Quinta-feira, 27 de Dezembro de 2007

O Natal já passou

                     O Natal já passou!

 

     Quer dizer que já só faltam poucos dias para passarmos a um outro ano. Um ano que esperamos seja melhor, mas para isso acontecer é necessário fazer-mos força, alterar-mos a nossa própria maneira de ser interior pois pedir coisas novas ou benesses sem fazer algo para que isso aconteça, é o mesmo que ir à igreja, ajoelharmo-nos frente ao Santo e pedir trabalho, o Santo não dá, é preciso procura-lo.

 

      Se ficar na cama a ouvir a chuva bater na janela, pode ser lindo e sentirmo-nos bem no conforto da cama, mas se estivermos sós, ninguém entra pela porta dentro para nos fazer companhia e a solidão continua.

 

     É preciso alterarmos a nossa maneira de ser, deixar para traz o que passou, bom ou mau, já passou, morreu com o tempo. 2008 Será outro tempo, outra forma de encararmos a vida.

 

     O dia 1 de Janeiro será para fazermos uma retrospectiva das coisas boas e más que fizemos até então, fazendo uma análise em consciência, colocar de lado o que foi mau e descobrir situações novas.

 

     Aquele emprego que perdemos já foi! Há que procurar outro. A divida que contraímos e vai passar para o ano. Vai pagar-se. A mulher ou o amigo que nos deixaram, “morreram”, há um mundo de pessoas à nossa espera (a minha avó dizia que uma panela tem sempre uma tampa). Aquele amor que tivemos no verão passado, foi passado. A praia aproxima-se a passos largos e logo encontraremos outro amor igual ou melhor ainda.

 

     Quando chegar a meia-noite, não vale a pena comer doze passas de uma vez, pois podemo-nos engasgar, assim como apertar numa das mãos uma nota de cinquenta euros porque ela não se multiplica se não trabalharmos para isso.

 

     O fim de ano está à porta, divirtam-se, deitem fora o que não presta assim como o que não valeu a pena. Alterem sim, a vossa postura perante a vida, mexam-se de forma positiva,”a descansar não se conquista nada”, não tenham medo de ir para a frente com ideias novas, procurem novos amigos pois ao velhos já nós sabemos como são e se não foram felizes, também não nos transmitirão felicidade a nós.

 

      Descobri com a vida, que ser diferente não é mal nenhum o que é mau é andar-mos a mentir toda a vida. Não tenham medo de ser diferentes e vão à luta porque é com luta que se consegue o nosso bem-estar e criamos invejosos de estimação. Quando falam mal de nós por inveja, é bom, é sinal que estamos vivos e temos algo que eles gostavam de ter.

 

     Quando o Senhor fecha uma porta, abre logo uma janela qualquer.

 

      Façam favor de ser felizes, para o resto da vida, porque até aqui tem sido uma merda.

 

   Nelson Camacho d’Magoito

Estou com uma pica dos diabos: Feliz por estar vivo
música que estou a ouvir: Nossa Senhora
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Sábado, 22 de Dezembro de 2007

Boas Festas com amor

FIM DO ANO COM AMOR?

 

Fim do ano com amor é tudo o que nós queremos neste fim de ano, é pena que a coragem para assim terminar o ano não seja grande.

É a vida, (ou seja, como os portugueses dizem “É o Fado”). São os políticos são os senhores do dinheiro, são os criminosos, os pedófilos, os ladrões, os sem abrigos, os que fogem e correm à justiça que não funciona, é a segurança social que nada tem de social, são os juízes que julgam olhando somente a letra da lei que é cega, é a constituição a que nem todos ligam, é a assembleia da republica que está cheia taxistas que aguardam calmamente por uma reforma choruda enquanto nós que trabalhámos uma vida inteira morremos de fome. É o fado, o fado de todos nós. Não há greves que nos valham porque temos um governo fascista que se diz socialista. Como podemos ter um país democrático se somos governados por um partido que tem a maioria absoluta? Para mim isso é fascismo, como o “botas” eles põem e dispõem sem aceitar opiniões dos que estão em minoria.

Como podemos acabar um ano com amor?

