Há quem se preocupe com o trabalho, com o comer, com os filhos, com a saúde, com o seu próprio bem-estar. Enfim, com tudo o que o rodeia de imediato mas nunca com o estado da humanidade no seu todo.
Tudo isto vem a propósito de reconhecer que o trato entre os homens já não é o que era e essa história de o “homem foi feito para a mulher para se procriarem” também já não é o que era.
Não sou um grande estudioso sobre as uniões ou casamentos entre pessoas do mesmo sexo, no entanto procuro estar o mais bem informado possível e como é lógico tenho a minha própria opinião e essa já a tenho divulgado entre amigos e escrito sobre o assunto:
- Sou religioso porque foi nesse ambiente que fui criado, assim como outras coisas porque Deus (se existe) assim o quis. (vou mais pela génese com que cada um nasce).
- Voltando ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Acho que só se compreende o casamento, entre pessoas de sexo diferente (heterossexuais), pois a ideia primária é procriarem. Quanto a pessoas do mesmo sexo, deverá arranjar-se termos diferentes, tais como “união de facto” devidamente registado nas conservatórias do registo civil como um contrato fosse, aliás, nos casamentos hetro, também são feitos contratos no civil e com determinadas clausulas. A ida à Igreja nada mais é que a aprovação dessa união pelos católicos. O padre não casa seja quem for, a sua presença é única e simplesmente para testemunhar que aquela união é abençoada por Deus. (já fui casado e sei como é).
Quanto a mim, há uma profunda confusão nas cabeças pensantes dos políticos, católicos, homofóbicos, Papas e padres. O que os homossexuais queres é serem felizes quando encontram parceiros para (julgam) toda a vida e fazerem um contrato de coabitação que lhes dê estabilidade económica. Chamem-lhe casamento, matrimónio ou união de facto.
O mundo está em permanente mudança, o que era ontem, já não é hoje e não será amanhã. A humanidade não é nem nunca foi totalmente heterossexual e a tendência é a divisão ser cada vez maior.
Foi nesta procura das coisas que encontrei na net (como não podia deixar de ser) um texto com o titulo “ Há diversidade na Igreja sobre casamento gay e relações homoeróticas”, achei interessante e porque você que normalmente me lê não chegou a ele, aqui transcrevo a sua totalidade com o devido respeito e devidas anotações de origem (só fiz determinadas alterações na linguística do brasileiro para português). Um abraço a todos, sejam felizes, e não sejam chatos e aqui vai.
Nelson Camacho D’Magoito.
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“13 Março 2008
Há diversidade na Igreja sobre casamento gay e relações homoeróticas
O Globo, 10/3/2008
Novos ventos estão soprando na Igreja Católica. É bastante conhecida a tradicional oposição da hierarquia eclesiástica ao casamento gay, bem como às relações homo eróticas. No entanto, aconteceu um fato surpreendente: o novo presidente da Conferência dos Bispos da Alemanha, Robert Zollitsch, declarou-se a favor da união civil dos homossexuais. Para ele, trata-se de uma questão da própria realidade social: se há pessoas com esta orientação, o Estado deve adotar uma legislação correspondente. Todavia, Zollitsch considera um erro a idéia de ‘matrimónio homossexual’, devido à sua própria concepção matrimónio, essencialmente hétero.
À primeira vista, esta aprovação da união civil soa como uma divergência radical em relação ao papa. Afinal, a imagem de Bento 16 frequentemente é associada a conservadorismo ou intransigência. Mas as coisas não são bem assim. De fato, o papa defende com veemência o termo ‘matrimónio’ reservado à união entre homem e mulher. Quanto à união civil homoafetiva, o papa disse que o seu reconhecimento enfraquece e desestabiliza a família fundada no matrimónio. Por isso, reconhecê-las ‘parece perigoso e contraproducente’.
Convém analisar os termos usados: ‘parece não quer dizer necessariamente que seja; ‘perigoso não significa abominável nem inadmissível. O fogo é perigoso. Pode produzir incêndio e morte. Mas com o devido cuidado, pode ser usado na cozinha de uma residência. Portanto, os termos do papa não são taxativos e nem encerram o debate.
