Sexta-feira, 29 de Novembro de 2013

Adeus até para o ano

boas festas - adeus até para o ano

 
     Antigamente no tempo da escrita à mão era hábito escrever-se um postal de Boas Festas nesta época do ano desejando um Bom Natal e Festas Felizes para o ano vindouro. Havia inclusivo quem tinha jeito para o desenho, elaborar os próprios cartões de Boas Festas, depois vieram os computadores e perdeu-se o hábito da escrita à mão.

     O princípio da escrita foi com um formão com incisões na pedra com hieróglifos, depois veio a escrita propriamente dita com penas de aves fazendo nelas um aparo onde se escrevia num papiro. Mais tarde veio a invenção da caneta de tinta permanente que foi destronada pela esferográfica e pelo lápis. Hoje tudo é mais fácil. Dois dedos ou mais para os mais habilidosos veio o teclado das máquinas de escrever e com a evolução dos tempos vieram os computadores e aquela coisa de nos aprimorarmos no tipo de escrita que aprendíamos na instrução primária que hoje já não existe. Nem instrução primária nem o estudo da caligrafia. Hoje tudo o que era belo se perdeu, até o gosto pela criatividade. O computador faz tudo.

     Hoje há a profissão de criativos mas noventa por cento através do computador. Há mão… só aquela anedota dos “cinco a um para aliviar o stress”.

     A informática fez com que a escrita tenha desaparecido, tudo é por e-mail, Facebook, sms e outras formas de comunicação entre pessoas.

     Infelizmente até as cartas de amor como as da Soror Mariana são coisas do passado.

     Hoje as amizades são feitas via programas específicos da internet, são as chamadas amizades virtuais em que cada um escreve sobre si o que desejava ser e nunca o que é na realidade. Noventa por cento dos utilizadores da internet esconde-se atrás de um suposto nome ou simplesmente de anónimo.

     Já ninguém assume a sua própria identidade porque será?.. Era um tema sujeito a um estudo por psicólogos devidamente credenciados e que gostaria de ver por aqui em discussão.

     Não sou nem quero ser mais que os outros mas uma coisa é verdade. Sou responsável pelos meus actos e como tal nunca na vida me escudei atrás de um suposto nome nem faço copypast de outros autores e quando eventualmente o faço, informo sempre o seu autor. Também não faço Download de músicas. Quando pretendo uma música ou um filme, compro os respectivos CDs ou DVs. Antigo? Arcaico? Cota ou Kota? Talvez mas tudo o que escrevo é da minha cabecinha pensadora e não utilizo metáforas, pensamentos ou contos de outros. 

     Para aprimorar os meus textos, republico algumas fotografias mas quando não conheço o seu autor designo-os como (As fotos aqui apresentadas são livres de copyright e retiradas da Net.) Assim como tenho o cuidado de informar sobre os meus textos; (Qualquer semelhança com factos reais é mera coincidência, ou não! O geral ultrapassa a ficção)

 

     Aos meus amigos virtuais e não só vem esta minha declaração a propósito de nestes últimos dias do ano de 2013 ter feito uma retrospectiva do que tenho escrito nos meus blogues e Facebook e analisado a receptividade que tenho recebido. Uns com comentários directos nos locais próprios e outros enviados por e-mail. Sobre todos quero agradecer muito pois são as vossas opiniões que me fazem crescer como homem e como escritor de história de vida a que me dediquei.

 

     Aos milhares que me escreveram via e-mails contando-me as suas histórias e inquietações e outras como a seguinte,

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“Via E-mail de Marcelo Marques 2013-23-11-22:51h

Boa noite,

 

Descobri ainda hoje o seu blog, estou completamente rendido, parabéns!

Depois de ler as ''tertúlias'' do mês de Novembro o meu impulso foi fazer uma ligação da escrita a um rosto, mas nada encontrei.  

Mais uma vez, parabéns e continuação de um bom trabalho.”

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     São estes comentários que me dão forças para continuar e o meu muito obrigado. São estes vossos comentários os pagamentos que recebo como são as palmas que qualquer cantor ou actor recebe no fim do seu trabalho.

 

     Nunca é demais desejar-lhes um bom Natal e um Ano de 2014 se não for melhor pelo menos que seja igual a 2013.

 

     Eu para o Ano volto.

     Se alguns não gostam do que escrevo e pretendem literatura do cordel ou mais obscena em certos casos paciência, antes de me lerem, leiam os meus avisos.

     Entretanto vejam o meu último conto de 2013 (O vizinho do 1.º Andar)

  Nelson Camacho

 

Fiquem-se com USA for Africa - We are the world com Michael Jackson

     Nelson Camacho D’Magoito

   “Contos ao sabor da imaginação”

            © Nelson Camacho
2013 (ao abrigo do código do direito de autor)

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Quinta-feira, 28 de Novembro de 2013

O vizinho do 1º andar – III Parte

 

Rlogio de pé no canto do nelson

IV Capítulo

(ver II Parte)

 

Afinal o que se tinha passado naquela noite e o que tinha visto a Josefa?

O grande segredo

 

     Tinham chegado todos bem a casa. Foi mostrada a quem não a conhecia e os quartos distribuídos. Ainda fizeram uns petiscos. Até que o relógio do Salão bateu a meia-noite e cada um foi para os quartos já estipulados.

 

     O quarto destinado ao Carlos foi a suite do João (filho do dono da casa) pois os chamados de hóspedes já tinham sido distribuídos pelos outros visitantes e não havia outro disponível.

 

     Era um quarto tipo suite, grande com wc e chuveiro independente mas só tinha uma cama embora grande.

 

    O Albuquerque quando indicou a suite do filho ao Carlos pediu desculpa por ser aquele mas como eram dois rapazes não há haveria problemas.

 

        - Não tem importância!.. Não lhe vou comer o filho… - Brincou o Carlos.

 

     Os três deram uma gargalhada e o dono da casa saiu e fechou a porta.

 

         - Ó pá! Desculpa lá mas não consigo deitar-me, sem tomar um duche.

 

nelson camacho no duche

 

     Disse o João ao mesmo tempo que se ia despindo ficando todo nu e encaminhando-se para o duche fechando a porta que era de vidro translúcido vendo-se as suas formas físicas as quais o Carlos ficou admirando com o corpo do amigo.

     Através do vidro reparou ter um corpo bastante delineado bíceps salientes e braços musculados, Certamente resultados de ginásio contrariamente ao seu que era normal sem grandes saliências musculares devido a ter vindo do Alentejo de onde não tinha tido quaisquer desporto que lhe transformasse o corpo.

 

     Acabado o duche João saiu com uma toalha em volta da cintura e encaminhou-se para a cama. À borda dela deixou cair a toalha e ficando completamente nu meteu-se na cama.

 

     Carlos, talvez para não ficar mal visto que já estava somente de shorts dirigiu-se ao duche e também se foi banha. Quando saiu trazia também uma toalha a envolvê-lo mas dirigiu-se à sua mala e tirou uns calções de noite que vestiu e se meteu na cama.

 

     Aquela noite para o Carlos estava a ser um martírio. Nunca tinha dormido com um gajo e o corpo do amigo não lhe saia da cabeça. Aquele corpo delineado pelas formas perfeitas o os bíceps em escada o rabo saliente e aquele membro embora flácido dava a ideia de ser na seu estado de alerta um pouco maior que o seu. Não sabia bem porquê mas o seu cada vez que se movimentava na cama roçava sua cabecita nos calções e ia-se levantando. O amigo dormia virado com as costas para ele que num movimento a dormir ou talvez não, movimentou-se mais um pouco e retirou os lençóis de cima de si, ficando com as costas e o cu a descoberto.

 

     Agora sim! Seu pénis deu um salto com aquela imagem e a sua cabecita luzidia e toda escarapulada apareceu de fora pela braguilha dos calções. Ficou aflito. Mas que é isto? Pensava! Queria agarra-se àquele corpo mas a sua mente dizia-lhe que era um disparate o que lhe estava a acontecer. Até parecia aquele anúncio dos dois diabinhos no ombro, um dizendo sim e o outro dizendo não.

 


     Deu voltas e mais voltas na cama umas vezes tentando encostar-se àquele corpo que chamava por si e outras vezes afastando-se cada vez mais, até que acendeu um cigarro para acalmar.

Boy fumando na cama

 

     Tentou meter o pirilau novamente no seu lugar, mas ele não queria. Insistia ficar de fora e já se ia babando. Aquilo era demais e pior ainda quando o corpo do amigo se movimentou e se encostou mais a ele.

     Porra! Agora era mesmo demais. O calor daquele corpo que sem saber porquê lhe transmitia mais calor e desejo de o agarrar, levantou-se no momentos em que o amigo com outro movimento mais brusco os lençóis afastaram-se na totalidade ficando todo descoberto e de papo para o ar  com a verga gigante e toda de pé como pau de bandeira.

     Agora era mesmo demais. Das duas uma ou se atirava para aquele pau fazendo da sua mão a bandeira que faltava naquele pau ou pirava-se dali para fora. Optou pela segunda hipótese, e saiu do quarto direito à cozinha para beber um copo de água gelado.

