Palavras que te queria dizer
Começo por este meu poema:
Eu sei!
Eu sei que a única verdade é que vivo
Sempre precisei de um pouco da atenção
Acho que não ei quem sou
Só sei do que não gosto
Quem sou?
Bem, isso já é saberem demais!....
Já vivi tudo o que podes imaginar e que nunca te foi contado. Tudo o que te foi contado foi distorcido ao sabor das conveniências de quem te contou. Fizeram em tua mente uma imagem destorcida do meu eu!.. Fizeram de mim um realizador de cinema em que tudo é perverso, habilidoso e deixa andar
Foi por esses diz-que-disse que escolheste o teu caminho em outra família longe de quem te ama e sempre te amou. Quando apareceste foi a luz da minha vida: -um sonho tornado realidade- A promessa da realização do homem completo para que nasci. A vida tem destas coisas. Nem sempre se concretizam os sonhos o que é lamentável porque vivemos numa sociedade em que o homem ainda não se entende, umas vezes pelas escolhas de religiões outras porque como minha avó dizia “emprenham pelos ouvidos” foi o que te aconteceu ao distorcerem tudo o que há em bom em mim.
Nunca tive oportunidade de te dizer palavras tão duras pois elas calaram em mim longos anos para não te ferir. Sempre julguei que um dia, com uma nova constituição de família e respectivas responsabilidades as coisas mudassem, mas não!.. Quem te acompanha também “emprenhou pelos ouvidos” com dichotes menos próprios em alturas inopinadas. Os tempos vão passando e quando tiveres a felicidades dos teus espermatozóides gerarem um outro igual a mim pede a Deus que ele seja tão puro e cheio de amor como eu.
Não gostas do que escrevo, não gostas do que faço, não gostas quando coloco as coisas no seu lugar
Não sou ladrão, assassino, prostituto ou homofóbico.
Entendo a vida tal como é na realidade e defendo causas próprias da evolução dos tempos, sem no entanto imiscuir-me nas suas opções.
Não sou a favor de guerras ou maledicências. Minha avó dizia “Quem está no Convento é que sabe o que vai lá dentro”
Acho que cada um deve viver a sua vinda de forma a encontrar a sua felicidade não ultrapassando o direito dos outros. Mais uma dica de minha avó “Desde que não me apalpem a perna está tudo bem”
Se julgas o que não sou não julgues sem prova em contrário.
É do alto da minha longevidade e quando já cá não estou que vais ler isto ou não, te deixo este escrito de raiva para pensares se valeu a pena seres assim com um poema de José Ary dos Santos
Poeta Castrado não
Poeta Castrado, Não!
Serei tudo o que disserem
por inveja ou negação:
cabeçudo dromedário
fogueira de exibição
teorema corolário
poema de mão em mão
lãzudo publicitário
malabarista cabrão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!
Os que entendem como eu
as linhas com que me escrevo
reconhecem o que é meu
em tudo quanto lhes devo:
ternura como já disse
sempre que faço um poema;
saudade que se partisse
me alagaria de pena;
e também uma alegria
uma coragem serena
em renegada poesia
quando ela nos envenena.
Os que entendem como eu
a força que tem um verso
reconhecem o que é seu
quando lhes mostro o reverso:
De fome já não se fala
- é tão vulgar que nos cansa -
mas que dizer de uma bala
num esqueleto de criança?
Do frio não reza a história
- a morte é branda e letal -
mas que dizer da memória
de uma bomba de napalm?
E o resto que pode ser
o poema dia a dia?
- um bisturi a crescer
nas coxas de uma judia;
um filho que vai nascer
parido por asfixia?!
- Ah não me venham dizer
que é fonética a poesia !
Serei tudo o que disserem
por temor ou negação:
Demagogo mau profeta
falso médico ladrão
prostituta proxeneta
espoleta televisão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado, não!
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Está tudo dito
E agora!.. o que queres fazer? Voltar para o ventre de tua Mãe e escolheres outro Pai?
Nelson Camacho D’Magoito
“As minhas raivas” (cn291)
© Nelson Camacho
2016 (ao abrigo do código do direito de autor)
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