Pequenas coisas que gosto de fazer
Dormir no meu novo quarto com o teto em vidro onde desfruto o céu estrelado.
De manhã acordar com a quentura dos raios de Sol, olhar o céu azul sem uma nuvem.
Tomar o meu duche matinal para retirar do meu corpo algumas réstias odorais do corpo que me acompanhou no meu novo quarto.
O pequeno-almoço é uma festa de risos e pequenos abraços como a pedir mais.
Na vitrola a música aleatoriamente lá vai passando temas de Chopin.
A preparação para a saída para o emprego! - Ainda vai havendo perfumes misturados com sabores de lábios que se entrelaçam como dizendo – Até logo.
Finalmente a saída com um abraço caminhando cada um para o seu carro.
Finalmente liberto, só e pronto para outra aventura porque é sexta-feira.
Chegar ao emprego e receber carinhos e um café sempre pronto em cima da secretária servido por uma empregada muito serviçal.
O fim do trabalho e o regresso a casa.
No caminho, a sensação de alívio depois das obrigações. O olhar o mundo através das pessoas apressadas para chegarem a suas casas porque outras obrigações os espera.
Esquecer de coisas que não valeram a pena.
Sonhar...
Mesmo no caminho receber um telefonema de alguém dizendo que me ama ou que precisa de mim.
Finalmente chegar a casa, tirar os sapatos à entrada e pelo caminho até ao chuveiro ir tirando a roupa que me atrapalhou todo o dia.
Um copo de água fresca e aquela sensação de quentura do chuveiro pelo corpo desnudo.
Adoro refastelar-me no sofá frente ao plasma para ver um filme enquanto o jantar já preparado pela empregada - que saiu pelas seis horas- vai aquecendo no forno.
É nestes momentos que percebo quanto sou importante e livre de fazer o que me vai na real gana sem obrigações de maior.
À noite:
Gosto de saborear aquele primeiro gole de uns whiskies num qualquer bar na Sexta à noite pois é sempre o melhor. O segundo, já na companhia de alguém que me compreende e ouve as minhas piadas que nas entrelinhas, vou dizendo algumas verdades e ri comigo pois a noite vai ser uma festa.
Adoro quando ao terceiro gole dos whiskies as conversas da treta acabam e o convite para ficar quietinho em baixo do edredão num resto de noite fria.
Com tantas loucuras por vezes apetece-me ouvir o silêncio, espreguiçar-me abraçar-me a mim próprio. Ver a cidade acesa de madrugada. Ouvir um “Te Amo”, sincero. Saber que em algum momento fiz a diferença na vida de alguém que precisava de ajuda.
Ver o dia nascer e se pôr. Recomeçar tudo de novo.
Gosto de ser como sou.
Gosto de viajar, de ir ao cinema, ao teatro, de receber telefonema de um amigo, de receber amigos em casa, mas de manhã, gosto de tomar o pequeno-almoço sozinho antes de a empregada chegar. – Ela não sabe nem tem que saber o que se passou naquela noite -.
A vida que nada mais é que um ciclo de tempo tão curto é para ser vivida o melhor possível.
Eu gosto de Celebrar a vida. Andar em casa descalço até ao pescoço. Ser feliz. E sobretudo, ter o raro talento de notar pequenos detalhes, que passam despercebidos aos olhos de pessoas ocupadas demais procurando por grandes motivos pra fazer suas vidas valerem à pena.
Faço o que Raul Solnado recomendava: “façam o favor de serem felizes”
Gosto de pessoas inteligentes que me compreendam.
Dormir como se não houvesse amanhã basta quando o Caronte me levar
Qualquer semelhança com factos reais é mera coincidência, ou não! O geral ultrapassa a ficção
Nelson Camacho D’Magoito
“Contos ao sabor da imaginação” (cn-301)
Para maiores de 18 anos
© Nelson Camacho
2016 (ao abrigo do código do direito de autor)
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