Não Beijo
Quando Pedro acordou já o Fernando se tinha levantado de mansinho para não o acordar e feito a sua higiene e o pequeno-almoço.
Como é hábito andar em casa entrou no quarto com t-shirt e boxeurs. Foi até ao leitor de CD e colocou, muito baixinho, um com o tema “Fantasia-improviso em Dó Sustenido menor” de Chopin.
Depois de voltar à cozinha, entrou no quarto com um carrinho onde constava o pequeno-almoço.
(Ovos mexidos, torradas e coveres de fiambre, queijo, mortadela, alguns salgadinhos, bolachas, manteiga, café, chá e sumo de laranja natural.)
Pedro já meio acordado olhou para o repasto e comentou:
- Isto é melhor que o serviço de hotel.
- Eu sou assim, gosto de tratar bem os meus amigos.com comida gourmet. – e rindo-se – Só não trago flores porque acho uma mariquice.
- Também não acho graça dar flores a um homem. – e acompanhou o riso do amigo.
- Eu por mim já fiz a minha higiene matinal, não queres fazer a tua? Antes ou depois do repasto?
- Não!.. Vou agora.
- No poliban tens uns boxeurs e uma t-shirt lavados.
- Ok...
Enquanto Pedro se deslocava para o balneário, Fernando deitou-se mais um pouco deixando o carrinho ao lado da cama que sendo redonda tem uma dificuldade mas ele esperto que é, tem tudo resolvido. No carrinho de apoio tem dois tabuleiros com pernas próprios para se comer na cama.
O quarto já não estava com aquelas luzes próprias da noite e embora já tenha tido relações com aquele seu novo amigo, ainda não o tinha visto bem despido e há luz do dia que entrava pelos janelões do quarto e ao vê-lo sair do banheiro somente com uns curtos boxeurs e uma t-shirt de alças mirou-o bem e disse para consigo: - Foda-se!... o gajo é mesmo bom como o milho-.
A t-shirt estava-lhe apertada e denotava-se os bíceps delineados e embora o pau estivesse murcho também se notava não ser nada de se deitar fora. Embora já o tenha provado de duas maneiras sabendo bem o que tinha ali, estava deserto que voltasse para junto dele a fim de o ver bem à luz do dia.
- Quando chegares aqui estou-me borrifando para o pequeno-almoço, descasco-o todo e vou mas é fode-lo.- Pensou… Mas não passou do pensamento pois quando o Pedro chegou junto à cama e olhando para os tabuleiros, lambendo os beiços, cortou-lhe os seus pensamentos perversos e comentou:
- O duche fez-me ficar com fome.
- E foi só o duche? Ou foi o trabalho desta noite?
- Se chamas aquilo trabalho! Quero mais…
- Não te esqueças que deves-me uma. Mas para já vamos comer. Vá… Senta-te ao pé de mim para te por o tabuleiro entre as pernas.
- Enquanto for o tabuleiro não é nada mau…
- Vá… Por agora come para ganhares forças. Ainda temos o Sábado e o Domingo.
- Não me vais mamar os dois dias? Ainda dás comigo em tisico.
Ambos se riram e Fernando colocou o tabuleiro estre pernas do amigo e maldosamente ainda lhe apalpou o pirilau e comentou:
- Deixa-te de graças e alimenta-te que esta coisa precisa de vitaminas.
- Não me digas que o vais novamente chupar como sobremesa do pequeno-almoço.
- Tem calma. Não te esqueças que me deves uma e eu gosto de receber os pagamentos dos favores.
- Pois… Tá bem… Mas logo a seguir é capaz de fazer mal.
- Deixa-te de coisas!.. Quando é que uma foda boa alguma vez fez mal.
Ambos começaram a comer misturado com alguns risos.
Quando acabaram o pequeno – almoço, também acabou a música que estava a ser transmitida pela aparelhagem e Pedro sugeriu colocar outro CD a seu gosto, recebendo como resposta se não gostava de música clássica e que procurasse um CD a seu gosto e se não o encontrasse o buscasse no salão.
Pedro depois de procurar exaustivamente e não encontrando o que queria, foi até ao Salão onde havia outra aparelhagem, mais sofisticada e outra estante com outras músicas e lá encontrou o que queria. Nada mais era que o último CD do FF “ Saffra” com o tema “Safra deste ano”.
Do quarto ouvia-se perfeitamente o tema e chamou-lhe a atenção quando a meio da letra ouviu FF dizendo “Eu sei ou muito me engano que tens o plano de casar comigo” Fernando ficou mais atento ao poema e pensou “Será que ele me está a enviar uma prova de amor?” Levantou-se e foi até ao salão.
Pedro estava deitado num dos sofás com os olhos fechados como a saborear aquele belo poema e não menos a bela voz do FF.
- Com que então gostas do FF!...
- Lá na terra descobri-o num programa de TV e fiquei apaixonado pela sua voz.
- Eu também gosto bastante dele. Quando apareceu pela primeira vez não dei nada por ele, mas mais tarde, vi-o num espectáculo do Lá Féria no Politeama e a partir desse momento fiquei seu fã incondicional e assim que trabalho perto de lisboa vou vê-lo.