 

     A anteceder Natal, todos fizeram festas. Foram as festas do croquete e de angariação de fundos para os mais necessitados (quais?). Foram as promoções publicitárias e as promoções dos pseudo famosos mostrando-se ao mundo que estão solidários com os mais necessitados, não deixando no entanto de se promoverem, passeando-se nas televisões, jornais, revistas e hiper mercados nos seus fatos emprestados pelos costureiros que estão na berra auto-promovendo-se também. Até o “Puto maravilha” veio à RTP dizer que dava cinco mil euros para os velhinhos.

     Tudo em nome da solidariedade nacional.

Os sem abrigo, tiveram um repasto diferente na FIL. Os acamados nos hospitais, tiveram umas senhoras da solidariedade com uma palavra de conforto. Os putos que estão nos orfanatos tiveram mais umas promessas que vão ter um futuro melhor. (quando e como?).

Os pobres reformados continuam a morrer de fome e falta de condições para a sua subsistência digna na velhice. MEUS SENHORES HÁ QUEM VIVA COM 90,00 EUROS POR MÊS. (SE NÃO SABEM QUEM SÃO PERGUNTEM-ME QUE EU DIGO)

 

     A justiça é aquilo que nós observamos todos os dias em qualquer diário.

     As mortes, os assaltos à mão armada, os arrastões, as burlas aos velhinhos que são despojados dos seus bens por malandros, alguns até não são de cá.

     A máfia estrangeira e o terrorismo está a implantar-se calmamente no nosso território, enquanto os nossos governantes, calmamente vão inaugurando obras que não começaram e a que chamam de suas.

      O caso Casa Pia, vai arrastando-se na calma do andar dos tempos.

      As crianças desaparecidas vão continuando a não aparecer.

      A caça à pequenas dividas de alguns que nem para comer têm, continua enquanto o estado deve milhões e tem o descaramento de dizer que é normal.

      Afinal de contas que porra de democracia nos impingiram com o 25 de Abril. Já lá vão trinta e tal anos (uma vida) e não há melhoras algumas. A liberdade que tenho de dizer tudo isto para quem quiser ler, não chega.

       A merda continua, ou mais poeticamente como dizia o Zeca Afonso “Eles comem tudo, eles comem tudo, e eu fiquei sem nada”.

 

Procurando do CORREIO DA MANHÃ hoje (21-12-2007) pode ler-se:

 

“O Estado devia mais de dois mil milhões de euros aos seus fornecedores em 2006. O grande devedor continua a ser, tal como em 2005, o Ministério da Saúde, responsável por 72,4 % do total das dívidas, de acordo com o parecer do Tribunal de Contas (TC) sobre a Conta Geral do Estado, entregue ontem por Guilherme d’Oliveira Martins ao presidente da Assembleia da República, Jaime Gama.”

 

Mais à frente, Também:

“A Direcção Nacional (DN) da PSP despediu oito empregadas de limpeza das esquadras do comando distrital de Faro. As funcionárias foram avisadas, a poucos dias do Natal, de que terão de abandonar os locais de trabalho até 16 de Fevereiro, sem direito a indemnização nem subsídio de desemprego.”

 

     Meus amigos, estamos mesmo na Republica das Bananas!

 

     Os presos, vão passar a ter uma sala de fumo, porque com a nova lei também não se pode fumar em recintos fechados (fumar mata), no entanto podem continuar a drogar-se.

     A polícia continua a não ter condições físicas e morais para combater o banditismo que o Sócratas continua a dizer estar a baixar. (só para ele que tem segurança).

     A ASAE continua a fechar estabelecimentos por dá cá aquela palha, mas as crianças nas escolas, continuam com alimentação menos própria para o seu desenvolvimentos. A sua segurança continua a ser um credo na boca dos pais, porque continua a haver banditismo entre elas.

     Para dar azo às novas tecnologias, o governo continua a apostar em engenheiros e doutores. Acabaram com as escolas de formação profissional, tal como as Escolas, Industriais, Comerciais, e outras técnicoprofissionais. Não se formam, carpinteiros, electricistas, bate-chapas, torneiros, fresadores, pedreiros e outras profissões tão dignas como as outras e quando acabarem os velhos, só nos restam para trabalhar, os imigrantes Doutores e desqualificados.  

 

     Meus amigos, é melhor não dizer mais nada porque para desgraças o País não vai nada mal.

     Vamos esperar por 2008 e que este lhes traga as maiores felicidades do mundo.

