Sábado, 15 de Junho de 2013

My Love (It could happen to you) Parte VI

Paris arco do triunfo

Uma história de amor que podia ser a sua

(um conto longo)

(ver parte V)

 

 

V Capítulo

 

 

Férias em Paris

 

     Aquele pequeno-almoço em casa dos Marques iria ser a confirmação de um grande amor entre aqueles rapazes que se conheciam desde as suas nascenças. Na mente deles enquanto era feita a proposta para o João acompanhar o Pedro a Paris pelos pais deste último, iam fazendo uma retrospectiva como tinham chegado até àquele momento.  

    Afinal de contas o casal Marques, talvez por serem advogados e oriundos da grande capital, eram pessoas com as mentes mais abertas e nunca se preocuparam com aquela amizade. Moravam casas meias, andavam nos mesmos colégios e praticavam os mesmos desportos.

    Já o casal França, médicos mas principalmente D. Gertrudes, oriunda de gente humilde e muito apegada à religião não eram bem assim. Para além de serem bastante contidos nas despesas olhavam para o João como coisa de sua posse. Aceitavam de bom grado aquela amizade porque era gente de dinheiro mas quando o rapazola fez dezanove anos logo começou por lhe tratar de noiva. Segundo ela dizia “queria ter netos o mais cedo possível e que fossem de uma união (a seu ver) pelo casamento católico. Único conceito que tinha sobre o casamento. Homem/Mulher a abençoados pelo padre que frequentava permanentemente.

 

     Depois de ficar tudo combinado, só restava um pouco de conversa da treta com algumas anedotas pelo meio até à hora de cada um partir para os seus afazeres e o João ir para casa e contar aos pais do convite dos pais do Carlos para a ida a Paris.

     Ainda fizeram um jantar em casa dos Marques para confirmar e combinar a ida do João com eles a Paris.

 

              No dia aprazado lá foram todos de avião com escala directa a Paris

 

Paris My Love

      Já sobrevoando aquela cidade de encanto, sonho e amor os jovens espreitando pela janela do avião já se iam deslumbrando com tanta luz e com o que iriam fazer.

     Como estava tudo pago pela empresa que tinha contratado o advogado Manuel Marques, instalaram-se num dos melhores hotéis de Paris. O casal ficou numa suite e os rapazes noutra.

      Durante o dia a Sociedade contratante mandava um carro para o Dr., e D. Eugénia ia fazendo o que melhor e queria fazer naquela terra de glamour. Visitar museus e lojas de compras.

      Os rapazes ficavam à solta, tentando visitar os locais de boémia e desaforos de Paris.

      Em uma noite e enquanto os pais ficaram a descansar, deram “corda aos sapatos” e aconselho e segundo indicações de um jovem empregado do hotel que não era parvo (Os franceses empregados dos hotéis estão sempre atentos aos hospedes e sempre prontos a canaliza-los para os locais de acordo com a percepção que têm deles. Alguns até chegam a ser garotos de programa) lá foram eles até à rua Montorgueil e jantaram no Au Tibourg umas saborosas salsichas Toulousain, especialidades da casa. Foram tomar um copo ao Le Gai Moulin, um dos mais famosos restaurantes gay que derivado à característica das mesas ficarem juntas, o convívio torna-se mais fácil aos tímidos.

      As casas estavam cheias de gente colorida e quando notaram que os nossos rapazes eram portugueses logo lhes indicaram outros bares existentes rua abaixo. Foi assim que acabaram por curtir uma noite cheia de animação e glamour como nunca tinham visto em Portugal. Foram até ao Marais e passaram pelos bares Cox e Quatzel.

 

      Acabaram a noite perto do hotel que ficava no Camps Élysées no  Queen a maior discoteca gay de Paris e provavelmente a que apresenta a maior variedade de sons, shows e go-go boys.

      Foi uma noite inesquecível. Chegaram ao hotel já o sol brilhava lá o fundo do Sena.

 

Kisses em Paris

     Porque o sol já entrava janela dentro e a vista de Paris ao amanhecer convidada à paixão e talvez por um copo a mais, abraçaram-se e se beijaram fervorosamente. (A amor andava no ar).

     Desde aquele beijo frenético até o começarem a despir-se foi um apci até se esqueceram que mais adiante havia uma cama. Foi mesmo ali no sofá encostado há janelas que o sol depois de ultrapassar os vidros da janela se foi esbatendo em seus corpos luzidios e musculados próprios da sua juventude.

     Amaram-se, tornaram a amar-se e nem o cansaço da noite os fez parar até ao Clímax final.

 

     Quando de manhã D. Eugénia lhes bateu na porta do quarto, eles nem responderam. Dormiam a sono ferrado. Quiçá envoltos em seus sonhos de amor.

     O Sr. Marques que acompanhava a mulher ao verificar que ninguém atendia e sabendo que eles tinham ido para a borga e com medo que ela abrir-se aporta, (pois ele não era parvo) logo lhe segurou num braço e a encaminhou corredor fora ao mesmo tempo que os desculpava:

          – Deviam estar estoirados pela noitada.

 

     Naquele dia e porque a noite tinha sido de grande alvoroço, nem desceram para o almoço.

     O Pai Marques saiu de manhã mas antes avisou a mulher que tinha conseguido bilhetes para a noite irem todos ao Lido jantar e assistir ao espectáculo.

 

     "O Lido é o mais sumptuoso cabaré do mundo com 7500 m2 e com seis andares desde o palco até ao teto, albergando 1150 lugares. Os jantares são servidos numa plateia gigante que se eleva 80 cm do chão para uma melhor apreciação dos espectáculos únicos e símbolos das noites de Paris".