- E só gostas da voz dele? – rindo-se
- Não! Não me importava de o ter cá em casa a jantar. Mas não tenho sorte pois o gajo já tem dono.
- Não me canso de ouvir este tema. Vou por na repetição.
O disco repetiu o tema vária vezes e ambos começaram a beijar-se.
“Para quem dizia que não beijava. Este gajo aprendeu de pressa ou eu sou mesmo muito bom – dizia para si próprio o Fernando – Aquele beijo não era um beijo mecânico mas sim de paixão - Estás fodido que também vou comer-te”
Fernando, primeiro tirou a sua t-shirt e depois a dele atirando-as para o chão ao mesmo tempo que o sentava no sofá com as pernas para o chão. Pedro julgando que ele lhe ia fazer outro broche, tirou os boxeurs ficando todo nu começando a punhetar-se. Fernando abriu-lhe as pernas e ficando de joelhos frente a ele tirou-lhe a mão do pénis e comentou
- Não faças isso!.. Quem o vai por em pé sou eu. Gosto de o sentir inchar na minha boca. – e começou a lamber-lhe a cabecita - depois foi até aos testículos e começou a mordisca-los. Pedro movimentava-se de mais prazer que da noite passada na sauna. Estava a ser diferente e todo o seu corpo começava a estremecer de gozo.
Fernando abriu-lhe mais as pernas e com a língua foi descendo dos testículos até à abertura do ânus começando primeiro a beija-lo e depois com a ponta da língua foi-lhe lambendo toda aquele zona erógena particularmente sensível a qualquer estímulo com a particularidade de relaxar o esfricter e proporcionar uma melhor abertura do ânus para uma boa penetração. A língua ia entrando e saindo numa massagem intensa de tal forma que aquele unilingue estava a dar resultado estimulando o fluxo sanguíneo do pénis do Pedro que voltou a masturbar-se.
Ferrando adivinhando que o moço estaria quase a vir-se, antes que isso acontecesse, abriu-lhe mais as pernas lubrificou mais aquele ânus que dentro em breve passaria a não estar mais virgem puxou-o para si e calmamente foi-lhe introduzindo primeiro a cabeça e depois com o maior cuidado possível foi-lhe penetrando todo o resto do seu pénis. Pedro continuava a masturbar-se enquanto Fernando começava num vai e vem constante. De repente… Sentiu o apertar daquele cuzinho ao mesmo tempo que o Pedro se masturbava mais ritmadamente ao sentir a movimentação daquela penetração e ambos ejacularam em grande abundancia.
Ficaram assim durante alguns minutos até se voltarem a deitar frente a frente e olhos nos olhos no sofá.
- E agora como vai ser? O que é que passo a ser? Conseguiste o que querias!... – Perguntou o Pedro.
- O que vais ser? O mesmo homem que sempre foste. O que vai ser daqui para afrente? Vais ser o meu melhor amigo e amante conforme já te prometi.
- Tens a certeza? Ficaste satisfeito?
- Se não tivesse a certeza quando te conheci não estarias em minha casa.
- Mas era isto que fizemos agora a tua intensão?
- Se o teu problema é o ter-te tirado os três. Fica sabendo que nunca me deixei comer sem ter de comer o parceiro que venha comigo para a cama. Já somos crescidinhos para sabermos o que queremos e nunca obriguei ninguém. No final de contas. Não gostaste?
- Gostei mas nunca tinha pensado que um dia iria ter relações destas com um homem.
- O nosso relacionamento vai continuar como se nada tivesse acontecido entre nós.
- Mas continuas com a promessa de me ajudares no meu sonho?.
- Puto!... Não tenho por hábito não cumprir com as minhas promessas e tu? Fazes o mesmo? Continuas a aceitar a minha promessa de ficares a morar cá em casa?
- Mas é claro! E a dormir na mesma cama pois só tens uma – e riu-se.
Voltaram a beijar-se como a firmar o contrato.
- Já viste as horas? Estivemos nisto quase o dia todo. Nem almoçamos e o sol já lá vai. Como a partir de agora já cá moro, posso ir fazer o jantar?
- Não! Primeiro vamos tomar um duche e vamos jantar fora para festejar a nossa união de facto.
- E não vais à procura de outro puto?
- És parvo? Julgas que ando por aí no engate feito maluca? Estou bem servido contigo e gosto muito de ti. E desde que tenhas juízo até podes vir a ser meu sócio.
Aquele fim-de-semana foi o início de uma amizade sincera entre dois homens que se juntaram com a bênção dos Deuses.
Hoje Fernando continua a ser um cantor/empresário e Pedro já é uma figura proeminente em novelas e alguns filmes. Mantém o seu segredo e dizem o que muitos deviam também dizer. “Ninguém tem nada a ver com as vidas privadas de cada um. Trabalho é trabalho e conhaque é conhaque.
Meus amigos nunca digam que Não beijam.
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Qualquer semelhança com factos reais é mera coincidência, ou não! O geral ultrapassa a ficção
Nelson Camacho D’Magoito
“Contos ao sabor da imaginação” (nc-254)
Para maiores de 18 anos
© Nelson Camacho
2014 (ao abrigo do código do direito de autor)
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