     Eu por mim, vou de férias até um pais melhor, para o ano cá estou e façam vafor de serem felizes.

 

Nelson Camacho D’Magoito

Estou com uma pica dos diabos: à beira da loucura
música que estou a ouvir: a da treta
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Sábado, 15 de Dezembro de 2007

Assafora in Brasil

ASSAFORA IN BRASIL

 

     Mesmo pertinho da Vila de Sintra (sede de Concelho) a mais ou menos a 15 km de desta, fica a aldeia de Assafora, no limite com o Concelho de Mafra e inserida no Parque Natural de Sintra Cascais.

     Até agora, Assafora era uma Aldeia rústica e dispersa. As suas gentes mantinham as suas casas com características rurais, onde predominavam as hortas, lagares e eiras. As suas paisagens, derivadas ao estarem inseridas num Parque Natural, vislumbram-se aqui e ali, Moinhos, fontes, um extenso pinhal e casas palacianas encontrando-se em bom estado de conservação. Na sua área existem também tês praias, sendo uma, a praia da Samarra, embora pouco acessível é bastante agradável, uma outra, a Praia da Vigia, deserta e sem qualquer apoio balneário, por essa razão é frequentada por amigos da natureza só tendo acesso na maré baixa e pela praia de São Julião, esta sim, frequentada tanto no verão como no Inverno por surfistas, e todo o tipo de gente. No verão tem apoio balneário e um café. Na sua encosta tem um café restaurante que está aberto todo o ano de onde se vislumbra uma vista espectacular sobre o mar.

     Uma grande parte dos residentes mais velhos da Assafora dedica-se à agricultura, degenerando os mais novos para empregos em Lisboa e em localidades vizinhas. Ocupam também trabalhos em empresas de captação de água, que proliferam na região e pequenos comércios.

 

     Por se tratar de uma vila calma onde a intimidades entre as pessoas não é das melhores, convivendo entre elas como puros vizinhos e não como amigos. Este facto deve-se à grande diferença no contraste sócio-cultural ode existe gente muito pobre e famílias com situações financeiras bastante elevadas.

 

     É natural ver-se à noite e nos fins-de-semana os tais ricos da terra, frequentarem o CAFÉ ÁGUIAS nas suas conversas de ostentação. É ouvi-las principalmente as mulheres, nas sua conversas de quintal, no entanto, têm uma coisa boa, quem está, está quem vai, vai. Nada de amizades.

 

     Talvez por esta razão e por a praia ser mesmo ali ao virar da estrada a procura de construções novas para casas de veraneio é cada vez maior.

 

     Quanto à indústria, esta é relativa, existe uma carpintaria, oficinas de automóveis, empresas de captação de águas, e casas agricultas. Quanto ao comércio, existem dois ou três cafés, um talho, uma peixaria, uma casa de venda de materiais de pesca, uma peixaria, uma churrasqueira (só está aberta aos fins-de-semana) quatro ou cinco restaurantes duas mercearias e finalmente um Super Mercado de um grupo bem conhecido a que deu azo a este post (já lá vamos).

 

     Assafora é no fim, uma Aldeia onde por enquanto se pode viver, começando a ser atingida por uma leva de brasileiro que por aqui aterram de armas e bagagens. Têm emprego nos armazéns de carga e descarga assim como na construção civil. Derivado ao aumento de população nota-se que vão faltando infra-estruturas, sendo as principais faltas:

 

- Farmácia, não existe (a mais perto é em São João das Lampas e está sempre fechado) quando necessário, temos de ir à Terrugem.

- Posto médico, também não existe. (Existe um Posto de atendimento médico da Cruz Vermelha, mas funciona mal).

- Multibanco, já existiu até 2006, depois fechou porque o bando que o sustentava disse que não dava lucro.

- Arruamentos secundários, ainda são de terra batida e derivado à grande quantidade de veículos pesados que por ali proliferam, criam grandes zonas de perigo para os utentes pedonais.

Na área cultural, temos duas escolas, uma EB1 e outra básica.

 

     Na área cultural, existe ainda a Sociedade Filarmónica União Assaforense, que festejando no dia 1 de Dezembro passado o seu 63.º aniversário organizou um encontro de Bandas Filarmónicas do Concelho de Sintra que decorreu com o agrado de todos os intervenientes e visitantes ao evento.