 

     Porque se tratava de uma noite de gala. D. Eugénia não esteve com meias medidas e depois do almoço e em colaboração com um empregado do hotel arranjou dois smokings para os rapazes. Para o marido não seria necessário pois para qualquer viagem era sempre um dos fatos que viajava com ele.

 

     Na hora do lanche eles lá apareceram felizes e contentes e mais ficaram quando souberam dos bilhetes para o Lido e do que a mãe Eugénia tinha aprontado.

 

     Na hora aprazada lá cegou o Dr. Marques numa limusina do patrão e com ele mesmo acompanhado da mulher. D. Eugénia não se tinha enganado com o que iria acontecer naquela noite. Os patrões do marido também vinham com traje de gala.

 

     Depois do jantar/espectáculo no Lido ainda foram todos tomar um copo Ao Restaurantes 58 da Torre Eiffel de onde se desfruta uma panorâmica nocturna sobre Paris que dá emanações especiais sobre as pessoas com direito a chegarem ao hotel o mais rapidamente possível para fazerem amor.

 

     Durante aqueles quinze dias, tiveram tempo para tudo umas vezes sós outras acompanhados por D. Eugénia.

     Desceram o Rio Sena, fizeram uma visita ao museu do Louvre, o Castelo de Versailles.

     À noite já na companhia do Dr. Marques foram até Crazy Horse que é o local de Paris para espectáculos muito sensuais!

 

Moulin Rouge

     "Porque é difícil arranjar bilhetes para os Moulin Rouge (O mais famoso cabaret do mundo) só o conseguiram para a véspera de abalarem para Portugal Tinham de estar no aeroporto de Charles de Gaulle, também conhecido como Aeroporto Roissy. Porque se distancia do centro da cidade cerca de 23 km e tomando em atenção o transito na cidade que é impressionante e terem de lá estar pelo menos uma hora antes. O fazer as malas, acordar os rapazes teria de ser tarefa a tomar em conta".

 

     Depois daquela noite de glamour e estafados daqueles quinze dias, O casal Marques recolheu-se, mas os nossos rapazes ainda foram até ao Bar do Hotel beber uns copos e fazerem uma retrospectiva do que tinha sido a sua vida até àquele momento. Estavam prestes chegarem à vidinha do costume mas com mais conflitos pessoais e sobre a sociedade para resolver.

 

J     á um pouco entornados subiram para a suite. Amaram-se como nunca até de madrugada mas acabaram por adormecer como anjos.

 

Dia da Partida

 

     Naquela noite, tanto com o casal Marques como com os rapazes pouco dormiram mas como já era habito o Marque foi ao primeiro a levantar-se, tomou um duche acabou por recolher os seus bens e caminhou-se até ao quarto do filho e do amigo, esperando que ainda dormissem a sono solto. Primeiro bateu à porta uma, duas vezes. Como não obteve resposta, abriu-a. Não sei se ficou muito admirado ou não. Só sei que o que estava a ver, nada mais era para ele a coisa mais natural do mundo.

     Eram dois seres enroscados e dormindo como anjos onde se verificava haver um grande amor.

Dormindo de conchinha na última noite em Paris

     Aproximou-se deles, sentiu-lhes a respiração e tocou no ombro de um deles. Não obteve resposta. Puxou de um cadeirão e como se encontra-se num hospital perante um filho doente, ali ficou durante algum tempo admirando-os e dando voltas à cabeça do que iria acontecer a seguir.

     Eles nem deram pela sua presença. De vez em quando remexiam-se e se apertavam cada vês mais.

     Entretanto Carlos acordou e ainda pestanejando viu o pai ali sentado olhando com olhar terno para ambos.

     Deu um salto com tanta força que o João também acordou, olhou e viu o que nunca esperaria ver na vida.

     Marques vendo a atrapalhação de ambos, colocou um dedo frente aos lábios em sinal de “Não digam nada” e perguntou:

                 - Vocês são felizes?

 

(Ir para a VII Parte)

 

 

Qualquer semelhança com factos reais é mera coincidência. O geral ultrapassa a ficção.

As fotos aqui apresentadas são livres de copyright e retiradas da Net.

 

 

              Nelson Camacho D’Magoito

            “Contos ao sabor da imaginação”

                   de Nelson Camacho

 

música que estou a ouvir: my way
Estou com uma pica dos diabos:
publicado por nelson camacho às 11:32
link do post | comentar | favorito
2 comentários:
De Fernando a 19 de Junho de 2013 às 12:17
Caro Nelson
Desta vez, muito sinceramente não me ocorrem palavras para comentar este conto, quiçá terminado com a interrogação do pai...
Deste modo, numa escala de 1 a 10, eu daria vivamente nota maxima, não só pela forma escorreita como descreve estas duas familias e as teias de aranha que invadem a cabeça de uma das personagens, como, neste conto, eu revejo "quase" a minha propria historia...
Grande Abraço
De nelson camacho a 20 de Junho de 2013 às 02:02
Meu caro Fernando, sei que é meu leitor atento o que desde já agradeço, também pelos seus comentários. Esta história é a história de muitas famílias (infelizmente) Como deve calcular ela não acaba com a interrogação do pai.
Creia que me está a causar muita dor ao escrever esta. Como dizem os brasileiros “a coisa ainda vai esquentar” Esteja atento. Um abração para si. Nelson Camacho.

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