 

     Quando saiu do quarto e porque a casa não era sua não encontrou o interruptor e lá foi às apalpadelas escada a baixo direito à cozinha de onde se vislumbrava uma ténue luz que certamente viria pela janela que condizia com a churrasqueira.

 

     Junto à ombreira da porta procurou o interruptor mas não encontrou mas lá no fundo no meio da penumbra e recortados pela luz que vinha do exterior viu dois corpos que se entrelaçavam como dois fantasmas.

 

Dois ctas gay no escuro da cozinha - O Canto do Nelson

     Abriu bem os olhos. Ainda os esfregou comforça....

 

     Não queria acreditar no que se lhe deparava em sua frente.

     Se tivesse ali um buraco cairia dentro dele desamparado.

     Aqueles corpos desnudos que se envolviam em beijos ardentes nem deram pela entrada daquele estranho. Naquela cena de amor ardente continuaram como nada se passasse.

     Não!.. Não eram fantasmas. Era seu pai e o seu patrão que se estavam envolvendo como nada mais existisse em seu redor.

 

     Como não havia nenhum buraco onde se meter e até ali não tinha feito qualquer barulho saiu de mansinho tal como entrou. O pau que até ali se encontrava levantado à espera do tal copo de água ou da porta do frigorífico para acalmar, nada disso foi possível, murchou completamente.

 

     O interior da casa continuava escura como breu e às apalpadelas lá voltou escada a cima direito ao quarto. Tremia como varas verdes com aquela descoberta. Olhou para a cama onde ainda estava João como Deus o deitou ao mundo recortado por um raio de luz que entrava pela janela e de rabo para cima.

 

     Tremeu ainda mais e meteu-se no duche. Sentou-se no chão e os seus neurónios começaram a fervilhar com as descobertas daquela noite.

 

     Primeiro o desejo de se agarrar ao João logo quando este horas antes se tinha plantado todo nu na sua frente, depois quando sentiu o calor do seu corpo junto ao seu na cama onde tentou dormir sem resultados e finalmente quando encontrou o pai e o seu patrão envolvidos numa cena de amor.

     

     O que se estava a passar naquela família?

 

     O seu desejo incontrolável pelo corpo do amigo, coisa que jamais pensaria desejar e depois o impensável ao descobrir que seu pai era gay. Seria genético? E o Albuquerque seu patrão, homem digno da sua forma de ser homem, envolvido naquele acto!...

     Naqueles seus pensamentos veio-lhe à mente o seu pai pessoa que jamais o julgaria também numa envolvência de homossexualidade. Seria por isso que ele gostava de sair à noite com ele para beber copos em bares de malta nova?

     Quando ele saia só em algumas noites, onde iria? O que iria fazer? E sua mãe nunca tinha descoberto as suas tendências? Ou era um terrível segredo que guardava só para si?

 

     O que se estava a passar na realidade? Sem se levantar elevou o braço até à torneira a abriu-a saindo um caudal de água fria sobre si mesmo o que deu azo a um pequeno grito que o fez levantar-se ocasionando um certo barulho que fez com que o João acorda-se, acendesse a luz e se deparasse com aquela cena às tantas da noite o amigo a tomar duche.

 

        - Ó pá! O que se passa contigo? Estavas com calor? Ou é hábito tomar banho durante a noite?

 

     Carlos perante a situação não sabia o que dizer e saiu todo encharcado ainda com aos calções de noite vestidos pingando por todos os lados e diga-se de passagem numa figura bastante caricata.

 

         - Pelo menos tira os calções e enrola-te numa toalha. – Disse o João perante tal figura. – Porque não te vens deitar? Estás mal disposto?

 

     Carlos limpou-se e foi deitar-se junto ao amigo mas soluçando.

 

     João notando que algo de estranho se estava a passar com o amigo, chegou-se a ele colocou-o de conchinha e abraçou-o afagando-o com algum carinho segredando-lhe ao ouvido – Que se está a passar contigo?

 

     Carlos deixou de soluçar e perante tal aconchego fez mais pressão com as suas costas na frente do amigo ficando o pau deste roçando a entrada do seu ânus.

 

     Ambos se começaram a movimentar até uma das mãos do João desceu até ao pénis do amigo começando lentamente a manuseá-lo e ambos os pirilaus se começaram a transformar em paus rijos e hirtos.

 

     Mais uns movimentos, acompanhados por mordidelas num dos lóbulos do Carlos de tal forma que a porta de entrada para o pirilau do João se foi abrindo e a pouco e pouco muito lentamente a cabecita entrou como a pedir licença.

 

     Carlos movimentou-se fazendo pressão para que o resto daquele pirilau que já era um mangalho começasse a entrar. A partir daquele momento todos os movimentos foram mais rápidos. Um penetrava o outro em movimentos de vai e vem constantes ao mesmo tempo que punhetava o outro que se deixava ir na onda do que estava a acontecer até ambos se virem abundantemente e passarem ao descanso do guerreiro.

boys dormindo no descansso do guerreiro

     O que se tinha passado naquela noite e naquela casa seria O Grande segredo não fora o desplante da Josefa em vez de bater à porta dos rapazes abri-la escancaradamente e dar com aquele espectáculo.

 

     Durante aquele fim-de-semana ouve olhares indiscretos entre os homens. A Josefa esteve mais agarrada ao Pedro fazendo promessas de amor as mulheres lá se entretiveram nos afazeres domésticos. As duas noites seguintes ficam para a vossa imaginação assim como o resto da história que aqui não tenho espaço para contar o resto e também isto não é uma telenovela.

 

FIM

 

Para o meu último conto deste ano espero que tenham gostado e comentem sem medos. Por exemplo e se descobrissem que o vosso pai ou filho eram gays. E se fosse mulher o que fariam se descobrissem que o vosso marido ou namorado era gay?

 

BOAS FESTAS E UM MELHOR ANO DE 2014 QUE SE AVIZINHA

 Deixo para vocês Frank Sinatra em "Have Yourself a Merry Little Christmas

 

 

As fotos aqui apresentadas são livres de copyright e retiradas da Net.

Qualquer semelhança com factos reais é mera coincidência, ou não! O geral ultrapassa a ficção

 

       Nelson Camacho D’Magoito

    “Contos ao sabor da imaginação”

             © Nelson Camacho
2013 (ao abrigo do código do direito de autor)

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publicado por nelson camacho às 23:48
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O vizinho do 1º andar – II Parte

Uma janela da nossa cidade

II Capítulo

(ver I Parte)

 

     Depois daquele jantar em casa dos Almeidas os laços de amizade ficaram mais apertados como bons vizinhos. Ficaram a saber de tudo ou quase tudo uns dos outros e como não podia deixar de ser de alguns vizinhos inclusive a que horas faziam limpezas nas suas casas.

 

Tês meses depois

 

     Já tinha passado três meses desde a mudança dos Almeidas para o Bairro Alto onde encontraram gente simpática e afectuosa. O ambiente era do melhor e raras vezes saiam do bairro. Ali há de tudo. Mercearias peixarias, talhos lojas de roupa, restaurantes, bares e cafés, casas de fado e até um clube desportivo. Não há supermercado mas também não fazem falta pois todos se governam do comércio local.

 

     Toda aquela gente naquele espaço de tempo as suas vidinhas continuaram normais sem qualquer nota especial.

     Os Almeidas era trabalho casa, casa trabalho. O Carlos continuava à procura de trabalho e algumas noites lá ia tomando uns copos no bar onde o João trabalhava.

 

     Talvez?... Por solidariedade para com o vizinho, o João por vezes convidava-o para o acompanhar nas idas ao cinema com a namorada. O convívio entre os três foi-se aproximando cada vez mais até que chegou o dia em que houve uma avaria nos computadores do escritório do pai da Josefa e pediram ao Carlos para lá ir ver qual a situação. O trabalho foi feito a contento de tal forma que o rapaz acabou por ser convidado para trabalhar a tempo inteiro para aquela empresa seria uma mais-valia pois admitiam um contabilista que percebia de computadores. É os chamados dois em um e com a crise de trabalho a que o Carlos estava inserido pois ainda não tinha encontrado um trabalho da sua área, sempre era melhor aquele dois em um que nada. È como diz o chinês 5% de muito é muito mas 100% de pouco é nada.

 

     Estava tudo a correr bem. Todos tinham trabalho e companheiros até chegarem as férias da Páscoa.

     Os Almeidas tiverem oito dias de férias. O João também tirou uns dias de férias e o escritório do Sr. Albuquerque também aproveitou para uns dias de descanso e depois de tudo bem combinado, foram passar esses dias à casa de província do Sr. Albuquerque, que ainda não foi aqui apresentado mas era o pai da Josefa namorada do João e dono do escritório de contabilidade.

 

III CAPÍTULO

As Férias no Norte

 

Uma casa rustica em pedra para férias

     A casa do Sr. Albuquerque era uma casa rústica e ampla em pedra na zona norte do país.