 

     A meu ver, ao longo do ano poder-se-á realizar maia eventos, tais como dança e teatro. A sociedade tem condições suficientes para ser um Centro Cultural da região.

 

     Para quem quer cuidar do corpo físico, temos o Ginásio Assafora Gym dirigida pelo atleta Ricardo Lino que à pouco tempo foi um dos seleccionados no Campeonato de Portugal de WABBA 2007 para representará Portugal nos próximos campeonatos da Europa da modalidade.

 

     Para cuidar do espírito, temos uma Igreja Apostólica e Romana, mas que não tem padre permanente e uma outra para fazer contraponto e esta religião, existe a Igreja Maná.

 

Sendo esta uma Aldeia rural não podia deixar de ter ARTESÃOS de TRAPOLOGIA, sendo os mais conhecidos:

 

Trabalhos com retalhos

 

Maria Ermezilia Oliveira Seabra
Quinta das Galeanas, Catribana - Assafora
2705-481 S. João das Lampas
Tel. 219 612 107

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Trapologia, rendas à mão, malhas à mão, trabalhos em serapilheira

 

Maria de Lurdes Manata da Silva Ceia
Rua Alto dos Fetos, n.º 1 - Assafora
2705-438 S. João das Lampas
Tel. 21 241 52 56    Tlm. 960 194 746

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Recriação de roupa antiga

 

Maria dos Anjos Inocêncio do Carmo
Rua do Alto dos Fetos, n.º 68 - Assafora
2705-437 S. João das Lampas
Tel. 219 611 978 / 966 186 671

     


Agora sim! Aqui fica a razão deste post:

 

     Não há dúvida que nós somos um povo de braços abertos para todos aqueles que por cá querem fazer a sua vida procurando um estatuto socio-económico melhor do que encontram nas suas terras. São todos bem vindos desde que seja para trabalhar, no entanto, há que ter cuidado com os abusos. Agora derivado às novas tecnologias que o “Tio Sócrates” apregoa, está na moda os “Cybercafés”, continua tudo bem, desde que instalados em sítios próprios.

 

     Assafora não podia como o pais, ficar no cu da Europa e também tem um Cybercafé, só que instalado à entrada de um Supermercado de marca conceituada, criando um certo mau estar aos seus clientes, pois o espaço é diminuto para tal clientela.

 

     Tanto os seus proprietários como a maioria da clientela (brasileiros) são todos bons rapazes e trabalhadores, só que o espaço é que é mesmo pequeno. Têm uma coisa boa, como diz o português: - Não chateiam ninguém e a música é boa.

 

     Assafora também tem de evoluir. Viva Portugal-Brasil.

 

Uma amiga do Nelson que me deu licença para fazer este post.


 

música que estou a ouvir: O Canto do Sisne
Estou com uma pica dos diabos: e com razão
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Terça-feira, 11 de Dezembro de 2007

Amizade a uma amiga

                  A Amizade é isto!

 

A amizade é o relacionamento que envolve conhecimento mútuo entre humanos e que leva a uma verdadeira estima e afeição. Diz-se que os amigos são para as ocasiões, de facto, a amizade é o reconhecimento do sentimento e da lealdade entre as pessoas.

A amizade é o prelúdio de um relacionamento fraterno em que colocamos os interesses dos outros à frente dos nossos próprios, podendo vir a transformar-se em amor, lealdade e confiança.

Aceitarmo-nos tal como cada um é, com os seus defeitos e virtudes. Não é necessário estar-mos sempre presentes, basta quando sentimos que estamos a ser necessários. Partilharmos as nossas angústias, sonhos, alegrias, tristezas e necessidades de um conforto, afecto ou até necessidades económicas, despirmo-nos de preconceitos ou tabus e estarmos sempre presentes.

Diz-se que é no hospital e na prisão que se vêem os verdadeiros amigos. Podemos não fazer nada porque os médicos e a justiça é cega para a maioria dos casos, mas uma palavra, um aperto de mão ou um afago é quanto basta para aliviar os males do corpo e da alma.

Ser amigo é estar presente sempre. O verdadeiro amigo é uma postura própria dos humanos, dando sem esperar receber seja o que for em troca. É ser parte integrante um do outro. A amizade não se explica, sente-se.  

