e que se passou entre nós não te esqueças que é o nosso segredo e se se repetir, será porque sou doida e depois das férias volto para o Brasil e não quero deixar rabos-de-palha aqui em Portugal.

    Os dias foram-se passando normalmente. Tinha acabado a escola e toda a família se preparou para ir até ao Algarve.

    Quando chegámos fomos para um dos melhores hotéis. Tinha de tudo, piscina, Bar nocturno, salão de jogos, campo de ténis até de golf. Nada faltava neste hotel, até nas varandas tinha jacuzzi.

    Depois de desfazermos as malas, eu fiquei com a minha prima num quarto com duas camas, os nossos pais cada um em sua suite e o Pedro ficou só também numa suite.

    Durante os dias eram passados nas piscinas porque a praia ficava longe os nossos pais iam jogar golf e o Pedro desaprecia durante o dia e só voltava para as refeições e começou a aparecer com dois amigos. Eu ia lendo um livro

Jair à beira da piscina ia lendo o romance de Fernando Namora “Dialogo em Setembro” enquanto eu ia lendo no bar porque lá fora o sol estava muito quente, o romance de Fedor Dostoievski “Crime e Castigo”.

Numa dessas tardes lá estava eu envolta naquele romance quando entrou o Pedro com os tais dois amigos com quem andava e tinha conhecido no Algarve.

    Eram dois rapazes jovens sarados, simpáticos e queimados pelos sois do Algarve. Um deles, o João debruçou-se sobre o que estava a ler e com um sorriso lindo de lado a lado perguntou-me:

       - Dostoievski não é um autor demais para ti? Principalmente “Crime e Castigo”, já viste o filme?

       - Não! Nunca vi o filme mas o romance é espectacular. Nunca pensei que se escrevesse assim.

       - Pois! Esse é um dos meus autores preferidos, por acaso trouxe para as férias um romance dele “Os Irmãos Karamazof” que te posso emprestar enquanto estou por cá.

       - Já agora agradecia pois o meu entretenimento nestas féria é ler, já que não tenho por cá amigos ou amigas, a única é a minha prima Jair o meu primo Pedro.

       - És prima do Pedro?

       - Sou! Mas temos pouca convivência ele tem os seus amigos anda sempre na boa-vai-ela, os meus e os pais dele entretém-se nos jogos, a    Jair quer é piscina e eu como habitualmente, vou ficando por aqui.

       - É como a Gata Borralheira, afastada por todos mas sempre á espera do teu príncipe encantado.

       - Engraçado esse diagnóstico. Nunca pensei nisso. Ouvi essa história quando era pequena mas nunca me considerei assim, simplesmente nunca convivi com rapazes.

       - Então chegou a altura! Nestas férias vou ser o teu Príncipe Encantado. Queres?

    Perante aquele convite de um rapaz tão lindo. Parecia um artista de cinema americano, aceitei prontamente. E ele convidou-me para à noite estarmos juntos com o outro colega e o meu primo Pedro.

    No jantar contei à família o que se tinha passado. Logo todos concordaram com a minha saída, já que o moço até era amigo do Pedro.

Quando acabou o jantar eu e a Jair fomos até ao quarto e ela aproveitou para me dar os parabéns pois ao que parece tinha encontrado um namorado, no entanto derivado à nenhuma experiência com rapazes, ela não deixou de me dar alguns concelhos. Até me aconselhou na forma de vestir.

     Desci até ao Piano-Bar que estava repleto de rapazes e raparigas mais ou menos da minha idade e lá estava a uma mesa o João o Pedro e o outro que ainda não sabia o seu nome.

    Como o meu pai fazia com minha mãe o João levantou-se seguido dos outros para afastar a cadeira onde me haveria de sentar.

    Às tantas e depois de tomarmos uns sumos o Pedro e o outro amigo levantaram-se e foram não sei para onde e fiquei com o João numa amena cavaqueira de circunstância. Ele convidou-me para dançar e foi aí que lhe disse não saber e contar-lhe como tinha vivido até á àquele momento sem nunca ter convivido com rapazes, portanto sem qualquer experiência É óbvio que não lhe contei o que tinha acontecido com a minha prima. Primeiro porque era segredo e embora na ocasião ter gostado, achava não ser lá muito natural.

        - Eu ensino-te! Vais ver que não custa nada. Um pé para a frente, outro para trás e já está.

        - Se assim o dizes, vamos lá ver como é dançar.

    Nunca tinha sentido um homem abraçando-me daquela maneira com seus braços envoltos no meu corpo e sua barriga muito apertava à minha até que comecei a sentir algo de anormal naquele sítio mais abaixo tal era o aperto que ele me dava enquanto dançávamos. Estava a sentir-me nas nuvens mais ainda quando a sua face se encostou à minha e seus lábios mordiscavam o lóbulo da minha orelha. A Musica parou e fomo-nos sentar.