Bem diferente foi o pronunciamento da Congregação para a Doutrina da Fé em 2003, assinado pelo então cardeal Ratzinger. A linguagem é bem dura: as uniões homossexuais são ‘nocivas à sociedade, e deve haver oposição clara e incisiva ao seu reconhecimento legal, sobretudo dos políticos católicos. Isto era bem de acordo com o pensamento de João Paulo 2º, a quem a Congregação obedecia. Wojtyla considerava aquelas uniões, uma grave de violação da lei de Deus e uma manifestação da astuciosa ‘ideologia do mal’.
Com isto se vê que há na Igreja uma diversidade de posições sobre o tema. E isto é compreensível. Afinal, a Igreja está alicerçada na milenar tradição judaico-cristã e, ao mesmo tempo, espalhada pelo mundo e vivendo na cultura moderna. No judaísmo antigo, acreditava-se que o homem e a mulher foram criados um para o outro, para se unirem e procriarem. O homo erotismo era considerado uma abominação. Israel deveria se distinguir das outras nações de várias maneiras, inclusive pela proibição do homo erotismo. A Igreja herdou esta visão antropológica com sua interdição. No século 19, porém, surgiu o conceito de ‘homossexualidade’, que permite pensar esta realidade de outra maneira. A atracão pelo mesmo sexo pode ser entendida como um dado da natureza. No entanto, até o final do século
Hoje há uma nova compreensão das coisas: a humanidade não é totalmente heterossexual, e a sociedade deve aprender a conviver e a lidar com as diferenças. A Igreja de certo modo acompanha a sociedade. João Paulo 2º tinha uma posição tradicional de rejeição. Bento 16, não mais sob as ordens de seu antecessor, adota uma oposição moderada. Até porque o discurso papal tem uma repercussão mundial, em lugares e contextos muito diferentes. Por isso, ele tende a ser cauteloso na mudança. Já o bispo alemão Zollitsch, diante da realidade seu país, não vê as uniões homoafetivas como uma ameaça à família e aprova o seu reconhecimento civil. Assim se dão as mudanças na Igreja.
No Brasil, desde 1995 há um projecto de lei de união civil, da então deputada Marta Suplicy. Ele prevê que os termos ‘matrimónios e ‘casamentos’ fiquem reservados às uniões hétero, em razão de suas implicações ideológicas e religiosas. Para uniões gays, usa-se ‘parceria' e ‘união civil. São propostas bastante de acordo com o bispo do país do papa.
Luís Corrêa Lima é padre jesuíta e historiador.
Publicada por PJF “
In:
http://noticias-nsi.blogspot.com/2008/03/h-diversidade-na-igreja-sobre-casamento.html
Nelson Camacho D’Magoito
Não sou muito de comprar revistas do Jet-set, até porque na maioria dos casos o que alguns jornalistas escrevem ou é mentira ou são maldizentes nas suas opiniões, tudo a favor do mercantilismo ou seja, para vender mais revistas.
Embora não as comprando, vou lendo algumas, pois a minha amiga Glória que gosta muito de telenovelas, e também de saber o que se passa no meio artístico, é nessas revistas que vai estando a par de tudo o que se passa embora normalmente erradamente.
Foi o que aconteceu ao ler a revista TV Guia n.º 1528 de 09-05-2008. Deparei nas páginas 12 e 13 com o chamamento Flagra, uma reportagem com Fotos Exclusivas (tipo paparazzi) sobre um tema que quanto a mim, não tem qualquer interesse para a sociedade, na medida em que se trata de um assunto o mais natural da vida, (a união ente dois homens).
Fiquei danado não com a publicação do facto mas a forma como é descrito. Cheira-me a inveja!
Quanto a mim, é uma falta de respeito pelas pessoas em causa e pelas opções sexuais de cada um, ou então é INVEJA DO JORNALISTA (diga-se escrevinhador). Mas eu passo a explicar:
Na página 13, na parte inferior direita o “invejoso” escreve o texto que transcrevo na íntegra:
“O filho do ex-corretor da bolsa Pedro Caldeira anda apaixonado e feliz da vida. Basta reparar no sorriso de Pedro Caldeira Júnior, neste flagra feito ao decorador, há dias, quando foi buscar o seu maridão ao aeroporto de Lisboa … As saudades já deviam ser tantas, que o Caldeirinha encheu-o de beijinhos. Pedro Caldeira Júnior vive há cerca de dois anos em Londres, desde que se apaixonou por um decorador de interiores da alta sociedade que, segundo o próprio faz questão de contar aos seus amigos em Portugal, é milionário.” (in: TVGuia n.º 1528)
Mas desde quando é que o senhor jornalista invejoso foi para a cama com os dois para chamar a um deles de “maridão” colocando ambos na posição dos heterossexuais em que um é o homem e o outro a mulher.