Quando não temos nada para dar, temos um ombro amigo para ouvir as suas queixas e lamúrias de um qualquer amor perdido ou de uma tragédia que se nos atravessa no caminho. Ser amigo, é tudo isto e tudo o mais que não tem explicação.

Nestes últimos dias tenho constatado o que é a verdadeira amizade não só perante mim, mas também perante os seus familiares. Eu para ti sou mais um irmão que arranjaste e que me chamas com carinho de “tio” para com o teu irmão não só tenho visto o amor de sangue mas também as preocupações que te transbordam da alma.

Quero, porque nada mais posso dar, aqui revelar publicamente quanto te amo e o que a minha alma sente de afecto pelo teu irmão neste período conturbado que é sempre uma operação.

Que os Santos, sejam eles quais forem vos acompanhe.

 

Já que não tenho mais palavras para te dedicar o meu amor, socorri-me de uma lírica de Luís Vaz de Camões

 

AMOR É FOGO  QUE ARDE SEM SE VER
De: Luís de Camões


Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

 

Nelson Camacho D’Magoito

Estou com uma pica dos diabos: Bem comigo mesmo
música que estou a ouvir: Amor para sempre
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Sexta-feira, 7 de Dezembro de 2007

Será que NÃO TENHO TEMPO?

Não tenho tempo…
 
Um texto que não vais ter tempo de ler,
 porque nem sabes que ele existe.
 
     Dizer: Não tenho tempo! É desculpa comum que todos nós damos a um amigo quando não o queremos aturar ou a uma miga porque já não temos interesse nela, mas o mais grave é quando dizemos toda a vida ao nosso filho que não temos tempo.
     Hoje o meu tempo arranjou tempo para ter tempo de me lembrar de ti.
     Neste fim de ano, porque se calhar já não vou ter tempo de ter tempo de te dizer quanto te amo e porque não sei escrever palavras de desculpa como mereces pelo tempo que te não dei, socorri-me deste belíssimo texto/desabafo “Não tenho tempo”de Neimar de Barros, para te pedir desculpas.
     Desculpas de nada servem, mas quando a barca se aproxima, arranjamos sempre tempo para dizer o que tivemos vontade de dizer e não dissemos.
     Para ti, meu filho Ricardo, embora estejas longe fisicamente, estás sempre no meu coração que sempre teve tempo para te amar.
Nelson Camacho
 
 
                             Não tenho tempo…
                                                  De Neimar de Barros
 

Sabe, meu filho, até hoje não tive tempo para brincar com você.
Arranjei tempo para tudo, menos para ver você crescer.
Nunca joguei dominó, dama, xadrez ou batalha naval com você.

Percebo que você me rodeia, mas sabe, sou muito importante e não tenho tempo. 

Sou importante para números, conversas sociais, uma série de compromissos inadiáveis...
E largar tudo isso para sentar no chão com você...
Não, não tenho tempo!
Um dia você veio com um caderno da escola para o meu lado.
Não liguei, continuei lendo o jornal.
Afinal, os problemas internacionais são mais sérios que os da minha casa.
 

Nunca vi seu boletim nem sei quem é a sua professora.
Não sei nem qual foi sua primeira palavra; também, você entende...
Não tenho tempo...
De que adianta saber as mínimas coisas de você
se eu tenho outras grandes coisas a saber?
Puxa, como você cresceu!
Você já passou da minha cintura, está alto!
Eu não havia reparado nisso.
 

Aliás, não reparo em quase nada, minha vida é correr.
E quando tenho tempo, prefiro usá-lo lá fora.
E se o uso aqui, perco-me diante da TV
A TV é importante e me informa muito...
Sei que você se queixa, que você sente falta de uma palavra,
de uma pergunta minha, de um corre-corre, de um chute na bola.
Mas eu não tenho tempo...
 

Sei que você sente falta do abraço e do riso,
de andar a pé até a padaria, para comprar guaraná.
De andar a pé até o jornaleiro para comprar "Pato Donald".
Mas, sabe, há quanto tempo não ando a pé na rua?
Não tenho tempo...
 

