Ficámos com menos um homem para nos defender
Quando em Antuérpia batiam as 18:00 horas, no Hospital ZNA Middelheim falecia o eurodeputado e fundador do BE (Bloco de Esquerda), Miguel Portas vítima de cancro do pulmão.
Homem da liberdade, da denuncia sempre acertada mas com muita classe, apanágio de toda a sua família, deixou-nos ainda novo, com 53 anos de idade, numa altura que deste calibre já poucos temos para quebrar este ciclo de roubalheira e atentado à constituição colocando o Português cada vês mais pobre e já com fome.
Miguel Portas encarou a sua própria doença como fazia sempre com tudo desde o jornalismo à política. Homem de esquerda digno e respeitado pelos seus pares, opositores e familiares, como se diz no português vernáculo “sempre apanhou os bois pelos cornos”
Segundo João Semedo, deputado do BE em declarações à SIC, deixou um testemunho emocionado dizendo que "o património do Miguel não morre com ele. No BE, deixa um património não apenas de luta mas também de amizade e sobretudo de ideias".
Miguel Portas que tinha um fascínio pelas culturas do mediterrâneo levou-o a viajar passando a conhecer profundamente esta região, sobre a qual escreveu dois livros e realizou um documentário.
Miguel de Sacadura Cabral Portas nasceu em Lisboa a 1 de Maio de 1958, filho do arquiteto Nuno Portas e da economista e cronista Helena Sacadura Cabral. É irmão de Paulo Portas e de Catarina Portas.
Com todo o reconhecimento aqui ficam algumas notas biográficas fornecidas pelo Bloco de Esquerda.
Licenciado em Economia, pela Instituto Superior de Economia e Gestão, em 1986, enveredou pela carreira de jornalista, passou pelo Expresso, foi repórter da revista Vida Mundial, além de cronista no Diário de Notícias e no semanário Sol.
Detido pela PIDE aos 15 anos pela participação no Movimento Associativo dos Estudantes do Ensino Secundário de Lisboa, aderiu à União dos Estudantes Comunistas do PCP (1973), chegando à Comissão Central um ano depois.
Presidiu à Associação de Estudantes do Instituto Superior de Economia e coordenou o Secretariado da Reunião Interassociações. Abandonou o PCP em 1989, na sequência do primeiro processo de expulsões do partido desencadeado pela Perestroika. Entre 1990 e 1991 foi assessor do presidente da Câmara Municipal de Lisboa para as questões culturais e urbanísticas.
Foi um dos fundadores da Plataforma de Esquerda, dissolvida dois anos depois.
Em 1994 cria a Política XXI, que agrupava membros da Plataforma de Esquerda, do MDP e independentes das manifestações contra às propinas no ensino superior. A Política XXI foi uma das formações, juntamente com PSR, UDP e independentes, que deu origem ao Bloco de Esquerda (BE), em 1999.
No BE foi cabeça de lista às eleições europeias, em 1999, obtendo 1.74% dos votos e candidato à Câmara Municipal de Lisboa, em 2001. Foi eleito ao Parlamento Europeu, em 2004, com 4.92% e reeleito, em 2009, com 10.73%, elegendo três eurodeputados. É membro da Comissão de Orçamento e vice-presidente Comissão Especial do Parlamento Europeu para a Crise Financeira, Económica e Social.
A toda a família os meus sinceros pêsames. Portugal perdeu hoje um grande Homem.
As forças das ideias do 25 de Abril de 74 ficaram mais pobres
Nelson Camacho D’Magoito
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