        - Então gostas-te? – Perguntou ele olhando-me nos olhos e mostrando os dentes brancos e alvos num sorriso aberto -.

        - Adorei e estou pronta a uma nova experiência.

        - João pegou-me numa das mãos elevou-me e encaminhou-me para fora da mesa ao mesmo tempo que dizia. – Ao luar vais ser melhor.

    Sem dar por isso, tal estava embevecida com tudo aquilo de repente dei comigo no jardim do hotel junto às piscinas nos seus braços rodopiando uma valsa que entretanto vinha de dentro do Piano-Bar. Diria mesmo que estava a ver um filme do Fred Astair que meus pais passavam na sala pelo menos uma vez por mês.

    Estava pela primeira vez nos braços de um homem que ainda por cima era lindo e me fazia feliz. Iria com ele até ao fim do mundo.

 

    Já não havia música, apenas o chilrear de uma ou outra ave que deambulava de janela em janela dos quartos que circundavam aquela clareira de palmeiras que circundavam a piscina onde no centro se via o reflexo da lua lá no alto brilhante rodeada por milhares de estrelas cintilantes.

Senti os lábios daquele jovem nos meus vindo-me à lembrança o primeiro beijo noites anteriores da minha prima. Aquilo sim! Era o clímax do verdadeiro amor pronto para iniciar a procriação da vida. Sentia-me mulher em toda a sua plenitude.

A noite já estava escura, Não havia música nem luzes acesas ao redor do jardim, somente eu e o meu amor.

Nós, continuávamos embriagados por beijos e afagos que o João me ia acarinhando. De repente, com um sussurro suave e mordiscando o meu ouvido perguntou-me:

       - Queres namorar comigo?

       - Sim…Sim… Sim… - disse sofregamente ao mesmo tempo que minhas pernas tremiam.

 

    Falámos durante algumas horas de coisas banais e como iria ser de ali para afrente. Nem mesmo o calor daquele conforto me fez não dar um arrepio.

       - Estás com frio?

       - Sim um pouco!!!

       - Pois, Já são duas da manhã e nós aqui como se não houvesse amanhã.

    João tirou o casaco e colocou-o em meus ombros abraçando-me e encaminhámo-nos para dentro.

    No Bar só estava o barman. Certamente à nossa espera, que nos perguntou se queríamos beber alguma coisa.

    Eu baixei a cabeça envergonhada e o João agradeceu, disse que não, pediu desculpa e encaminhou-me até ao elevador ao memo tempo que combinou encontrarmo-nos no dia seguinte ao pequeno-almoço.

 

    Quando entrei no quarto ainda a Jair estava acordada a ler o seu livro e atirou:

         - Para uma menina filha da mamã virgem e sem conhecimento de homens, saíste-te muito bem para a primeira noite. Sempre valeu a pena as minhas lições.

        - Não sejas maldosa. Não se passou nada de especial. Dançámos, beijamo-nos, fizemos promessas e aceitei seu pedido de namoro.

        - E o meu irmão Pedro? Onde é que ele se meteu?

        - Não sei. Pelo que dei por isso, saiu cedo com o outro amigo.

        - Pois! Deviam ter ido curtir o resto da noite!

        - Olha e eu também vou tomar um duche e deitar-me.

        - Não queres vir para o pé de mim até adormeceres?

        - Não obrigado pois já vi que essa não é minha onda.

 

     Batiam as nove da manhã assim como o sol radiante pela janela dentro.

Jair estava enroscada no cobertor ainda dormindo a sono solto, quando bateram à porta. Eram meus pais chamando-nos para o pequeno-almoço.

     Naquela manhã sentia-me leve, sentia-me outra, sentia-me mulher. Havia algo em mim diferente que só viria a descobrir quando no duche olhai para baixo e vi sangue. Dei um grito de aflição de tal forma que até acordei a Jair que logo apareceu à porta do chuveiro. Olhou para mim e em vez de chorar aflita não! Ria às bandeiras despegadas e dizia:

        - Finalmente! És mulher!

        - Não entendi e ficando atónita olhando para ela enquanto se continuava a rir.

        - És Mulher rapariga!

    Tinha-me vindo a menstruação! Era efectivamente mulher.

    Naquele momento bastante conturbado até chegar atrasada ao pequeno-almoço, foi um reboliço. O que me valeu foi a minha prima que já era senhora, dar-me todas as indicações do que fazer e o que me aconteceria de ali para a frente.

    Calámo-nos muito bem caladinhas e lá fomos.

    Na mesa habitual das nossas refeições para além dos nossos pais e primo Pedro, também estavam o outro amigo que ainda não sabia o nome e o João.