     No r/c havia salões, zona de refeições e acesso à piscina e churrasqueira assim como uma copa, wc para convidados e respectiva cozinha.

     No 1.º andar haviam três suites que eram destinadas aos donos da casa e mais dois quartos destinados a convidados.

     Assim que chegaram a Josefa fez as honras da casa mostrando toda a habitação e o Sr. Albuquerque como pai divorciado fez a distribuição dos quartos.

 

     Os avós e o casal Almeidas tinham à sua espera cada um o seu quarto. Quanto ao Carlos como era rapaz e não havia outro quarto disponível ficaria na suite do João.

 

     Poderíeis dizer que aquilo não seria propriamente dito uma simples casa de campo mas um palacete.

 

     Depois de os quartos serem distribuídos e as malas arrumadas. A avó Susana logo se pendurou na namorada do neto e fez questão de a ir ajudar na preparação do jantar com condimentos que previamente tinha levado em combinação com D. Helena

 

     Embora o S. Albuquerque tenha um caseiro que com o filho lhe tratam da casa na sua ausência e a mulher deste quando os proprietários estão já uma ajuda à Josefa na cozinha e outros afazeres caseiros, não era hora para lhes ir bater à porta.

 

     Assim as mulheres daquele clã entre fazerem as camas e o jantar daquele dia tudo fizeram como se estivessem em suas casas.

 

     Os homens juntaram-se no salão de jogos onde havia uma garrafeira, conversando em coisas banais misturadas com uns copos lá da lavra.

 

     O Francisco Almeida, curioso ou talvez não como quem não quer a coisa perguntou ao Albuquerque pela sua mulher.

 

        - Sou divorciado. Fiquei com a minha filha e com a empresa.

        - Ora assim é que você está bem! Pois eu tenho saudades do meu tempo de solteiro. Não é que não goste da vida que tenho mas por vezes fico sufocado com a falta de umas saídas à noite. Vou saindo com o meu filho mas às vezes gostava de sair sozinho. Quando o faço, é sempre uma pequena guerra em casa.

         - Você mesmo assim tem sorte em ter o seu filho para o acompanhar mas eu aos locais que frequento não dá para levar a minha filha.

         - Lá na terra também tenho uns locais onde não levo o meu filho, mas agora em Lisboa quero ver se descubro outros.

 

     A jogar aos matraquilhos estavam o Carlos e o João que reparando naquela conversa entre os cotas que parecia muito animada comentaram que os cotas se estavam a dar bem.

     O avô Mário homem da velha guarda que nunca ajuda em nada nem se mete em conversas de diz que disse, recostou-se num sofá lendo o jornal que tinha levado e dando uma olhada para a televisão.

      Entretanto chegou da cozinha a Josefa informando que o jantar estava pronto e na mesa só faltavam os vinhos.

      Os Cotas como estavam junto à garrafeira, prontificaram-se a escolher os vinhos para a refeição e leva-los para a mesa.

      Os rapazes acabaram a jogatana e foram todos de debandada 

 

         - Já não era sem tempo! Estou cheio de fome! A esta hora já tinha jantado. – respondeu o velhote resmungando um pouco.

 

     Todos se riram.

 

     A refeição foi feita com muitos agradecimentos às cozinheiras pois estava uma delícia e no final até ouve beijinhos à avó Susana.

 

         - Pois! Respondeu a avó. Agora quero ver é quem se prontifica a lavar a loiça! Eu e a Helena já fizemos a nossa obrigação. A Josefa vai namorar. Assim só faltam os homens para fazerem alguma coisa.

 

         - Ó mulher! (Respondeu o avô) mas tu julgas que está na Casa dos Segredos da TVI?

 

     Gargalhada geral.

 

         - Para lavar a loiça posso fazer eu! É só meter na máquina e para arrumar estou cá eu e o Francisco como mais velhos. Respondeu o Albuquerque.

 

         - Ainda bem que todos têm que fazer. Só falta a Josefa que tem a mania que me ganha sempre ao bilhar, vamos ver se também é melhor que o Carlos e vamos fazer uma partida o três disse o João.

 

      Afinal com tudo isto já a noite ia lá no alto. Estavam um pouco cansados da viagem. A refeição tinha sido a gosto de todos. Já não se ouviam os passarinhos mas as badalados da meia-noite dadas pelo relógio do salão lá os ia alertando que o melhor era caminha. Assim, pouco e pouco cada um foi-se recolhendo a seus quartos.

 

O acordar ao som dos passarinhos

 

     Naquela manhã todo o mundo acordou tarde com excepção dos cótas lá de casa.

     A primeira a levantar-se foi D. Helena que quando se dirigiu à churrasqueira já lá estava o marido e o dono da casa, preparando o lume e o pequeno-almoço.

 

         - Isto é que é de homens! Já a trabalhar! Nem dei por te levantares.

         - Pois! Também dormiste que nem uma santa. Levantei-me durante a noite para beber um copo de água e também nem deste por isso.

         - O filho… Estes ares é o que fazem. Tu também quando te deitaste não me ligaste alguma, portanto foi uma noite santa.

 

         - Ó vizinha estes ares é o que dão. – Retorquiu o Albuquerque.

 

     Entretanto entrava Josefa de biquíni pronta para um salto na piscina e ouvindo a última parte da conversa comentou:

 

         - Pois é o meu pai quando vem à terra e tem amigos faz sempre questão de preparar o pequeno-almoço e levanta-se sempre cedo. A propósito!.. Os rapazes ainda não se levantaram?

         - Ao que parece a cama deve estar quentinha. Disse o Francisco.

         - Eles são novos precisam de descansar. – Comentou o Albuquerque.

 

     Josefa interrompeu a conversa:

 

         - Eu vou lá acorda-los, e ver se querem dar uns mergulhos. Já são onze horas e de aqui a pouco é hora de almoçar.

 

      Um pouco atrapalhado – não se sabe porquê, ou talvez sim – O Francisco atalhou:

 

        - O melhor é não ir!.. Sempre são rapazes e podem estar descompostos. Vou lá eu.

        - Também acho, - atalhou D. Helena.

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     Francisco subiu as escadas e foi bater à porta do quarto onde estavam os rapazes. Ninguém respondeu. Bateu novamente e nada. Até que resolveu voltar para os seus afazeres comentando aos convivas que não tinham aberto a porta e com um ar malicioso dirigido ao Albuquerque atirou: Devem estar no descanso dos guerreiros. Este passou por ele e sem ninguém dar por isso segredou-lhe: Não me digas que tal pais tal filhos! Ambos deram sorrisos comprometedores.

 

      Josefa insistindo na ideia de pelo menos com o namorado dar uns mergulhos subiu escada a cima e em vês de bater na porta, abriu-a escancaradamente.

boys dormindo de conchinha

 

     Alguém mais, naquele espaço de horas se tivesse um buraco mesmo ali cairia dentro dele desamparadamente. O seu namorado estava dormindo de conchinha com o Carlos todos descascados em tremendo Love como nunca tinha acontecido com ela.

     Dez alvorou porta fora. Ia tão incomodada com o que tinha visto que nem reparou nos avós que saiam do quarto tropeçando neles e foi-se deitar num maple do salão chorando.

     Perante aquela correria que tropeçou nos velhotes, estes preocupados chegaram junto dela e questionaram a jovem com o que se tinha passado para estar naquele pranto.

         - Não é nada! É a vida que se nos depara com momentos estranhos e que nunca imaginamos nos poder acontecer.

         - Mas que foi filha? – perguntou D. Susana.

 

      Josefa continuava chorando.

 

      Os avós que o não eram mas simples vizinhos do r/c mas que tinham grande afecto por ela, até porque era a namorada de seu neto tentaram conforta-la o melhor possível não adivinhando o que se tinha passado.

 

         - Vamos filha!.. O teu pai e os vizinhos já têm o pequeno-almoço pronto. – disse o Santos.

 

     Logo atalhou a Susana:

 

         - Não ias tomar um mergulho? Já foste chamar o meu neto?

 

     Josefa ao ouvir falar no seu namorado e depois de ter visto o que viu, entrou novamente num pranto de choro.

 

     Entretanto entraram na sala o Pai com o Francisco que iam à adega.

 

     Então filha o que se passa? – Perguntou o Albuquerque.

 

         - Não é nada pai.

 

         - Já foste chamar os rapazes? – Perguntou o Francisco.

 

      Este diálogo foi interrompido por D. Helena que sem saber do que se passava vinha perguntar se não iam tomar o pequeno-almoço e ao mesmo tempo informar que tinha chegado um rapaz que dizia ser filho do caseiro.

 

         - Sim! É o Pedro… Filho do caseiro que toma conta da casa quando não estamos por cá. Até admira não ter aparecido mais cedo pois quando detecta que nós estamos aparece logo e ao que julgo gosta da minha filha mas derivados às distâncias não se têm encontrado muito e a minha filha também não gosta muito da província. Gosta mais da vida de Lisboa.

 

     Josefa logo que ouviu que o Pedro tinha chegado, logo arrebitou da sua nostalgia. Já tinha com quem desabafar, pois sendo aquele rapaz seu amigo desde sempre também tinha algum afecto por ele alem de ser seu confidente.