Mas você entende, sou um homem importante.
Tenho que dar atenção a muita gente.
Dependo delas... Filho, você não entende de comércio!
Na realidade, sou um homem sem tempo!
Sei que você fica chateado, porque as poucas vezes que falamos
é monólogo, só eu falo.
E noventa por cento é bronca: quero silêncio, quero sossego!
E você tem a péssima mania de vir correndo sobre a gente.
Você tem mania de querer pular nos braços dos outros...
Filho, não tenho tempo para abraçá-lo.
 

Não tenho tempo para ficar com papo-furado com criança.
Filho, o que você entende de computador,
comunicação, cibernética, racionalismo?
Você sabe quem é Marcuse, Mc Luhan?
Como é que vou parar para conversar com você?
Sabe, filho, não tenho tempo, mas o pior de tudo,
o pior de tudo é que...
           
              Se você morresse agora, já, neste momento,
              eu ficaria com um peso na consciência, porque,
              até hoje, não arrumei tempo para brincar com você.
              E, na outra vida, por certo, Deus não TERÁ TEMPO de me deixar, pelo menos, vê-lo!
 
Já que nada te posso dar este ano este post foi para ti meu filho
Nelson Camacho

Estou com uma pica dos diabos: Triste e vago
música que estou a ouvir: Requiem de Johannes Brahms
publicado por nelson camacho às 15:28
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O Carteiro ao fim de ano

 

O Carteiro

 

     Estamos no fim do ano de 2007 e vários convites me teem chegado verbalmente e telefonicamente solicitando a minha presença neste natal. São convites que me chegam de amigos que sabem ir passar estas festividades só entre as minhas quatro paredes. Quatro paredes que vão sendo hábito neste tempo de vida já vivida e prestes a terminar, (como é habito dizer: O barqueiro já está no rio à minha espera) a alguns, digo que sim, a outros digo que não tenho tempo, ou quero ficar com as minhas recordações.

 

     Nenhum convite vem pelo correio, no entanto, ele não para de chegar à minha porta, parece que nesta altura todos se lembraram de mim para solicitar os compromissos que não cumpri ao longo do ano e não cumprirei certamente porque os euros não chegam para tanto.

 

      Lembro-me então o que todos nós sofremos quando ouvimos bater o carteiro, um turbilhão de sentimentos diversos nos acodem à mente.

     Esse homem é o fiel mensageiro de vida ou da morte.

     Uns o esperam com alvoroço, outros com receio.

     O carteiro é uma esperança ambulante.

     Este homem vulgar espalha nas famílias com a mesma insensibilidade, a tristeza e a alegria, os lutos e os convites para uma festa.

     À maneira da fortuna, o carteiro é cego, porque distribui, com a mesma desigualdade, os prémios e os castigos, as prosperidades e as ruínas.

     Na sua mala misteriosa de correio não se conhecem categorias sociais, nem ódios, nem rivalidades, nem sexos, nem idades. Tudo ali se acha envolvido e conglomerado na mais absoluta confusão.

 

Depois de dissertar sobre o carteiro, lembrei-me de um poema de João de Deus.

 

A VIDA

 

A vida é o dia de hoje,

A vida é ai que mal soa,

A vida é sombra que foge,

A vida é nuvem que voa;

A vida é sonho tão leve

Que se desfaz como a neve

E como o fumo se esvai;

A vida dura um momento,

Mais leve que o pensamento,

A vida leva-a o vento,

A vida é folha que cai!

 

A Vida é flor na corrente,

A via é sopro suave,

A vida é estrela cadente,

Voa mais leve que a ave:

Nuvem que o vento nos ares,

Onda que o vento nos mares,

Uma após outra lançou,

A vida – pena caída

Da asa da ave ferida –

De vale em vale impelida

A vida o vento a levou!

 

Nelson Camacho D’Magoito

Estou com uma pica dos diabos: e com pena dos em abrigo
música que estou a ouvir: Canto de Natal
publicado por nelson camacho às 14:40
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Terça-feira, 4 de Dezembro de 2007

Praça da Aleria da RTP

Praça da alegria uma manhã má

 

Hoje acordei cedo e contrariamente ao que é habitual liguei a televisão e infelizmente ao canal do estado (nosso, porque somos nós que pagamos a maior fatia das suas despesas) e fiquei triste e com os meus ouvidos em fúria não contando com os meus olhos, pois parecia estar a ver um programa de televisão do terceiro mundo. Eu explico:

 

- O programa corria normalmente com a apresentação do Senhor faz tudo Jorge Gabriel e sua colaboradora Sónia Araújo, até que de repente, o Gabriel dos concursos com o trocadilho  “o meu e o teu poema” nos informa que íamos houver essa canção interpretada pela permanente cantora daquele espaço televisivo.

