Hoje apeteceu-me dizer “Adeus Raul Solnado”
De 19 de Outubro de 1939 a 8 de Agosto de 2009
Num dia em que faz sete (7) anos o desaparecimento físico do meu amigo Raul Solnado, que não deixa de estar para todo o sempre na minha memória o actor como homem simples na sua vida privada e o grande actor assim que estava frente ao seu público que o adorava.
Os Deuses levaram-no ainda novo (com 77 anos) e deixou-nos um recado “FAÇAM O FAVOR DE SER FELIZES”
Longe de mim escrever aqui toda a biografia do Raul mas umas simples notas para memória futura.
Raul Solnado unanimemente reconhecido como um dos maiores nomes do humor português, começou a fazer teatro na Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul (1947), profissionalizando-se em 1952.
Em 1953 estreia-se no teatro de revista com "Viva O Luxo", apresentado no Teatro Monumental que tinha como director Vasco Morgado pai, marido de Laura Alves.
Desde o teatro de revista, onde com Mariema recebem os Prémios de Imprensa para melhores actores de teatro de revista, a sua vida como actor nunca mais parou.
Em 1962 entra na revista "Lisboa à Noite", em cena no Teatro Variedades, onde interpreta os sketcks "É do Inimigo" e "Concerto do Inimigo".
No teatro de texto, chega a representar em 1972 a peça "O Tartufo de Molière"
Em 1995 fez "O Avarento", também de Molière, no Teatro Cinearte, encenado por Hélder Costa..
Cinema, entre outros filmes é protagonista do filme neo-realista "Dom Roberto", de José Ernesto de Sousa e vence o Prémio de Imprensa para melhor actor de cinema.
Na televisão: No dia 24 de Maio de 1969 foi gravado o primeiro programa do "Zip-Zipe", no Teatro Villaret. A última emissão foi no dia 29 de Dezembro do mesmo ano. O programa da autoria de Solnado, Fialho Gouveia e Carlos Cruz foi um dos marcos desse ano.
O programa "A Visita da Cornélia" é um grande sucesso da televisão portuguesa em 1977 com César de Oliveira adapta a Peça "Checkup" do dramaturgo brasileiro Paulo Pontes.
Repete o enorme êxito com a peça "Há Petróleo no Beato" de 1981. "Super Silva" foi outro êxito enorme.
A 9 de Junho de 1982 foi feito “Oficial da Ordem do Infante D. Henrique”.
Com Fialho Gouveia e Carlos Cruz apresenta na RTP o programa "E O Resto São Cantigas" onde foram recordados músicos e compositores da época áurea da música ligeira portuguesa.
No concurso televisivo "Faz de Conta" mostra todo o seu talento ao contracenar e improvisar com os concorrentes que lhe davam réplica.
Outro grande êxito televisivo foi Em 1993 que participou, ao lado de Eunice Muñoz, na telenovela "A Banqueira do Povo" de Walter Avancini.
Raul Solnado pertencia ao Grande Oriente Lusitano (GOL) desde meados da década de 1980, embora depois não tivesse sido muito activo.
Em 2001 voltou aos palcos do teatro com um papel de grande relevo na peça "O Magnífico Reitor" de Freitas do Amaral. Recebe o “Prémio Carreira Luís Vaz de Camões”.
Foi homenageado em 2002 com a “Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa” e recebeu, em 10 de Junho de 2004, do Presidente Jorge Sampaio a “Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique”.
Foi, até à sua morte, Director da Casa do Artista, sociedade de apoio aos artistas, que fundou juntamente com Armando Cortez, entre outros.
Casou a 15 de Março de 1958 com Joselita Alvarenga (Cambuquira, Minas Gerais, 4 de Dezembro de 1934), de quem se divorciou a 30 de Maio de 1980. Era pai de José Renato Alvarenga Solnado (Lisboa, São Sebastião da Pedreira, 2 de Dezembro de 1959), de Alexandra Solnado e do cantor Mikkel Solnado (1975, filho de Anne Louise), além de avô da actriz Joana Solnado.
Após a sua morte, o Grande Oriente Lusitano reconheceu-o como maçom na sua página institucional.
Um dos seus êxitos mais conhecidos foi
"A Guerra de 1908", um sketch do espanhol Miguel Gila, adaptado para português por Solnado, é interpretado na revista "Bate o Pé", estreada no Teatro Maria Vitória em Outubro de 1961.
O disco que reunia "A Guerra de 1908" e "A História da Minha Vida", editado em Abril de 1962, bateu todos os recordes de vendas de discos.
Quando estava a transferir o este disco de vinil para CD, lembrei-me de te fazer esta simples homenagem. Eu por cá, vou continuar a ser feliz como muitas vezes mo recomendavas.
Nelson Camacho D’Magoito
“Biografias” (297)
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