 

     Levantou-se e lá foi direito ao Pedro a quem deu um grande beijo e estando ele de calções perguntou-lhe se não queria fazer um mergulho.

 

     É nesta altura que entram o Carlos e o João com ar de cumplicidade.

     Dão os bons dias a toda a gente e João reparando que a namorada se banhava com grande alegria com o Carlos comentou para o Carlos:

 

         - Ali está ela com o meu concorrente. Cada vez que vimos cá é velos alegres e satisfeitos.

         - Não me digas que tens ciúmes do tipo? Quem é ele?

         - É um moço cá da terra que toma conta da casa e ao que parece tem grande afeição pela Josefa.

         - Tás com sorte que o gajo mora longe. Olha para a tua cara, estás mesmo com ar de ciumento. Afinal ela é tua namorada só ou já tiveste alguma coisa com ela?

         - Eu?... Achas?... Com tantas garinas lá no bar alguma vez me ia prender com esta?

         - Garinas e garinos!...

         - Porque dizes isso?

         - Já te esqueceste do que aconteceu esta noite?

         - E pá… Não me esqueceu. Mas não sei porque aconteceu. Foi a minha primeira vez.

         - Se foi a tua primeira vez que já tens o génese o que farei eu que não sei o que de deu para o fazer.

         - Mas afinal o que é isso de já ter o génese?

         - Não te preocupes pois certamente eu também tenho.

         - Mau!.. Está a deixar-me preocupado com essa conversa.

         - Deixa que logo falamos no assunto.

 

     A conversa ficou por ali pois a Josefa e o Carlos entretanto estavam a sair da piscina e ela com ar malicioso comentou para o João:

         - Então ainda estão cochichando? Não chegou a noite? Estou cheia de fome.

     Deu a mão ao Carlos e encaminharam-se para a churrasqueira.

(Siga para III Parte)

 

As fotos aqui apresentadas são livres de copyright e retiradas da Net.

Qualquer semelhança com factos reais é mera coincidência, ou não! O geral ultrapassa a ficção

 

        Nelson Camacho D’Magoito

   “Contos ao sabor da imaginação”

            © Nelson Camacho
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O vizinho do 1º andar – I Parte

Mudanças em o canto do nelson

Conto longo para finalizar o ano de 2013

I Capítulo

Este conto é quase ou dava uma telenovela. Prepare-se para várias histórias de vida

 

     Os Almeidas andavam em mudança para o 2º andar 19 da rua da Emenda no Bairro Alto. Derivado ao novo sistema de mobilidade na função publica o Francisco Almeida como funcionário publico tinha sido obrigado a vir do Alentejo para Lisboa e a mulher, D. Helena Almeida na qualidade de professora para acompanhar a família através de amigos tinha arranjado um lugar numa escola privada assim mudara-se para Lisboa com o seu filho Carlos que estava desempregado.

     Como a situação económica nos próximos tempos não era das melhorar tanto procuraram uma casa o mais económica possível até que arranjaram aquela no Bairro Alto. Não seria o melhor local pois no prédio ao lado existia uma discoteca que certamente durante a noite não seria o lugar mais sossegado mas foi o melhor que arranjaram.

     No dia da mudança ficaram mais satisfeitos pois encontraram-se com os vizinhos do 1.º andar que feitas as apresentações eram um casal de velhotes que viviam com um neto.


     Os Almeidas habituados à vida no Alentejo em que todos são vizinhos e amigos sempre prontos a socorrer qualquer situação menos usual logo ali ficaram de conversa com os moradores do primeiro andar que de imediato se prontificaram em ajuda-los de algo necessário ao mesmo tempo que os informaram que o bairro era bastante calmo.

Uma noite no Bairro Alto com Nelson Camacho

 

        - E o Bar aqui ao lado não incomoda durante a noite? – Perguntou D. Helena.

        -Não!.. Por acaso até o meu neto trabalha lá e nunca ouve qualquer problema. – Respondeu a velhota.

        - E trabalha em quê – Perguntou o Carlos

        - É barman. Não é profissão que goste muito. Já está no nono ano de escolaridade e espero que siga outra vida. Esta coisa de trabalhar de noite não é muito do nosso agrado. Até veio morar para cá para ficar mais perto do emprego pois os pais moram em Almada. Como a escola também é em Lisboa sempre lhe dá mais jeito.

 

     Com aquela pequena conversa de escada os Almeidas ficaram logo a saber quase a vida toda os vizinhos. Eram os únicos no prédio pois no r/c era um escritório de contabilidade, portanto com pouco movimento e à noite estava fechado.

        - Olha! Era um bom emprego para ti se lá conseguisses entrar já que é a tua área e poupavas nos transportes e seria como trabalhar em casa. – Respondeu o pai enquanto descansava, pois andava escada a cima escada a baixo com alguns caixotes ajudando os homens da transportadora.

 

4 Horas depois

 

     Tinham acabado a mudança já se tinham que acender as luzes pois a noite já tinha chegado quando D. Susana Santos, (a velhota) como boa samaritana e vizinha lhes apareceu com um taxo com um frango asado no forno. A acompanha-la, vinha o neto João Santos com uma travessa de batatas fritas e uma garrafa de vinho.

 

        - Desculpem mas como sei o que é isto de mudanças e certamente ainda não vão ter condições para fazerem uma refeição condigna não sei se gostam mas o meu neto alvitrou trazer-lhes um “frango à maricas” que fiz propositadamente. Não sei se gostam mas é de boa vontade e com o desejo de boas vindas ao bairro. O meu neto trouxe o vinho branco mas se gostarem mais de tinto, é o que não falta lá em casa é bom vinho.

 

     Não havia dúvidas que tinham escolhido o bairro que em princípio quase tudo se assemelhava à sua terra alentejana de onde vinham. Boa vizinhança e cuscas quanto baste.

     Os Almeidas agradeceram as ofertas, principalmente o Carlos quando o vizinho lhe ofereceu um cartão de livre-trânsito para quando quisesse ir tomar um copo ao bar onde trabalhava.

 

Oito dias depois

 

     Depois daquela barafunda toda que é normal a quando de mudança de casa faltavam pendurar o espelho da casa de banho e alguns quadros para tal, faltava também um berbequim. Como os vizinhos do 1.º andar até à data se tenham mostrado bastante receptivos em determinadas ajudas a D. Helena lembrou-se de pedir ao marido para descer e pedir-lhes se tinham tal ferramenta e o Francisco lá foi.

 

         - Bom dia vizinha vinha mais uma vez incomoda-los.

         - Mas não incomoda nada… O que pretende? A casinha já deve estar pronta!

         - Sim efectivamente! Faltam pendurar uns quadros e o espelho da casa de banho e só agora é que me lembrei não ter um berbequim e vinha perguntar de tinha um que me emprestasse!

         - Essa coisa de ferramentas para bricolage é do plôro dos homens e o meu marido não está mas o meu neto está na hora de se levantar e assim que o fizer peço-lhe que o leve lá acima pois não sei onde estão essas coisas. Eu só sei de tachos e panelas.

    

     Francisco agradeceu e subiu para sua casa.

     Não tardou uma hora quando o João bateu à porta.

 

     Como se tinha levantado momentos antes vinha de calções e t-shirt de alças com uma caixa de ferramentas e o tal berbequim em punho. Quem foi abrir a porta foi o Carlos que olhando mais atentamente para o vizinho reparou ser um tipo musculado e com uma aparência diferente de como o tinha visto até àquele momento. Mirou-o durante alguns segundos e atirou:

 

        - É sempre bom ter um vizinho pronto para toda a obra!

        - Nem calculas do que sou capaz. Mas já lá vão oito dias que aqui moras e ainda não me deste o prazer de me visitar no bar!

        - Desculpa mas esta coisa da mudança e procura de trabalho tem-me ocupado todo o tempo e também queria lá ir com o meu pai e ele ainda não esteve disposto a isso.

 

      Entretanto o João foi entrando e recebido com todas as atenções pelo casal. Pai e filho que se dispunham a fazer as obras foram de imediato anuladas as suas intenções pois o vizinho e dono da ferramenta de imediato se prontificou a ser ele a fazer o trabalho. Depois de saber onde pendurar o que era para pendurar de imediato fez o trabalho.

      Nos entretantos voltou à conversa do Carlos andar à procura de trabalho e de saber qual era a sua área profissional.

 

     Os trabalhos ficaram prontos quando apareceu D. Helena que satisfeita com as pequenas obras e como finalmente já tinha a sua casinha pronta, para reconhecimento de todas as gentilezas recebidas por aquela família, convidou-os através do jovem vizinho para um jantar de inauguração.

     Assim ficou combinado.

 

O Jantar dos novos vizinhos

 

jantar de vizinhos

         - Então qual é a tua área de trabalho? – perguntou João a Carlos.

         - Tirei o curso de contabilidade. Mas como está a crise e embora toda a gente tente fugir aos impostos e isso só é possível com contabilistas não há tanto trabalho como devia haver.