Mais abaixo no seu texto chama ao Caldeira Júnior de “Caldeirinha”.
Gostava de saber também, quantas vezes comeram no mesmo prato para se lhe dar o direito de o chamar de “Caldeirinha”.
É por estas e por outras que vão surgindo por ai os homofóbicos de trazer por casa e os invejosos, que se escondem atrás das escritas da nossa comunicação social. Uns por inveja dos milhões que cada um tem e outros porque têm medo de serem acusados de Gays.
Estou farto de dizer que não há necessidade de saírem do armário, mas também para se esconderem, não devem mal tratar desta forma as pessoas que são livres de escolher o seu modo de vida.
Sr. Jornalista, se que botar figura nos flagras, tenha respeito pelas pessoas. É que não está em causa somente as pessoas visadas, como também as famílias das mesmas.
Existiam outras formas de publicar o encontro entre dois amigos no Aeroporto de Lisboa.
Certamente o Caldeira Júnior, como é superior a si, não lhe vai ligar alguma, pois os burros ficam e a caravana passa, e você é mesmo burro.
Porque não deixa os rapazes em paz ?.
Ser gay não é doença, nem vem algum mal ao mundo, embora os padres digam o contrário e quando o dizem é para esconder os pedófilos que por lá devaneiam, esses sim, são doentes, e deviam de ser banidos da sociedade, mas isso é outra história.
Se este caso, se passasse comigo, senhor jornalista, creio que lhe ia às trombas.
Nelson Camacho D’Magoito
Hoje é o teu dia, Mãe
.
Queria voltar a cantar-te “Estrela da Minha Vida” e dar-te flores.
Não posso, estás longe! Longe fisicamente mas sempre no meu coração.
Há uns anos que te não vejo, restam-me as fotografias espalhadas pela minha casa e a saudade do teu carinho, afago e compreensão. Foste a única tábua de salvação que tive até hoje
Quando partiste e talvez porque quando o fizeste estavas em meus braços, levaste todo o amor que havia em mim, senti no teu hálito o sabor da morte e é esse hálito que espero voltar a sentir para me juntar a ti.
Diz-se que enquanto há vida há esperança, mas esperança de quê, Todos se foram embora e os que não estão ainda junto a ti, estão longe fisicamente. Espera-me a barca para me levar para a outra margem.
Queria voltar a dar-te flores e em troca ouvir os teus conselhos.
Hoje é dia da Mãe!
Que saudades tenho de ti. Não é só nos dias menos bons ou alegres que me vens à memória, tu estás sempre presente na minha vida
Foste a mulher da minha vida.
Aquela que me compreendeu, que me acarinhou, que me deu conselhos, que para que o meu prato estivesse sempre cheio, o teu, nem sempre o estava. Foste a mulher que passaste noites em claro com um petisco sempre pronto à minha espera.
“Havia um sofá na sala onde ias durante as noites de espera, costurando um boneco, uma saia ou uma blusa e se eu chegava a altas noites com uma companhia, só perguntava se tínhamos fome, dizias que o petisco estava na cozinha e desaparecias de cena depois de dares as boas noites.”
Foste a única mulher a sério da minha vida. Também estou bem comigo, pois quando te troquei por outra, nunca te deixei na realidade. A outra já se foi, porque nunca conseguiu ser Mulher e Amante. Também tem sido uma boa Mãe para o nosso filho, mas só isso e nada mais.
Hoje é dia da Mãe! Mas só tu, foste Mãe, mulher e amante.
Mãe, porque abandonas-te a tua condição de mulher, para dedicares a mim e só a mim, todo o teu amor.
Mulher, porque me trataste, da roupa, da comida, do meu bem-estar, das minhas e dos meus amigos, como se mãe delas e deles fosses.
Amante, porque estiveste sempre ao meu lado, nos bons a maus momentos, nas alturas da riqueza e de pobreza. Me acompanhaste sempre em tudo e em todas as ocasiões.
Pregaste-me uma partida!... partiste para os Céu nos meus braços, e não me deste tempo para te pedir perdão.
Foste uma “Mãe Coragem”. Concebeste-me num acto de amor, amor que se prolongou durante toda a tua vida mesmo depois de esse, nos ter deixado tinha eu dois anos.
