Mas afinal de contas o que tem a ver o parlamento com o Manuel Luís Goucha?
Antes do mais, quero explicar que contrariamente a muita gente neste país, eu trabalho. Não tenho nem nunca tive subsídio de desemprego pela mesma razão. Toda a vida trabalhei e muitas vezes em dois e três empregos ao mesmo tempo. Como sou do tempo de escudo e porque sempre fiz alguma coisa na vida, também nunca me faltou nada. Nos anos 60 passava dois ou três fins-de-semana por mês com 500,00 Escudos, “o equivalente hoje a 2,493 Euros” fora de casa. (O meu horário de trabalho era de segunda a sexta das 8h00 às 18h00 e ao sábado das 8hoo às 13h00). Para além das minhas despesas habituais também ajudava com uma verba para a casa, o restante juntava para os tais 500,00 Escudos para gastar nos fins-de-semana. Jantava e almoçava fora, ia ao cinema ou ao teatro e até dava para uma pensão ou pequeno hotel onde ficava com uma namorada colorida que naquele tempo se chamava prostituta.
Esta explicação vem a propósito, pois hoje, já reformado e porque não chega para tudo, lá vou trabalhando aqui e li fazendo isto e aquilo e mesmo assim, não tenho a possibilidade de ter os tais fins-de-semana, assim, pouco vejo televisão a não ser à noite alguns filmes e o programa do Goucha que previamente deixei a gravar.
Hoje, tive uma folgazinha no trabalho derivado às greves nos transportes, levantei-me mais tarde telefonei a uma amiga para ver se me queria fazer companhia, mas nicles, ela tem carro e habitou-se à confusão da IC19 e foi trabalhar. Perante esta situação e até porque tem estado a chover, fui até ao café, e gastei 4,20 Euros (os tais 500,oo Escudos de então mas que na realidade são 842,02) que como é obvio não dava para o tal fim-de-semana e resolvi voltar para casa.
Sentei-me no meu canto de escrita sem saber bem o que iria sair. O escrever á um acto de solidão, mas mesmo assim, não saia qualquer ideia.
Liguei a máquina de café, abri um maço de cigarros e liguei a televisão que automaticamente foi parar ao canal 2 da RTP que estava a dar em directo a discussão para aprovação do orçamento de estado para 2012 no parlamento. Nada de novo que já não soubesse a não ser a comparação com os programas do Goucha na TVI. Há sempre um palhaço, sem ofensa ao Manuel Luís, que dá uns bit ates mais ou menos sérios e ou engraçados e a plateia aplaude.
A plateia do Goucha é paga (pouco) pela TVI e a plateia da Assembleia é paga pelo Zé Povinho, Muito…. A estes não lhes vão cortar os subsídios extraordinários (ordenados) nos meses de Junho e Novembro, assim como as pensões vitalícias ao fim de 12 anos de trabalho e eu que trabalhei 45 anos tenho uma pensão de miséria e vão-me cortar os subsídios que o Marcelo Caetano deu aos portugueses.
Última hora: Estava a ver a discussão do parlamento através da RTP2 e da parte da tarde quando se ia votar o seu finar a rtp2 deixou de dar. A única possibilidade era passar para o Canal do Parlamento, mas como esse canal está num canal privado e o que ganho não dá para ter esses canais, fiquei a zero. Vou esperar pelas noticias da noite se não for para o magusto que é muito mais interessante.
Afinal sempre me veio algo à mente neste meu canto de escrita.
Prontos… Tá dito…. Ou seja: escrito!
Inté
Nelson Camacho D’Magoito
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