         - Pois! Lá no bar quem nos faz esse trabalho é um escritório que por acaso é aqui no r/chão. Conheço muito bem a filha do dono e posso dar-lhe um toque. Que achas?

         - Mas isso era porreiro! O meu filho também tem o curso de informática mas nem numa nem em outra área consegue emprego. – disse o pai Francisco ao mesmo tempo que ia servindo mais um copo de vinho Reserva de Reguengos que acompanhava a refeição que já estava no seu términos.

 

     A avó Susana metendo-se na conversa atirou:

          - Estou crente que o meu neto se pedir à namorada, ela é capas de arranjar-lhe emprego no escritório. Já ouvi dizer que eles estão cheios de trabalho e com falta de pessoal.

 

     D. Helena enquanto se levantava para ir à cozinha não perdeu a oportunidade e no caminho olhando para trás:

 

          - O Menino até a pode convidar a sua namorada para um jantar cá em casa.

 

          - Ó mulher!.. Tu não perdes uma oportunidade! Então o rapaz vai convidar a namorada para vir jantar cá em casa?

          - Então que tem isso? Não somos todos vizinhos?

          - Mas tu julgas que ainda estás no Alentejo em que passam a vida em casa uns dos outros?

 

     D. Helena já não ouvido o reparo do marido pois já tinha desaparecido no corredor direita à cozinha.

 

          - Afinal és um sortudo! Trabalhas aqui ao lado e namoras com uma miúda do r/chão. – comentou Carlos.

 

          - É verdade! Estas coisas acontecem. Ela começou a ir lá ao bar tomar um copo e quando o meu patrão soube quem ela era quando chegou o fim do ano passado fez um contrato com o pai dela para fazer a nossa contabilidade e sou eu muitas vezes que sou o transmissor dos problemas. Daí até começarmos um namoro foi um passo.

- Tá visto que esse bar é um apelo aos convívios! E ela é uma namorada colorida como se diz cá na cidade?

- É mais ou menos…

- Tá visto que tenho mesmo de lá ir. Pode ser que também tenha sorte.

- Se ainda não foste é porque não quiseste, ou já perdeste o livre-trânsito que te ofereci?

- Não, não perdi. Queria, era ir com o meu pai e ele ainda não se predispôs.

- Desculpa lá Puto, mas sem ofensa precisas de dama de companhia?

- Essa de dama de companhia caiu mal. – (atirou o pai Almeida com um sorriso aberto). É que também gosto de curtir uma de abanar a cabeça e às vezes acompanho o meu filho nas noitadas. Não sou ainda nenhum cóta e lá no Alentejo é normal os pais e filhos juntarem-se nuns copos.

 

      Entretanto entrava D. Helena com um bolo de chocolate e gila, especialidade lá da terra.

 

      Aquele jantar de vizinhos foi proveitoso para todos. Cuscaram um pouco a vida uns dos outros e acabou com um café e uma garrafa de aguardente velha.

(Siga para II Parte)

 

As fotos aqui apresentadas são livres de copyright e retiradas da Net.

Qualquer semelhança com factos reais é mera coincidência, ou não! O geral ultrapassa a ficção

 

        Nelson Camacho D’Magoito

   “Contos ao sabor da imaginação”

            © Nelson Camacho
2013 (ao abrigo do código do direito de autor)

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Sábado, 23 de Novembro de 2013

Voltei à vida naquela noite.

 

 

Hetros em O canto do nelson

1.º CAPITULO

 

     As nossas discussões tinham-se alargado do dia-a-dia até à noite.

    Cansados dos dias de trabalho e sempre com uma pontinha de ciúmes de ambas as partes quando chegávamos a casa era sempre a mesma treta.

     Um porque ia almoçar com colegas e o outro porque a partir de determinada altura fazia serão e chegava a casa sempre mais tarde.

     Amor? Sim existiu durante cinco anos. Almoços e jantares em casa com amigos e amigas que eram convidados foram permanentes durante aquele tempo. Nunca se criou uma ponta de ciúmes com as visitas dos amigos, chegou-se ao ponto de viajarmos juntos em tempo de férias.

     Um dia tínhamos dois casais amigos a almoçar quando tocou o telefone (naquele tempo não havia telemóveis, só telefones fixos e haviam alguns espalhados pela casa) ela atendeu o da casa de jantar, pousou e desculpou-se:

 

         - É um assunto do trabalho. Vou atender o da sala:

 

     Achei estranho e mais ainda pela demora.

     Levantei o auscultador e ouvi do outro lado:

 

         - Mas afinal quando deixas esse gajo?

 

     Se alguma coisa entre nós já não andava bem, pela minha parte a coisa ainda ficou pior. Fiquei com o pé na orelha e nem perguntei quem era ou do que se tratava pois reconheci a voz do outro lado da linha.

 

     Deixei acabar o almoço e que todos saíssem e desculpando-me que tinha algo a fazer urgente no escritório saí sem nada dizer sobre o que tinha ouvido.

 

     Estávamos na época do carnaval. Meti-me no carro e liguei o rádio. Estavam a transmitir Gal Costa no tema “E Tudo se acabou na Quarta-feira” parecia um sinal dos Deuses pois quando cheguei a casa por volta da três da manhã tinha um bilhete em cima da cama informando-me que tinha ido para casa dos pais.

 

     Como cantor romântico (0 chamado pós revolução de Abril de nacional cançonetista) estive sempre atreito a várias formas de assédio mas nunca liguei. Sempre me protegi de me entregar a uma relação, de partilhar o meu espaço com alguém.

     Um dia aconteceu o inevitável. Fora do ambiente que me rodeava encontrei-a. Estava predestinada a outros voos mas calhou-me a mim.

     Foi difícil largar toda aquela vida de borga e porque um homem que veste calças não é santo, lá ia dando umas facadinhas. Ninguém sabia, mas talvez porque sabia por experiência própria que um dia iria passar por uma separação para não perder certos hábitos fui criando uma carapaça. A de ciumento.

     Os dez anos de concluiu com a mulher amada, tornou-se numa atmosfera insuportável e o resultado daquela partilha que com ela tinha estava a chegar ao fim.

 

 2.º CAPITULO

6 Meses depois

 

     Já tinham passados mais de seis meses e o meu entretenimento era bebericar uns copos de whisky nos bares da nossa capital.

  

     As noites eram passadas encostado ao balcão, de copo de whisky na mão. Olhava a noite e quem dela fazia uma forma de passar o tempo e de se divertir.

 

     Conforme chegava também partia a caminho de outro qualquer bar.

 

     A minha forma de vestir não era a de casual mas mais virado para o que hoje chamam metro sexual, mas sem os exageros do Beckham, ou as mariquices do Elton John. Vestia de preto, o que me dava um ar sensual e misterioso embora já entrado no tempo dos cotas, para quem me olhava. – Era o que elas diziam,

 

     Havia sempre umas garinas que passavam por mim e lançavam um olhar de admiração, pondo-se ao lado no balcão, falando alto, rindo abertamente, convidando-me veladamente. Mas nada acontecia, já me tinha cansado disso, amores superficiais e desejos acalmados numa cama de hotel com alguém que no dia seguinte nem sequer sabia o nome.

 

     Antes de casar já tinha passado pela fase do saltitão entre mulheres lindas, modelos, actrizes, figuras de capa de revista, desejadas e cobiçadas por muitos às quais não tinham direito a não ser eu pelo meu charme das quais me cansava de pressa e as mandava passear sem contemplações descartava-as após as usar a meu bel-prazer.

 

     Naquela noite estava numa de saudosismo pensando em tudo o que tinha feito na vida desde o tempo em que me senti como homem presente e as minhas memórias foram parar aos meus quinze anos de idade.

 
 

 

     O tempo recuou até aquela sexta-feira. Tinha quinze anos quando experimentei a primeira vez o que era ser homem em toda a sua plenitude.

 

     Há uns dias que os meus colegas da oficina me andavam a chatear dizendo que me tinam de ir tirar as pestanas. Não entendia nada mas andava mesmo chateado com a questão até que numa sexta-feira na hora da saída o meu chefe chegou ao pé de mim e disse-me:

       - Amanhã diz em casa que não vais almoçar. Vais almoçar connosco e depois vais tirar as pestanas.

 

     Naquele tempo trabalhava-se de segunda a sábado até ao meio dia. Quando cheguei a casa disse a minha mãe que no dia seguinte ia almoçar com os colegas, mas nada falei sobre aquela coisa de tirar as pestanas pois não só não sabia o que era como me estava a preocupar.

 

     Quando a sineta tocou para os términos do trabalho fomos todos para o balneário e quando entrei no chuveiro a malta assomou-se à porta e em gargalhas semi-fusas e quase em uníssono gritaram:

 

        - Vê-la se te lavas bem!.. Não queremos gajos mal cheirosos ao pé de nós.

 

     Depois de grande galhofa lá fomos para o que julgava um restaurante qualquer. Metemo-nos em dois carros que seguiram até ao Bairro Alto.