Durante nove meses trouxeste-me dentro de ti, fazendo parte integrante do teu ser, zelando sempre cuidadosamente para que viesse ao mundo perfeito. Para te reconhecer sempre, lá ias afagando-me e cantando umas cantigas.
Durante toda a tua vida, falámos sobre a possibilidade de voltarmos a estar juntos para sempre, não foi possível, embora tenha tido a felicidade de algumas vezes nos termos encontrado. Criaste-me com todo o amor e dificuldades que uma mãe sozinha tem, mas fizeste de mim um homem.
Obrigado!
Mãe não é uma mulher qualquer.
Ser Mãe não é quem quer ou quem pode.
Ser Mãe é dos actos mais nobres de todos os seres.
Parir não é dor, é amor! E amar eternamente!
Mãe!... Foste tu!... Obrigado!
Queria voltar a dar-te flores.
Nelson Camacho D’Magoito
Para as verdadeiras Mães da nossa terra, um Poema de Eugénio de Andrade
Poema à mãe
No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe!
Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos!
Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais!
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura!
Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos...
Mas tu esqueceste muita coisa!
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!
Olha - queres ouvir-me? -,
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
ainda oiço a tua voz:
"Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal..."
Mas - tu sabes! - a noite é enorme
e todo o meu corpo cresceu...
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas...
Boa noite. Eu vou com as aves!
Nelson Camacho D’Magoito
Pai & Filho em dia de aniversário
A Saga do aniversário
Nenhuma como é óbvio. O que interessa aos leitores dos blogue são coisas mais interessantes que de uma forma ou de outra, digam qualquer coisa a quem lê. Pela forma de estar na vida ou pela curiosidade que desperta os textos ou histórias que cada um por aqui anda a escrever “coisas”. Mas......
Como o acto de fazer anos é a prova viva que estamos vivos, é também a altura em que verificamos quem são os nossos amigos. Uns que nos telefonam, outros que nos mandam e-mails e outros ainda sem nós sabermos a não ser no proprio dia nos preparam as festas.
Para todos eles aqui fica o meu reconhecimento.
É com base neste conceito que aproveitei este espaço para fazer um interregno nas escritas de criticas ou histórias para agradecer muito especialmente à família Bicho da forma amiga como tem preenchido os dias dos meus aniversários de há dois anos a esta parte, assim como os momentos de solidão.
O ano passado foi na minha própria casa como já contei
A Casinha, é assim que é chamada com muito carinho a casa de verão do meu amigo Alcino e sua esposa Glória.
A festa começou na véspera “com bolo e tudo” caracóis e outros animais que se comem acompanhados com cerveja. Durou até à duas da manhã, propositadamente para serem os primeiros a darem-me os parabéns. Alem dos donos da casa, estiveram lá outros amigos e amigas, inclusive, o mano Tony.
Às duas vim para casa. De manhã recebi o meu filho, a sua namorada e a minha ex mulher. Entretanto, chegou a Glória com o filho Carlos a dizer que tinham feito uma festa para mim na tal casinha e que estava lá toda a gente. Foi surpresa, e lá fui apagar mais umas velas.
Estava lá toda a família Bicho e outros amigos para dar uma prenda e um abraço ao Tio Nelson.
O dia passou, voltei para casa, tomei um duche, deitei-me, abri mentalmente o baú de recordações e estive a dormir todo o santo dia seguinte. É a vida de um solitário que arranjou uma outra família.
Obrigado a todos.
Dia de anos
(De: João de Deus)
In: Campo de Flores
de fazer na quinta-feira
vinte e seis anos! Que tolo!
Ainda se os desfizesse…
mas fazê-los não parece
de quem tem muito miolo.
Não sei quem foi que me disse
Que fez a mesma tolice
Aqui o ano passado…
No que vem, agora, aposto,
Como lhe tomou o gosto,
Que faz o mesmo? Coitado!
Não faça tal: porque os anos
que nos trazem? Desenganos
que fazem a gente velho:
faça outra coisa: que em suma
não fazer coisa nenhuma,
também lhe não aconselho.
Mas anos não caia nessa.
Olhe que a gente começa.
às vezes por brincadeira,
mas depois, se se habitua,
já não tem vontade sua,
e fá-los, queira ou não queira!
Nelson Camacho D’Magoito
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