 

Também até aqui tudo bem, ressalvando não nos ter informado quem tinha sido o intérprete original e seus compositores, mas isso também já nos habituou a televisão a essas falhas.

 

O que eu não estava à espera era da apresentação da dita cuja, não só se apresentou pessimamente vestida, calças de ganga e uma blusa (parece que actualmente tem outro nome) com a barriga à mostra e um grande decote com que esteve sempre preocupada ao longo da canção.

 

Quanto à canção propriamente dita, dou os meus parabéns à banda que mais uma vez, com o seu saber e profissionalismo tentou salvar a situação. Talvez meio tom a baixo resolvesse o problema da gritaria fora do contexto da interpretação se acaso a senhora (menina) soubesse o que isso é.

Temos de dizer a essa pseudo-cantora que está a ser paga com o meu dinheiro que cantar não é berrar. Cantar é interpretar um poema que alguém escreveu pondo-lhe o sentimento das palavras . Cada cantiga é um poema e cada poema cantado é uma obra de arte.

Espero que o Carlos do Carmo não tenha ouvisto a menina das cantigas da Banda da Praça. Mas enfim, ele ao longo da sua brilhante carreira já se habituou a tudo.

 

Tempos mais tarde, no mesmo programa, graças a Deus que nos foi dado a houver o Emanuel Santos, um concorrente da Operação Triunfo que de lá foi corrido, não se sabe bem porquê, mas como aquela Operação não passa de um concurso, (Mau, mas é o que a rtp nos dá). Ficamos a saber o seu percurso de vida até chegar a esta fase. Só para vocês verem transcrevo aqui o seu currículo, que foi retirado do sit da RTP.

 

 

              Emanuel Santos

              21 Anos, oriundo de Gaia

                    O cantor sedutor

 

A sua vida tem sido sempre na zona do Porto, começou por ser filho único, só aos seis anos teve uma irmã. Em criança era o artista da casa. O Pai gostava de o filmar num palco improvisado lá em casa em que ele já fingia cantar os êxitos do momento. Aos 5 anos o pai decidiu que para além da escola o Emanuel deveria ir para o conservatório.


A ida para a academia de música não foi fácil para este menino dos seus pais...mas hoje em dia agradece ter começado a estudar música tão cedo. Toca e compõe as suas músicas ao piano. Os seus grandes amigos são duas amigas, que ele considera as melhores.

Amigo! referiu um colega da loja de roupa em que trabalha aos fins-de-semana, e durante a semana trabalha num café perto de casa.


Fez um curso de teatro no Porto, depois de terminar o Liceu. O teatro, principalmente o drama, deixaram-no com vontade de mais, adorou uma peça de W. Fassbinder que fez na escola, em que ele era o amante, a actor principal.


É na música que se imagina no futuro, e por ser muito auto-critico não se imaginava a chegar tão longe nos castings da OT.


Sabe que é um sedutor e que comunica muito bem com a câmara, já lhe chamam o Cantor Sedutor.” ◄in: www.rtp.pt

 

Na sua entrevista apresentou-se como pessoa humilde, com vontade de aprender mais, fazendo uma boa interpretação do tema que cantou (pena é não tenha sido um poema português), mas ele vai aprender que embora a nossa língua seja difícil de ser cantada é nossa e a mais linda do mundo.

 

Tudo isto para dizer à cantora da banda, que é preciso, aprender a ser artista antes de se apresentar como tal. Estou convencido se tivesse concorrido à Operação Triunfo não tinha chegado onde chegou o Emanuel Santos.

 

Não quero deixar este post sem recomendar ao Emanuel Santos para mudar de nome artístico: 1.º Porque não é  internacionalizavel e 2.ª para não se confundir (só no nome) com o Emanuel Pimba.

 

Aqui fica o meu desabafo do dia e parabéns ao Emanuel Santos, força rapaz. Vou seguir a tua carreira

Nelson Camacho D’Magoito

música que estou a ouvir: Um Canto em Portugûes
Estou com uma pica dos diabos: com força de criticar
publicado por nelson camacho às 03:03
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