 

     Parámos na rua do Mundo e entramos no 100 1.º andar.

     Não vi restaurante nenhum mas uma sala com umas meninas quase despidas. Umas sentadas ao colo de uns gajos e outras que se dirigiram anos. O eu chefe dirigiu-se a uma delas e disse-lhe qualquer coisa ao ouvido e apontou para mim.

     Se eu estava curioso ainda mais fiquei quando a dita se dirigiu a mim pegou-me na mão e só disse:

 

        - Acompanha-me que hoje vai ser o teu dia de sorte.

 

     E meteu-me num quarto onde só havia uma cama encostada à parede, um lavatório e um bidé.

 

         - Vá despe-te. Tenho que te lavar…

         - Mas eu já tomei banho.

         - Pois filho mas aqui todos têm de se lavar.

 

      Naquele momento é que vi onde estava. Estava numa casa de putas e aquela gaja ia-me tirar os três.

      Fiz o que ela me mandou.

      Sentou-me no bidé e lavou-me os tomates e o caralho. Mas pourra! A água estava fria e eu cheio de nervos assim a pourra do caralho ficou todo encolhido. Mas ela começou mor manuseá-lo e atirando-me para cima da cama meteu na boca e o gajo começou a levantar-se. Ela ao mesmo tempo que chupava manuseava-o com a mão e comecei a ganir de um prazer estranho que nunca tinha tido.

         - Não te venhas querido. Quero que ma faças um filho.

 

     Tirou o instrumento da boca e enfiou-lhe uma coisa que nunca tinha visto – Era um preservativo e depois deitando-se apontou-o à sua vagina que furiosamente penetrei. Bombei várias vezes até que rugindo como leão vi-me abundantemente.

 

- Gostas-te? Os teus companheiros disseram-me que és virgem. Pagaram-me para me fazeres tudo. És capaz de te vires novamente?

   

     Não entendi na altura o que ela queria dizer. Só sabia que o meu pau mesmo depois de sair de dentro dela, continuava hirto e com vontade de mais qualquer coisa que não sabia explicar.

     Ela verificando o meu estado começou por me punhetar até ficar novamente rijo e hirto então virou-se de barriga para baixo e com uma das mãos apontou para o buraco do cú, elevou o corpo e ele lá foi novamente penetrando. Movimentamo-nos durante algum tempo, ela ganiu e com as minhas mãos nos seus ombros lá me vim novamente.

     Ainda não o tinha tirado já alguém batia à porta dizendo em tom gutural – Então menina!.. Despacha-te!.. Tens outro cliente à espera…

 

       - Ele que espere que este puto é demais e os amigos pagaram bem.

 

    Só depois de ela pegar em mim e levar-me para o bidé e voltar a lavar-me para depois voltar a chupar o meu instrumento que se começou a levantar novamente é que dei conta do que era ter relações sexuais. Ela recomeçou beijando-me todo o corpo até perguntar:

 

        - Queres à frente ou atrás?

        - Parece que gostei mais de te comer o cú.

 

      Ela não se fez escusada, e mesmo sem o preservativo que me incomodava, virou-se e eu penetrei novamente aquele cú apertadinho e gostoso e sem qualquer ajuda.

 

    Foi logo na minha iniciação sexual que passei a ter o vício de comer cus.

 

    Quando saí do quarto os meus amigos também já tinham sido despachados. Fizeram perguntas a mim e a ela que respondeu:

 

        - Temos homem que vai dar que falar e vou ficar à sua espera quando quiser despejar os colhões.

 

    Todos se riram e fomos até à Portugália na Av. Almirante Reis comer uns bifes e umas cervejas para retemperar.

 

     Naquele tempo era normal, os colegas mais velhos fazerem estas partidas aos putos a partir dos quinze anos e o que eles chamavam de termos pestanas era porque ainda éramos virgens. Normalmente levavam-nos àquela casa de putas que era famosa e higiénica e como se dizia faziam os três pratos, - cona. cu e broxe, e só custava dez escudos enquanto na outras no interior do bairro alto, custavam sete e quinhentos escudos. Outros tempos.

 

Informação: Para quem ler este conto que é baseado na realidade. Fiquem sabendo que os preservativos eram vendidos nas ruas às e condidas da policia e misturados com pensos e o pregão dos rapazes que os vendiam era em altos berros: - “Esticadores pró colarinho”-

Também naquele tempo, (Até salvo erro 1966) As prostitutas eram credenciadas com um cartão de saúde que só era dado depois de fazerem uma microrradiografia pulmonar que havia na Praça do Chile em Lisboa e mensalmente iam ao médico da PJ, para verificarem o seu estado de saúde. Não havia droga ou HIV.

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     Com aquelas lembrança em mente e bebendo mais um whisky nem dei por mais uma galinha se sentar ao pé de mim e fazer uma observação:

       - Que se passa contigo? Está com aparência equidistante. Estás de aliança! Zangaste-te com a tua mulher? Pagas-me um copo?

 

    Aquela pelo menos não falava alto, nem ria abertamente mas fazia o seu trabalho de alterne convidando-me abertamente a entrar em despesas.

 

     Foi o que fiz. Paguei o champanhe à gaja, bebi mais um whisky e mais aliviado dos bolsos, disse que já era tarde e pirei-me daquele bar sem saber para onde ir.

 

3.º CAPITULO

 

     Meti-me no carro, coloquei o sinto de segurança, acendi as luzes e o rádio. Procurei várias estações e não estava dar nada de jeito. Só temas estrangeiros e de mau gosto, Liguei uma pen que trago sempre no carro para estas ocasiões com uma Playlist feita por mim e a meu gosto e logo a que surgiu foi "As Time Goes By" – do Filme Casablanca.

 

      Se estava numa de não saber o que fazer, ainda fiquei pior. Sem sair do lugar acomodei-me e fiquei deliciando-me com o tema até que senti um tipo acendendo as luzes como quer queria o meu lugar. Como já não estava lai a fazer nada, fiz sinal que ia sair e arranquei deixando o lugar para outro noctívago sabe Deus com os mesmos problemas.

      Procurei outro bar mas pelos vistos estavam todos cheios pois não havia um só lugar para arrumar o carro e continuei sem destino.

    Quando dei por mim estava na rua São Marçal com um lugar mesmo em frente ao Bar 106 onde já não ia há alguns anos. Era bom pois certamente já ninguém me reconhecia e não havia gajas a engatar-me pois é um Bar de temática Gay.

     Como trago sempre no carro um blusão e não ia para ali de forma tão clássica, tirei a gravata abri a camisa ficando com um pouco do peito há mostra despi o casaco e vesti um blusão ficando assim mais casual.

 

     Entrei e sentei-me ao balcão e um Gin Tónico.

    De copo na mão e sem nunca o largar pois nestes ambientes é sempre bom estarmos alerta não vá cair algum comprimido que nos faça cair numa noite de cinderela, lá fui bebericando e olhando os maples onde estavam alguns casais de homens conversando amenamente, dou uma mirada para a pista de dança onde ao som ritmado de hip hop toma conta da sala, agitando os corpos bem definidos pelos projectores de luz negra e os sentidos ao som da batida bem conseguida.

     No balcão, somente lá nos fundos dois jovens conversando animadamente visivelmente transbordando felicidade de meter inveja.

     Recuei no tempo e fui até há altura em que tinha encontrado aquele maldito bilhete

 

     E se lhe telefonasse? Mesmo a esta hora? Já o tinha feito vezes sem conta durante aqueles seis meses mas ou não atendia ou estava desligado. Ainda não tinha a certeza que a tinha perdido, procurando culpas que não encontrava. Seja o que Deus quiser. Vou tentar pela última vez mesmo a esta hora. Disse ao barman que só ia lá fora para fazer uma chamada e na rua liguei.

 

      Uma voz fria da operadora informou:

 

          - “O número para o qual ligou encontra-se desactivado”

 

     O sonho que tinha alimentado durante seis meses acabou naquele momento.

  

     Voltei para dentro, pedi outro gin tónico

 

     Com a raiva que estava a ter ainda me deu vontade de saltar para a pista e abanar o capacete mas quando olhei mais fixamente para quem lá estava era tudo malta nova. Os cotas como eu, estavam nos maples em amenas cavaqueiras e aquele estilo de Bar já há muito que não frequentava e então senti-me um pouco constrangido.

     Talvez se tomasse mais um copo ganhasse coragem e mesmo pensando “quem conduz não bebe” desta vez pedi um on the rocks, talvez o gelo disfarçasse.

 

     Percorri com os olhos novamente a sala e pousei-os na entrada e sem acreditar no que via tudo em mim tremeu,

     Um corpo fantástico vestido de negro como eu, de cabelos louros e lisos descaindo costas a baixo, uns olhos azuis brilhantes dando-lhe um ar sensual bem ao meu gosto como há muito não via. Aguardei que entrasse mais um pouco no espaço para ver se trazia companhia, mas não.  Vinha sozinho. Sem querer fixamos nossos olhares e levantei o copo como a convida-lo.

Atravessou a sala e veio-se sentar a meu lado.

