Alguns ganham mais do que o primeiro-ministro.
Histórias de sete homens que entrevistei e fazem da noite dia e que trocaram uma vida normal e um emprego pacato por sessões contínuas de ‘striptease’ e de “Meninos de programa”
“É UMA MANEIRA RÁPIDA DE ARRANJAR DINHEIRO”
Nome: Miguel Abrantes (fictício)
Idade: 30 anos
Profissão Anterior: Designer gráfico
“Trabalhei dez anos como designer gráfico, num jornal diário. Depois, a empresa sofreu uma remodelação e fui despedido. Tive um ano a viver do subsídio de desemprego. Ainda trabalhei como professor num ginásio, mas não tive muita sorte. Precisava de encontrar uma maneira rápida de arranjar dinheiro. Foi então que surgiu a oportunidade de enveredar pelo ‘striptease’.
Esta profissão permite-me viver desafogado. Tenho carro, mota e está tudo pago. Só me falta comprar um andar. Em Portugal, um ‘stripper’ não leva tanto dinheiro para casa como se julga. No entanto, chego a ganhar duas vezes mais do que a trabalhar no jornal. Há noites em que ganho cerca de 150 euros. E comecei há pouco tempo... O Verão é a época alta por excelência. Chega-se a ganhar mais de 2500 euros (500 contos).
A minha família reagiu bem a esta mudança. Há três semanas viram-me num programa de Televisão e acharam piada. O meu pai tem esperança que eu arranje um trabalho de dia, mas enquanto tiver sucesso, não penso largar esta actividade”.
“POSSO GANHAR 500 EUROS EM MINUTOS”.
Nome: Não divulgado
Idade: 33 anos
Profissão anterior: Desenhador topográfico.
“Há doze anos, era desenhador topográfico e elaborava mapas numa Câmara Municipal. Mas ficava fascinado pelo ‘striptease’ quando saía à noite. Então resolvi começar a fazer ‘strip’, no Coconuts. Na altura, ganhava apenas 50 euros por noite, mas não me importava. O grande problema é que a minha mulher não aceitava este trabalho, por isso tentei regressar à actividade diurna, como administrador de uma empresa de imobiliário. Só que o salário não ultrapassava os 500 euros. Como ‘stripper’ ganhava mais do triplo. Além do parco salário, as coisas azedaram na imobiliária quando souberam o que fazia. Achavam o trabalho degradante. Não aguentei e despedi-me.
Hoje, lamento não acompanhar mais a minha filha, mas esta é a única maneira de pagar as contas. Se na empresa ganhasse três vezes mais, deixava esta vida. Actualmente osso ganhar 125, 250 e até 500 euros em poucos minutos. No Verão, há quem leve para casa três mil contos por mês (15 mil euros). É tentador. É dinheiro fácil e habituamo-nos a ele”.
“A MINHA VIDA SENTIMENTAL RESSENTIU-SE”
Nome: Nuno (fictício)
Idade: 30 anos
Profissão Anterior: Vendedor de publicidade
“Antes de optar pelo ‘strip’, era vendedor de publicidade. Até tinha carro próprio e telemóvel. Mas com a crise, as vendas baixaram e eu cheguei à conclusão que o melhor era procurar outras saídas profissionais. Foi então que surgiu a possibilidade de entrar no mundo do ‘striptease’.
Já nessa altura, gostava de assistir aos espectáculos de ‘strip’ na discoteca ‘Finalmente”, e sempre achei que era capaz de fazer o mesmo. Durante três meses ainda tentei conciliar a minha actividade com o ‘strip’, mas depois tive de optar por uma só profissão. Além disso, quando os meus ex-colegas da publicidade descobriram que eu também trabalhava à noite nesta profissão, começaram a fazer comentários depreciativos, o que precipitou a minha saída.
A minha vida sentimental também se ressentiu. A minha ex-mulher, escriturária, não aceitou esta súbita mudança. Ao fim de alguns meses fartou-se e obrigou-me a decidir entre a profissão ou o casamento. Não preciso de dizer como é que acabou esta história...
Não me arrependo da decisão que tomei. Ganho mais como ‘stripper’ para mulheres e homens e isso permite-me ter uma vida desafogada. Além disso, esta profissão permite-me poupar algum dinheiro, pagar os estudos ao meu filho e para realizar os meus planos futuros”.
“O ‘STRIP’ MASCULINO JÁ É UMA MODA”
Nome: Nico
Idade: 26 anos
Profissão anterior: Agente imobiliário
“De dia trabalhava numa agência imobiliária. À noite, estudava Geologia na Faculdade de Ciências de Lisboa. Gostava bastante do curso mas não cheguei a terminá-lo. Ainda me faltam três cadeiras. Há cinco anos, quase por brincadeira, comecei a fazer ‘striptease’ no Coconuts,em Cascais. Descobrique ganhava muito mais do que um cidadão comum, que entra às 09h e sai às 17h. No entanto, não é fácil poupar dinheiro porque os custos inerentes a esta actividade (como a musculação, a alimentação especial, o solário, e a indumentária, etc) são extremamente elevados. Mas numa só noite de trabalho, posso ganhar entre 125 e 250 euros.
Decidi então mudar o rumo da minha vida. Trabalhar todo o dia e ainda fazer um curso era algo de muito complicado. Comecei por abdicar dos estudos e mais tarde, despedi-me da empresa. Uma decisão da qual não me arrependo porque, neste momento, o ‘striptease’ já é uma moda que atrai muitas pessoas. E há muito que deixou de ser uma actividade mal-vista, assim como “as bailarinas de varão”.
