Ruy de Carvalho festejou dia 1 do mês corrente o seu 85.º aniversário.
Com uma carreira de 60 anos dedicados ao teatro é sem exagero o melhor dos nossos actores.
De seu nome próprio Ruy Alberto Rebelo Pires de Carvallho é um dos mais célebres actores portugueses ainda em actividade profissional.
Actor respeitado por todos os seus colegas e público em geral é actualmente viúvo de um casamento que durou uma década é ainda pai de dois filhos e avô de três netos.
Oriundo de uma família de classe média, nunca o impediu de seguir o seu verdadeiro sonho.
Inicia-se no teatro, como amador, em 1942, no Grupo da Mocidade Portuguesa, com a peça “O Jogo para o Natal de Cristo”, com encenação de Ribeirinho. De 1945 a 1950, frequentou o Conservatório Nacional, cujo Curso de Teatro/ Formação de Actores terminou em 1959, com 18 valores.
Estreou-se profissionalmente, em 1947, no Teatro Nacional (Companhia Rey Colaço/Robles Monteiro), na comédia “Rapazes de Hoje”, de Roger Ferdinand.
A partir de 1950 ficou conhecido pela sua interpretação de Eric Birling em “Está lá fora o inspector” estreado no saudoso Teatro Avenida interpretando as mais diversas personagens e passando pelas mais variadas companhias de teatro inclusive como encenador e director artístico. Efectuou ainda diversas digressões ao Brasil e África.
Em 1998, Ruy de Carvalho cumpre o sonho de interpretar o ‘Rei Lear’, de William Shakespeare, no Teatro Nacional, assinalando dessa forma os 50 anos da sua carreira, integrado nas comemorações dos 150 anos do Teatro Nacional.
Em Espanha participou no concerto de encerramento da temporada do Teatro Monumental de Madrid, intitulado Orfeu, com textos de Fernando Pessoa e música especialmente concebida para si pelo compositor Pablo Rivière. A convite do encenador Simon Suarez, foi protagonista da ópera Fígaro, de José Ramon Encinar, levada à cena no Teatro Lírico La Zarzuela.
A sua actividade estendeu-se igualmente à rádio e à televisão, tendo participado, nomeadamente na RTP, no Monólogo do Vaqueiro (1957), séries e novelas.
No cinema, estreou-se em 1951, com Eram 200 Irmãos, de Armando Vieira Pinto, mas foi nos anos 60 que o seu trabalho se tornou mais relevante nesse campo. Da sua filmografia destacam-se Pássaros de Asas Cortadas, de Artur Ramos (1963), Domingo à Tarde, de António de Macedo (1965) que também o dirigiu em A Bicha de Sete Cabeças (1978), O Cerco, de António daCunha Telles (1969), Cântico Final, de Manuel Guimarães (1974), O Processo do Rei, de João Mário Grilo (1990), entre outros. Com Manoel de Oliveira deixou marca em Non ou a Vã Glória de Mandar (1990), A Caixa (1994) e O Quinto Império - Ontem Como Hoje (2004). Para além dos seus filmes como actor, Ruy de Carvalho tem emprestado a sua voz, diversas vezes, ao cinema. Participou também em numerosos teatros radiofónicos e trabalhos de dobragem de desenhos animados.
Ruy de Carvalho recebeu Prémios de Imprensa para o Teatro (1962, 1981, 1982, 1986); Prémios de Imprensa para o cinema (1965, 1966, 1971); Prémios da Crítica Especializada (1961, 1962, 1964, 1965, 1981); foi nomeado, em 1987, para o Prémio Garrett da Secretaria de Estado da Cultura; em 1990 foi-lhe atribuída a Medalha de Mérito Cultural; em 1993, foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique; em Março de 1998, com o grau de Comendador da Ordem Militar de Santiago de Espada; em 1998, é galardoado com o Globo de Ouro para a Personalidade do ano; foi galardoado com o Prémio Luís de Camões da Universidade Lusíada, o Prémio Byssainha da Fundação Byssais Barreto; em 1999, é galardoado com o Globo de Ouro de Melhor Actor.
Foi Presidente do Conselho Nacional para a Política da 3ª Idade e mandatário da campanha de candidatura de Pedro Santana Lopes à Câmara Municipal de Lisboa.
Aqui fica a minha pequena homenagem ao actor que tantas e tantas vezes me tem deliciado com as suas interpretações.
Só o ‘Rei Lear’, de William Shakespeare, no Teatro Nacional, assisti meia dúzia de vezes.
Como um pequeno colega de profissão tenho aprendido bastante.
Mais uma vez obrigado e parabéns Sr. Ruy de Carvalho por tudo o que nos tem dado.
Nelson Camacho D’Magoito
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