 

- Chamo-me Jorge e você?

- Nelson!.. Quer tomar um copo?

- Desde que não tenha álcool, bebo qualquer coisa.

- Mas a partir dos 18 anos já pode beber uma cerveja.

 

     Ambos nos rimos.

 

- Também o 18 por acaso, já os fiz há pouco tempo. Só não quero, é ser apanhado pela polícia a conduzir com álcool.

 

- Aqui está um jovem sensato. Pois eu esta noite já bebi mais que a conta

 

     Olhamo-nos novamente olhos nos olhos. Ambos de um trago bebemos o que restava nos copos.

     Talvez por já estar com uns copos e depois de tantas lembranças por ali sozinhos e por já ser perto das seis da manhã perguntai:

 

- Vamos tomar o pequeno-almoço à Ribeira?   

 

    Mais um olhar de admiração e a resposta foi simples.

 

        - Vamos no meu ou no seu carro?

 

        - Quando chegarmos à rua logo se vê.

Boys de mãos dadas

 

 

Saímos porta fora. O meu carro estava mais perto. Entrámos, ligue a pen e esta começou de princípio.

 

 

As fotos aqui apresentadas são livres de copyright e retiradas da Net.

Qualquer semelhança com factos reais é mera coincidência, ou não! O geral ultrapassa a ficção

 

 

       Nelson Camacho D’Magoito

   “Contos ao sabor da imaginação”

            © Nelson Camacho
2013 (ao abrigo do código do direito de autor)

 

 

 

 

 

 

 

música que estou a ouvir: As Time Goes By
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Quarta-feira, 6 de Novembro de 2013

Não há necessidade

O canto do nelson - nelson camacho

     Hoje abri a gaveta onde guardo criticas que nunca publiquei mas não sei bem porquê deu-me na mona publica-lo. É uma crítica de opinião datada de Janeiro de 2013 mas actual e se o faço é porque o Senhor em questão continua a fazer gala da sua homossexualidade até já explicou que aos 19 anos informou sua mãe do facto.

 

     Declaradamente Manuel Luís Goucha assumiu-se como homossexual.

 

     O que é que eu, você ou o mundo tem a ver com isso?

 

     O que é que o telespectador, ouvinte da rádio ou cliente do seu restaurante “Em Banho Manel” tem a ver com isso?

 

     Alguém por acaso anda interessado em saber o que é que cada um faz na cama?

 

     Cá para mim sós os mal formados, invejosos ou com complexos sexuais.

 

     Ser-se homossexual não é doença mas sim uma opção à forma de utilizar a sua sexualidade. Há os que entram, os que ficam à porta e os que fazem as duas coisas. Há ainda os que o sendo, se escondem na penumbra de uma qualquer sauna gay ou num quarto escuro de uma pensão rasca por onde se movimentam semanalmente nos fins de tarde enquanto suas mulheres fazem mais umas horas no trabalho ou se deslocam a casa de seus pais para ir buscar os filhos.

 

     Se todos estes que se escondem de uma ou de outra forma viessem para a praça pública assumir-se como bissexuais ou homossexuais traria alguma coisa de bom ao mundo?

 

    Teríamos mais emprego? As nossas reformas seriam mais aceitáveis? Não haveria gente a morar em barracas? Haveria menos miséria no mundo? Os nossos governantes seriam menos mentirosos? Haveria mais cura para as doenças que matam? Haveria menos pedófilos? Haveria menos guerras? Haveria menos sem abrigo? A formação intelectual do ser humano que devia começar na escola seria mais bem preparada pelos vários ministérios da cultura e educação? Estariam os nossos governantes mais predestinados à defesa de quem os põe no governo na altura das eleições em vez de se aproveitarem dos cargos para seu bem próprio passando todo o tempo a olhar para o seu próprio umbigo?

 

     Já disse e volto a publicitar as palavras de Ernest Gaines “Porque é que, culturalmente, nós nos sentimos mais confortáveis vendo dois homens segurando armas do que dando as mãos?”

 

     Também Charles Pierce disse: “Eu preferiria ser negro a ser gay, porque quando você é negro, não precisa contar a sua mãe”

 

     Tudo isto vem a propósito

 

Manuel Luís Goucha assumiu-se – e agora?

 

     Goucha apareceu na revista Lux ao lado do companheiro, mas Bruno Horta descobriu que isso não tem o peso que parece.

 

     E sem que ninguém esperasse, aconteceu: Manuel Luís Goucha assumiu-se como homossexual. Foi à uns meses, numa entrevista publicada na revista Lux, com direito a primeira página. As palavras “namorado” ou “casal” nunca são usadas. Está tudo subentendido. À pergunta “alguma vez ponderou casar-se”, Goucha responde: “Claro que não! Gosto muito de ser solteiro com o Rui, tenho uma relação de grande amizade e cumplicidade”. E depois explica que tanto ele como o companheiro vai fazer testamentos para herdarem os bens um do outro. Nas fotos, incluindo a que fez capa, o apresentador da TVI aparece ao lado de Rui Oliveira, companheiro e sócio em negócios de restauração.

 

     Não foi a primeira vez que uma figura pública assumiu a sua homossexualidade através da imprensa. Mas foi seguramente a primeira vez em Portugal que uma revista daquele género apresentou um casal gay com a mesma naturalidade com que apresenta um novo namorado de uma qualquer mulher famosa – confirmou à Time Out a directora da Lux, Felipa Garnel.

 

     Será que a partir de agora a imprensa cor-de-rosa portuguesa vai passar a estar mais atenta ao tema? E será que a assunção de Goucha abre a porta a que outras figuras públicas façam o mesmo? Tudo indica que não. E não é por causa do respeitável princípio da protecção da intimidade. É por ser um tabu.

 

     “O público que consome a imprensa do social é muito conservador e, em princípio, não aceita bem a homossexualidade”, observa Vanessa Amaro, ex-jornalista da Nova Gente e redactora do site Sapo Fama. “Logo, os jornalistas e as direcções das revistas autocensuram-se e não falam sobre isso”. A homossexualidade e o consumo de drogas são, aliás, os dois maiores tabus das revistas sociais, diz Vanessa Amaro. Para ela, a entrevista de Goucha foi uma excepção. “Há muitos mais famosos que são gays e aos quais ninguém pergunta, nem passará a perguntar, com quem vão de férias ou se pensam ter filhos”.

 

     O apresentador da TVI diz à Time Out que a entrevista à Lux foi “uma maneira civilizada e elegante de tratar o assunto” e sublinha que “todas as palavras foram bem medidas”. Goucha, não quer voltar a falar do assunto, mas entende que “todos os temas podem não ser fracturantes se forem tratados com categoria” e que “as pessoas da televisão e do espectáculo têm obrigação de ser cultas e de estar acima do preconceitos e falsos pudores”. Felipa Garnel concorda e acha que a Lux “abriu um procedente”. Mas não consegue prever se as outras revistas cor-de-rosa vão acusar o toque. “Estamos abertos a todo o género de casais que queiram falar de sentimentos e acho que só quem está muito desatento ao mundo em que vive é que pode ter uma atitude contrária”, diz Garnel.

 

     A prática ensina que em Portugal a profissão exercida está directamente relacionada com a assunção da homossexualidade. Quanto mais independente a situação no trabalho e mais liberal o ambiente que nele se vive, maior a facilidade com que se assume. Não é por acaso que são os artistas e os intelectuais os primeiros a sair do armário. Muito de vez em quando, aparecem pessoas como Goucha ou a apresentadora de televisão Solange F. Mas ambos ligados à representação, sublinhe-se – ela estudou teatro, ele já foi actor.

 

     Como actualmente ser gay tornou-se moda e vir para a praça pública também. Quem virá a seguir? Aceitam-se apostas.

     Não sou homofóbico nem tenho nada a ver com o que cada um faz no conforto do seu lar.

 

     Casarem-se e adoptarem crianças estou totalmente de acordo mas fazerem disso publicidade estou como diz o Herman José num dos seus bonecos “Não há nexixidade!”

 

     Desculpem qualquer coisinha mas é a minha opinião.

 

 

       Nelson Camacho D’Magoito

             “Direito à Opinião”

             © Nelson Camacho
2013 (ao abrigo do código do direito de autor)

Estou com uma pica dos diabos:
publicado por nelson camacho às 03:02
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Terça-feira, 5 de Novembro de 2013

Aconteceu poesia – II Parte

gays dormindo apos uma queca

Leia o que aconteceu at é (aqui)

III Capitulo

Como aconteceu a transformação

 

     Quando acordamos já não estávamos olhos nos olhos mas agarrados e nem o poema “aconteceu poesia” se via ou ouvia no plasma.

     Estávamos agarrados despreocupadamente e ainda no sofá da sala onde ele tinha dado uma de macho. Tinha de ter sido assim para o levar aos meus intentos.

 

     Jorge, era o nome daquele garboso jovem que sendo heterossexual e casado na sua mente e lá mesmo no seu intimo mais recôndito procurava outras aventuras. Ficaria por li se não desse com um tipo sabido e experiente e sabedor como se leva a água ao moinho.

