Meus Deus!... Estou farto!...
Um dia por insistência de uma amiga – até foi ela que me inscreveu -aderi ao facebook com o pseudónimo de Tio Nelson76.
Como tinha muitas amigas e amigos e como eu era bastante conhecido no seu meio como “Tio Nelson” assim fiquei, escondendo o meu verdadeiro nome, as minhas ideias e a minha forma de estar na vida pois poderia ferir os seus amigos. Consenti e comecei a dar os meus bitates em relação à vida que nos rodeia, Publiquei uma coisas engraçadas mas nunca fui receptivo no sentido da discussão. Era sempre, Gostei, Que giro. Novos amigos… nicles... Fiquei farto e resolvi acabar com a treta. Escrevi um texto com sumo e despedi-me antes de ser despedido.
Fica aqui na integra a minha carta de despedimento matando o Tio Nelson76.
Como nunca me escondi nem tenho necessidade de o fazer, abri uma página no Facebook com o meu nome “Nelson Camacho D’Magoito” onde vou contar a minha história como cantor e onde se quiserem me podem encontrar. O Canto do Nelson vai continuar e também lá estará.
Porque estamos numa de saudades pela partida à vinte cinco anos do grande José Afonso, lá para o fim também fica uma das sua emblemáticas canções, infelizmente sempre actuais, “ A Morte Saiu a Rua.”
Carta de despedida do Tio Nelson76
“Hoje porque estava um dia cheio de sol e estava sem pachorra para fazer qualquer coisa, resolvi ir até Lisboa e vi o que já não via à uma década. Vi as pessoas acabrunhadas, tristes e quase sem forças para caminharem. Vi o meu povo triste caminhando junto às lojas olhando se soslaio e apalpando fugazmente as suas algibeiras. Os cafés e restaurantes vazios – alguns estrangeiros – As lojas de roupa, os barbeiros as lojas de quinquilharias, também estavam vazias. Obras, algumas mas paradas. Nas ruas mais bonitas da nossa cidade, vi vendilhões estrangeiros com caras de famintos. Subi ao Bairro alto e ali nas três igrejas, vi velhos e velhas estendendo a mão à caridade. Entrei no Bairro e vi dois tipos fugindo às garras de um polícia já cansado que os perseguiam por alguma malvadez feita. O povo gritava: “agarra que é ladrão”. Os ditos viraram por uma esquina e nunca mais ninguém os viu.
A Minha cidade tantas vezes cantada por poetas e letristas contando as nossas façanhas de aquém e além-mar já não existe. Talvez tenha estado demasiadamente tempo no meu canto de escrita escrevendo histórias de vida misturadas com os meus fantasmas resguardado por uma reforma de merda mas que vai dando para sobreviver. Um dia aderi aqui ao facebook esperando não encontrar amigos porque esses já cá não andam, mas pessoas para abrir discussões não académicas mas sobre esta vida tão curta para nos encostarmos aos parcos recursos que este governo nos oferece actualmente.
Há quem durma bem. Basta-lhes o tabaquinho o cafezinho e uma comprinha ou outra só para salvar o seu ego, enquanto outros passam fome escondidos por vergonha que ainda têm na cara.
Fiquei farto do SIM! GOSTO! É GIRO! e nada mais. Vou continuar como até aqui a ser eu. A escrever as minha crónicas noutros sítios onde sou lido e entrando em discussões que me lavam a alma. Vou continuar a NÃO TER MEDO DE SER DIFERENTE. O meu nome vai continuar a dar discussões na net, como diz o outro “POR MOTIVOS”
Sabem? Estou a escrever este meu desabafo e a ouvir um programa extraordinário como à muito não ouvia na Rádio Amália “Fados em directo no Bacalhau de Molho em Alfama “ Vou acabar como dizia o meu amigo Ary dos Santos: no seu poema “ Poeta Castrado Não!”
“- Ah não me venham dizer
que é fonética a poesia!
Serei tudo o que disserem
por temor ou negação:
Demagogo mau profeta
falso médico ladrão
prostituta proxeneta
espoleta televisão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!”
No dia 1 de Março já cá não estou. Vou viver. Vou pastar para outra freguesia. Os meus amigos verdadeiros se me quiserem encontrar sabem onde. Mesmo aqui no facebook e noutras redes sociais.”
Homenagem a Zeca Afonso
Por agora fico por aqui e até já e portem-se bem se poderem.
Nelson Camacho D’Magoito
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