Um Fim-de-semana diferente
Aquele fim-de-semana tinha sido o princípio do resto da minha vida.
De há um ano a esta parte tudo tinha acontecido a correr. De menino bem comportado filho de uma família normal tudo tinha descambado. E agora? Que estava eu ali a fazer deitado ao lado ao lado de um Rui que passaria a ser meu irmão, amigo, confidente e amante de quem me tinha apaixonado?
Rui dormia a sono-solto quiçá como nada tivesse acontecido mas eu não conseguia. Os meus neurónios não paravam de fazer uma retrospectiva de tudo o que tinha acontecido, até chegar ali.
Tínhamos passado o Sábado e o domingo na Praia Grande. Como fossemos um casal hetro em lua-de-mel ficámos no hotel e naquela noite fizemos a continuação do que tinha acontecido na noite de sexta em casa do Rui. Não posemos os pés na praia, Bronzeamo-nos na piscina algumas horas e o resto do tempo no quarto ou no bar tomando uns copos alheados de pequenos olhares que alguns se nos dirigiam, mas nada nos importava. Naquela altura já estávamos em casa e a meio da noite. Eu às voltas com os meus pensamentos e o Rui dormindo como se nada tivesse passado até que adormeci.
O Confronto Final
Diz-se que a felicidade total não existe mas naquele momento quando Pedro acordou e se dirigiu à cozinha para beber um copo de água deparou-se com o pai e a mãe do Rui numa situação que nunca tinha visto em sua casa entre o pai e a mãe. Estavam alegres e a preparar o pequeno-almoço. – Tinham chegado do Algarve durante a noite e nem tinha dado por isso.
- Ao que parece chegaram cedo e nem avisaram!
O Pai com a maior alegria estampada no rosto respondeu:
- Quando chegámos a meio da noite a Isabel foi ao vosso quarto e estavam a dormir tão bem que nem os acordámos.
Isabel também com um sorriso jovial acrescentou:
- Como devem estar com fome estamos a preparar o pequeno-almoço para todos.
Pedro ficou atrapalhado. Se a Isabel tinha ido ao quarto tinha-o visto abraçado ao filho e com voz titubeante desculpou-se.
- Pois! Acabei por ficar cá em casa. Era para dormir no sofá mas estivemos a ver um filme e acabai por adormecer na cama do Rui.
- Sabes. No Algarve eu e teu pai tivemos oportunidade de falar sobre vocês e chegamos à conclusão que vais aceitar a sua proposta de ires trabalhar connosco na empresa e viveres á em casa. Afinal de contas tu e o Rui dão-se bem e não vimos outra maneira desta situação ficar resolvida.
O Piteira perante esta prelecção dirigiu-se ao Pedro, deu-lhe um abraço e ao ouvido segredou-lhe.
- Não vale a pena dizer mais nada. Eu estou apaixonado pela Isabel, tu gostas do Rui, ele gosta de ti e vamos finalmente ser felizes.
- Mas que grande confraternização! Para já cheira bem!
Dizia o Rui que entretanto entrava na cozinha.
Todos se riam se abraçaram
Dois meses depois
A nova sociedade familiar foi formada por quatro pessoas que se amavam sem tabus e a máxima perdurou “Trabalho é trabalho e conhaque é conhaque”
No dia do divórcio dos pais do Pedro por raiva ou negação D. Ermelinda acompanhado pelo seu advogado que só este falou, não dirigiu palavra ao Piteira e quando o Pedro se lhe dirigiu para a beijar para além de recusar, toda irritada comentou:
Julgava que tinha um filho mas afinal tenho uma coisa que nem é carne nem peixe. – E virou-lhe as costas.
FIM
Para finalizar esta história, fiquem com Raphael em “Los Amantes”
Qualquer semelhança com factos reais é mera coincidência, ou não! O geral ultrapassa a ficção
As fotos aqui apresentadas são livres de copyright e retiradas da Net.
Nelson Camacho D’Magoito
“Contos ao sabor da imaginação”
© Nelson Camacho
2013 (ao abrigo do código do direito de autor)
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