   

     Embora eu estivesse por baixo meu corpo já sentia um pouco de mau estar com um pouco de frio assim como o dele.

 

        - Está a ficar fresco!.. Não queres ir para a cama enquanto vou tomar um duche?

        - Sim... – Respondeu, ao mesmo tempo que me beijava – Onde é o quarto? Afinal ainda não vi o resto da casa.

 

     Perante aquela afirmação e o beijo que soube tão bem logo vi que a nossa história não iria ficar por ali então ajudei-o a levantar-se e encaminhei-o para a cama onde se tapou.

       

        - Já estava a sentir um pouco de frio.

        - Então vai-te aquecendo que vou tomar um duche e fazer qualquer coisa para comermos.

 

     Vesti um roupão e lá fui tomar o meu duche. Foi um duche reconfortante. Porra já me tinha vindo duas vezes em tão pouco tempo.

     Depois mais reconfortante antes de entrar na cozinha passei pelo quarto retirei um roupão do armário coloquei-o em cima da cama onde ele estava todo enroscado e disse-lhe se não queria ir também tomar um duche enquanto preparava o petisco. Ele assim fez. Vestiu o robe, indiquei-lhe onde era a casa de banho e mais uma surpresa. No caminho agarrou-se a mim e beijou-me esfusiantemente nos lábios com língua e tudo que retorqui com o maior dos prazeres.

 

     Estava de volta dos tachos e das panelas fazendo uma Quiche Lorraine com alguns restos que estavam no frigorífico quando o Jorge passou pela cozinha.

 

         - Já cheira bem! Que estás a fazer?

         - Não tinha nada preparado e estou para aqui a preparar uma misturada. Vamos ver se gostas.

         - Pelo cheiro, vou gostar! Lá em casa a comida não é nada de especial.

         - A tua mulher não sabe cozinhar?

         - Com este cheirinho não me lembro.

 

     Com o ar mais sacana possível respondi:

 

         - E de outras coisas também não te lembras ou nunca fizeste.

         - Não fiz nem me fez…

 

       Aproximou-se de mim e novamente me beijou apertando-me meu corpo junto ao seu. O robe afastou-se e notei seu pau rijo encostar-se junto ao meu que de imediato começou a dar ar da sua graça. Poderia ser ali mesmo a acontecer novamente algo de sexo, mas o forno apitou como a dizer que a refeição estava pronta ficando a outra para mis tarde.

 

         - O melhor é ires para a cama que já lá vou.

 

     Novamente me beijou e lá foi empurrando o pau para cima que ficou junto à barriga, que continuava a querer festa, voltando a tapar-se.

 

     Preparei o carrinho de serviço com u,a travessa redonda onde tinha depositado a Quiche feita da tarteira e dois flûtes e uma garrafa de espumante dentro de um balde de gelo e lá fui para o meu novo amor.

 

        - Porra… Até parece que estou num hotel.

        - Já estiveste em algum?

        - Uma só vez na minha noite de lua-de-mel.

 

     Para atiça-lo um pouco perguntei:

 

         - E foi a única vez? Ela nunca mais te levou o pequeno-almoço à cama?

 

         - Queres saber uma coisa?

         - Diz…

         - É a primeira vez que sou tão bem acarinhado. Se não te importas esquece que sou casado.

         - Está bem. Não falemos mais no assunto. Vamos comer!..

 

      Sentamo-nos na cama, chegámos o carrinho para nós, comemos e bebemos melhor.

      A garrafa de espumante não chegou. Tive de ir buscar outra ao frigorífico

 

          - Estava uma delícia.

          - Gostas-te?

          - Estou a ver que tudo o que vem de ti é perfeito e com requintes de malvadez.

          - Gosto de tratar bem quem me trata bem e tens sido um exemplo.

          - Para a minha falta de experiência estou fazendo o possível.

          - E é só fazendo o possível ou está tendo prazer?

 

      Já tínhamos acabado a refeição e as últimas gotas da segunda garrafa e ele afastou o carrinho, despiu o roupão e deitou-se entre os lençóis e puxou-me para ele. Despi também o meu roupão e enfiei-me no vale dos lençóis e ficamos corpo a corpo fazendo carícias.

 

Gays acariciando-se antes da copula

         - Queres que te conte um segredo?

         - Sim diz…

         - Nunca tinha tido tanto prazer na minha vida. Agora vejo os anos que perdi mas também vejo que se não te encontrasse nunca tinha experimentado ter relações com um homem.

          - Quer dizer que gostas-te!..

          - Se fosse com um rapaz da minha idade nunca me teria atrevido. Lembras-te há umas horas da pergunta que te fiz: “Se num relacionamento entre homens havia sempre um que fazia de mulher e o outro faria de macho”?

          - É claro que me lembro pois respondi-te com a realidade.    

          - Disseste que era tudo uma questão de decisão na altura pelo casal, não é pensada, pois é algo instintivo e que depende muito da personalidade de cada pessoa e desde que haja uma relação aberta esse conceito não é posto e ainda acrescentas-te que a tua forma de o fazer é sobre o conceito “Na cama não há programa”.

 

          - Que queres dizer com isso?

          - Estou totalmente disponível para fazeres de mim o que quiseres.

 

     Naquele dia tinha-me saído o Euro Milhões sexualmente falando. Normalmente sou sempre eu a iniciar a posição de macho mas naquele dia a situação tinha sido diferente e gulosamente aceitei o desafio.

 

     Porque já sou um pouco entrado na linha dos Kotas para dar duas de seguida mesmo com um intervalo de um pequeno sono e porque ambos já nos tínhamos banhado e comido resolvi tornar um pouco o ambiente mais romântico e apropriado para o que iria acontecer. Coloquei as luzes o mais baixas possíveis e um DVD de André Rieu com o tema “My Way” com sua orquestra de violinos em New York , para tornar o ambiente mais romântico e perguntei:

          - Gostas?

        - Se gosto? Como é possível estar contigo com tantas mordomias e não gostar?

 

     Foi ao som daquele belo tema que saia das colocas estrategicamente colocadas aos lados da cama que nos começamos a beijar sem ligar peva às imagens que iam passando no LCD fixo na parede frente à cama.

Já não era eu a fazer-lhe carícias mas sim ele que ficando nossos pirilaus digladiando-se nos acariciávamos mutuamente. Fazendo a preparação para tirar a virgindade àquele puto. Com um dedo fui manuseando a entrada daquele cu apertadinho até que entrou um pouco. Jorge movimentava-se e gemia um pouco de prazer.

 

        - Não me vai aleijar?

 

 

Copula missionario tipo kamasutrahomo

     Estando nossos paus gladiando-se afastei-lhe as pernas para aposição de missionário coloquei uma almofada por baixo das costas e ao mesmo tempo que o beijava ia penetrando aquele cu virgem e apertadinho. Ele gemia de prazer ao mesmo tempo que nossos corpos se juntavam romanticamente

 

     Fiz todo o possível para não me vir pois em casos destes a situação não é das melhores para uma primeira vez que se é penetrado sentir a esporra do parceiro dentro do seu corpo.

 

      Estava a ter o maior cuidado possível, Mas aquela posição estava a chatear-me e então sai para a de conchinha ou de lado pois é mais confortável o ideal para iniciados.

 

gays em copula de conchinha

     Desta vez não aguentei mais pois sentia o meu peito nas suas costas e abraçando-o fui alizar o seu pau que estava a ficar murcho mas que se começou a levantar.

Com umas bombadas repetidas e com mais força ambos gememos de prazer e nos viemos ao mesmo tempo.

 

     Aquela posição do Kamasutra dá sempre resultado para os iniciados pois para além de ser uma posição confortável para um também é para o outro. Não só dá para nos mantermos na mesma posição durante uns tempos até as pilas começares a murchar também o penetrado pode ir recebendo carícias nos lóbulos ao mesmo tempo que é masturbado tornando-se a penetração mais eficaz e sem qualquer dor.

 

     Antes de mais uma vez adormecermos ainda perguntei se se sentia bem.

     A resposta foi a mais inesperada:

 

         - Posso cá ficar esta noite?

         - E que vais dizer à tua mulher?  

         - Vou telefonar-lhe e dizer que faço Serão. E depois logo se vê.

 

     O logo se vê iria ser mais um amigo que iria arranjar mesmo ao pé da porta e me iria visitar permanentemente.

     Afinal “Santos ao pé da porta também fazem milagres.

 

     Caímos para o lado como dois coelhos e sem dizer mais palavra adormecemos livres de preconceitos e como dois anjos.

 

Fim do Conto

            As fotos aqui apresentadas são livres de copyright e retiradas da Net.

            Qualquer semelhança com factos reais é mera coincidência, ou não! O geral ultrapassa a ficção

           Comente sem medos

 

       Nelson Camacho D’Magoito

                  (O Caçador)

      “Contos ao sabor da imaginação”

                 © Nelson Camacho
2013 (ao abrigo do código do direito de autor)

 
 
Estou com uma pica dos diabos:
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