    Todos se levantaram para nós nos sentarmos e enquanto o empregado nos servia começamos uma conversa de circunstância.

    O João com a maior lata e desfaçatez bateu com uma faca num copo e pediu silêncio.

    Todos olhamos para ele de boca aberta e mais espantados ficámos quando ele dirigindo-se a meus pais argumentou.

        - Meus senhores, eu sei que sou somente em amigo do vosso filho mas é assim que as coisas acontecem na vida. Sou um jovem de vinte anos ainda a estudar para arquitectura, como diz o meu pai é pequeno que se torce o pepino e como encontrei ontem a rapariga dos meus sonhos espero que me autorizem em namorar a vossa filha.

    Ficaram todos com a boca ainda mais aberta. O meu Pai com o ar mais impenetrável possível atirou:

        - Mas vocês só se conheceram há dias.

        - Mas sou amigo do Pedro e isso não merece alguma credibilidade?

        - Sim mas o Pedro vive no Brasil e vocês só se conheceram aqui no Algarve.

        - Engano seu, meu caro! Nós já nos conhecemos há bastante tempo via internet.

        - Até já trocamos confidências e fotografias e tínhamos combinado o encontro aqui nas férias. – Ripostou o João.

        - É verdade tio! Já tínhamos combinado tudo quando soubemos pelos meus País que vínhamos a Portugal este verão.

        - As Coisas que se fazem na internet. Argumentou minha Mãe.

        - Quer dizer, vieste dar um abraço a um amigo e arranjar namorado para a tua prima. De facto isto só do meu irmão. Disse a Jair.

    Podia contar aqui o resto da conversa que se gerou entre todos, mas como é hábito dizer a Teresa Guilherme. ” Mas isso agora não interessa nada!”

    O que interessa é que aquele mês de Agosto foi a abertura da minha mente para a vida contrariando a Gata Borralheira que havia em mim.

    O meu namorado era um espectáculo. Fazia-me todas as vontadinhas, até chegou a alugar um táxi e fomos ao Zoomanie em Albufeira.

    Passávamos os dias e as noites até às tantas sempre juntos. De vez em quando ele juntava-se com o Pedro e com o outro amigo e também davam as suas escapadelas pela vila ou metiam-se no quarto a jogar no computador.

 

     A poucos dias do fim daquelas férias no Algarve dei conta que algo se passava entre eles, Nunca perguntei ao João que se passava, pois não era de minha conta, cá para mim eram coisas de rapazes, até que um dia o tal amigo desapareceu e o João passou a fazer mais companhia ao Pedro.

    Na véspera de virmos para Lisboa, passamos todos em grande galhofa na piscina, queimando os últimos momentos, até que chegou a hora do almoço e cada um foi para o seu quarto a fim de nos vestirmos.

    A pouco e pouco fomo-nos juntando na casa de jantar para o último almoço. Estávamos todos, menos o João e o Pedro.

    O meu Pai com ar de poucos amigos argumentou para minha Mãe:

        - Não gosto nada disto! Logo no último dia não estamos todos à mesa para a refeição.   

    O meu Tio, homem mais moderado, pediu à filha para ir ver o que se passava. 

       - Não! Deixa estar. Eu vou ao quarto do Pedro. Devem estar a acabar algum jogo na internet e esqueceram-se que estamos à sua espera. Eu vou lá acima.

       - Toma a chave do quarto que por acaso tenho aqui que era para lhe arrumar as malas. - Disse minha Tia.

Nunca tivesse ido!...

     Subi o elevador e quando cheguei ao quarto ouvia-se de dentro uma música bastante estridente e alta. Abri a porta, não vi qualquer pessoa e dirigi-me ao banheiro de onde vinha a música.

 

Dois no chuveiro

    Lá estavam de porta do banheiro aberta a água correndo pelos seus corpos nus, pénis levantados e beijando-se efusivamente. Pedro e João.

    Afinal de contas julgando que tinha encontrado o homem da minha vida, ali estavam eles, deitando por terra todo o meu sonho.

    O meu primo Pedro e o meu namorado João eram gays.

    Corri para o meu quarto de vergonha e ferida nos meus sentimentos de mulher que já era.

    Contando esta história cheguei à conclusão que homens bonitos e bons ou são casados ou são gays.

 

    Depois de ler esta história ouveja Andrea Bocelli em “Melodrama”

leia a letra e pense.

Qualquer semelhança com factos reais é mera coincidência. O geral ultrapassa a ficção.

As fotos aqui apresentadas são livres de copyright e retiradas da Net.

 

        Nelson Camacho

 “Contos ao sabor da imaginação”

          de Nelson Camacho

  Contos para maiores de 18 anos

música que estou a ouvir: Melodrama
publicado por nelson camacho às 11:50
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