“JÁ TIVE ALGUMAS PROPOSTAS INDECENTES”
Nome: Paco
Idade: 30 anos
Profissão Anterior: Barman em Baquetes
“Faço ‘strip’ há seis anos. Antes disso, trabalhava 14 horas por dia como ‘barman’ nos baquetes. Foi aí que conheci uma pessoa que tinha uns clubes de ‘strip’ no Canadá, e que me fez um convite irrecusável. Nessa altura, o meu salário era de 1200 euros e ele ofereceu-me o dobro. Foi por isso que enveredei por esta carreira! Pelo dinheiro.
Em Portugal, um ‘stripper’ não ganha fortunas. Mas consegue fazer uma vida decente. Na minha opinião, um salário de jeito tem de ultrapassar os 2500 euros por mês. No estrangeiro já cheguei a fazer 1000 dólares por noite. Por cá, essas quantias são impraticáveis. Antes de tentar a minha sorte nesta actividade, tinha uma percepção diferente das mulheres casadas. Seis anos depois, posso dizer que já as conheço bem. Pelo ‘Passerelle’ passam muitas mulheres casadas, algumas com futebolistas famosos. Mas no dia-a-dia, elas mostram uma imagem bem diferente.
Propostas indecentes? Já tive algumas. Uma vez, um homem deu-me 40 euros só para poder olhar para os meus olhos. Ultimamente, noto que os homens procuram mais esta actividade. A ‘culpa’ é outra vez da crise, que muito tem contribuído para o crescimento deste fenómeno”.
“COM A CRISE, PERDERAM-SE OS TABUS”
Nome: Styven
Idade: 29 anos
Profissão anterior: ex-Pára-quedista
“Fui pára-quedista e estive na Bósnia, em 1994, na 2.ª Comissão, ao lado de soldados italianos e franceses. Assisti a cenas muito tristes. Crianças amputadas e a passar fome. Quando regressei, passei a trabalhar como segurança. Mas cansei-me. Queria ter uma vida descansada, fora das barras dos tribunais. É que devido àquela profissão desgastante, processaram-me inúmeras vezes. Então, como descobri que um ‘stripper’ podia ganhar entre100 a500 euros dia, juntei o útil ao agradável. Em poucos anos, passei a actuar quase todos os dias em casas como o ‘Passerelle’, o ‘Queens’ e o ‘Alcântara-Club’. Hoje, só descanso à segunda-feira.
Com a crise económica, e com a perda de tabus, esta actividade tem sido mais procurada por homens. Há pessoas que se encontram entre a espada e a parede e sabem que o ‘strip’, ao contrário de outras profissões, não estáem crise. Continua-sea ganhar muito bem. Eu por exemplo, chego a receber entre três e quatro mil euros por mês.
“UM DIA DEI UMA VOLTA COMPLETA À MINHA VIDA”
Nome: Jorge
Idade: 25 anos
Profissão anterior: Estudante.
Desde os meus 18 anos que comecei a frequentar discotecas para abanar a cabeça. Um dia travei-me de amizades com um vizinho que prestava o serviço particular de acompanhante de mulheres. Uma noite levou-me a um uma discoteca gay e descobri que ele não só era acompanhante de mulheres como de homens. Já tinha uma vida bastante boa. Tinha carro e um apartamento. Numa dessas noites conheci um tipo já cota que era cliente do meu amigo, engraçou comigo e convidou-nos a irmos até sua casa para bebermos uns copos.
Quando lá chegamos verifiquei que os copos eram outros. Meteu-se no quarto com o meu amigo e eu fiquei na sala a ver um filme e tomar efectivamente um copo.
Passado meia hora apareceu o meu amigo de robe vestido, perguntando se não queria fazer-lhes companhia. Achei estranho a indumentária mas fui.
Pela primeira vez tive um tipo a masturbar-me e outro a fazer-me um bico. Gostei da experiência. Gostei mais ainda quando o cóta me presenteou com 200 Euros e com promessa de voltar. Mas só!
Oito dias depois telefonei-lhe e voltei sozinho a casa dele.
Fez-me um belo broche e comi-lhe o cú. Naquela tarde ganhei 300 euros.
No dia seguinte contei ao meu amigo o que tinha acontecido e convidou-me a ir a casa dele.
Então contou-me como a coisa se processava. Se queria ganhar dinheiro à serio teria de ser instruído fisicamente como a coisa se processava. Levou-me para o quarto e além de o comer também ele me comeu, tirando-me os três. No final disse-me: - Agora está pronto para seres como eu um “menino de programa”.
Actualmente ando numa de “acompanhante” tanto de mulheres como de homens, heterossexuais ou bissexuais. Elas de qualquer idade, eles não podem passar dos quarenta nos.
Já tenho carro e dentro em breve vou comprar um apartamento.
Não tenho “tiques” nem ar afeminado, frequento o ginásio e tenho uma boa alimentação para me manter em forma. Ganho mais que os “stripers” embora a maioria deles também façam o que eu faço.
São sete histórias de vida para onde a crise lelevou. Será que uma destas não é a sua ou de algum amigo?
Obrigada por me ler! E comente sem medos
Nelson Camacho D’Magoito
“Histórias de vida”
de Nelson Camacho
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