Sexta-feira, 7 de Dezembro de 2007

Será que NÃO TENHO TEMPO?

Não tenho tempo…
 
Um texto que não vais ter tempo de ler,
 porque nem sabes que ele existe.
 
     Dizer: Não tenho tempo! É desculpa comum que todos nós damos a um amigo quando não o queremos aturar ou a uma miga porque já não temos interesse nela, mas o mais grave é quando dizemos toda a vida ao nosso filho que não temos tempo.
     Hoje o meu tempo arranjou tempo para ter tempo de me lembrar de ti.
     Neste fim de ano, porque se calhar já não vou ter tempo de ter tempo de te dizer quanto te amo e porque não sei escrever palavras de desculpa como mereces pelo tempo que te não dei, socorri-me deste belíssimo texto/desabafo “Não tenho tempo”de Neimar de Barros, para te pedir desculpas.
     Desculpas de nada servem, mas quando a barca se aproxima, arranjamos sempre tempo para dizer o que tivemos vontade de dizer e não dissemos.
     Para ti, meu filho Ricardo, embora estejas longe fisicamente, estás sempre no meu coração que sempre teve tempo para te amar.
Nelson Camacho
 
 
                             Não tenho tempo…
                                                  De Neimar de Barros
 

Sabe, meu filho, até hoje não tive tempo para brincar com você.
Arranjei tempo para tudo, menos para ver você crescer.
Nunca joguei dominó, dama, xadrez ou batalha naval com você.

Percebo que você me rodeia, mas sabe, sou muito importante e não tenho tempo. 

Sou importante para números, conversas sociais, uma série de compromissos inadiáveis...
E largar tudo isso para sentar no chão com você...
Não, não tenho tempo!
Um dia você veio com um caderno da escola para o meu lado.
Não liguei, continuei lendo o jornal.
Afinal, os problemas internacionais são mais sérios que os da minha casa.
 

Nunca vi seu boletim nem sei quem é a sua professora.
Não sei nem qual foi sua primeira palavra; também, você entende...
Não tenho tempo...
De que adianta saber as mínimas coisas de você
se eu tenho outras grandes coisas a saber?
Puxa, como você cresceu!
Você já passou da minha cintura, está alto!
Eu não havia reparado nisso.
 

Aliás, não reparo em quase nada, minha vida é correr.
E quando tenho tempo, prefiro usá-lo lá fora.
E se o uso aqui, perco-me diante da TV
A TV é importante e me informa muito...
Sei que você se queixa, que você sente falta de uma palavra,
de uma pergunta minha, de um corre-corre, de um chute na bola.
Mas eu não tenho tempo...
 

Sei que você sente falta do abraço e do riso,
de andar a pé até a padaria, para comprar guaraná.
De andar a pé até o jornaleiro para comprar "Pato Donald".
Mas, sabe, há quanto tempo não ando a pé na rua?
Não tenho tempo...
 

Mas você entende, sou um homem importante.
Tenho que dar atenção a muita gente.
Dependo delas... Filho, você não entende de comércio!
Na realidade, sou um homem sem tempo!
Sei que você fica chateado, porque as poucas vezes que falamos
é monólogo, só eu falo.
E noventa por cento é bronca: quero silêncio, quero sossego!
E você tem a péssima mania de vir correndo sobre a gente.
Você tem mania de querer pular nos braços dos outros...
Filho, não tenho tempo para abraçá-lo.
 

Não tenho tempo para ficar com papo-furado com criança.
Filho, o que você entende de computador,
comunicação, cibernética, racionalismo?
Você sabe quem é Marcuse, Mc Luhan?
Como é que vou parar para conversar com você?
Sabe, filho, não tenho tempo, mas o pior de tudo,
o pior de tudo é que...
           
              Se você morresse agora, já, neste momento,
              eu ficaria com um peso na consciência, porque,
              até hoje, não arrumei tempo para brincar com você.
              E, na outra vida, por certo, Deus não TERÁ TEMPO de me deixar, pelo menos, vê-lo!
 
Já que nada te posso dar este ano este post foi para ti meu filho
Nelson Camacho

música que estou a ouvir: Requiem de Johannes Brahms
Estou com uma pica dos diabos: Triste e vago
publicado por nelson camacho às 15:28
link do post | comentar | ver comentários (2) | favorito
Sexta-feira, 7 de Dezembro de 2007

O Carteiro ao fim de ...

O Carteiro Estamos no fim do ano de 2007 e vários convites me teem chegado verbalmente e telefonicamente solici...

Ler artigo
Estou com uma pica dos diabos: e com pena dos em abrigo
música que estou a ouvir: Canto de Natal
publicado por nelson camacho às 14:40
link do post | comentar | ver comentários (3) | favorito

.No final quem sou?

.pesquisar

 

.Dezembro 2017

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
23
24
25
26
27
28
29
30
31

.posts recentes

. Será que NÃO TENHO TEMPO?

. O Carteiro ao fim de ano

.arquivos

. Dezembro 2017

. Outubro 2017

. Setembro 2017

. Fevereiro 2017

. Janeiro 2017

. Outubro 2016

. Setembro 2016

. Agosto 2016

. Julho 2016

. Junho 2016

. Maio 2016

. Abril 2016

. Março 2016

. Fevereiro 2016

. Janeiro 2016

. Dezembro 2015

. Julho 2015

. Junho 2015

. Maio 2015

. Abril 2015

. Março 2015

. Fevereiro 2015

. Janeiro 2015

. Dezembro 2014

. Novembro 2014

. Outubro 2014

. Setembro 2014

. Agosto 2014

. Julho 2014

. Abril 2014

. Março 2014

. Fevereiro 2014

. Novembro 2013

. Outubro 2013

. Setembro 2013

. Agosto 2013

. Julho 2013

. Junho 2013

. Maio 2013

. Abril 2013

. Março 2013

. Fevereiro 2013

. Dezembro 2012

. Novembro 2012

. Outubro 2012

. Setembro 2012

. Agosto 2012

. Julho 2012

. Junho 2012

. Maio 2012

. Abril 2012

. Março 2012

. Fevereiro 2012

. Janeiro 2012

. Dezembro 2011

. Novembro 2011

. Outubro 2011

. Setembro 2011

. Janeiro 2009

. Novembro 2008

. Outubro 2008

. Setembro 2008

. Agosto 2008

. Julho 2008

. Junho 2008

. Maio 2008

. Abril 2008

. Março 2008

. Fevereiro 2008

. Janeiro 2008

. Dezembro 2007

. Novembro 2007

. Outubro 2007

.tags

. todas as tags

.favorito

. Sai do armário e mãe pede...

. Eurovisão

. Depois de "All-American B...

. Raptada por um sonho ...

. Crónica de um louco senti...

. Terminei o meu namoro!!‏

. Dois anjos sem asas...

. Parabéns FINALMENTE!!!!

. Guetos, porque não?

. “Porque razão é preciso t...

.Art. 13, n.º 2 da Constituição

Ninguém pode ser privilegiado, benificiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.
blogs SAPO

.subscrever feeds

Em destaque no SAPO Blogs
pub