V Capitulo (ver III Parte)
O Reencontro
Minha sogra tinha adoecido e como seria natural a Isabel naquela semana estava a trata-la em sua casa.
Os meus pais estavam de féria no Algarve e eu sentia-me só abandonado. Uma boa parte dos dias dormia no sofá do sótão. Tinha como companhia as minhas músicas e filmes. Não me apetecia sair nem ir ter com os meus amigos ao que parecia aquelas confusões em casa fazia-me falta.
Já estava nos quarenta e oito anos e repensava na vida que tinha levado até ali e chegava à conclusão que não tinha um amigo à serio, um amigo da minha idade com quem lamentasse as minhas agruras e duvidas do que era na realidade ou do que me sentia bem.
Naquele sofá recordei como aquele sótão tinha sido mobilado e como tinha perdido a minha virgindade sexual.
Depois da montagem do plasma que ainda existia comprado na Worten, veio-me à lembrança a figura do Jorge. Certamente como eu, não estava na mesma, tinham-se passado vinte e oito anos. Estaria na mesma loja? Teria casado como eu? Na altura, tinha feito a promessa de voltar à loja para comprar outros artigos o que fiz até ao meu casamento e chegamos a ter algumas relações. Depois deixei de o ver. Mudou de loja e eu procurei outros amigos mais novos. Talvez para manter psicologicamente a minha juventude. Era tudo muito bonito mas não passavam de meros objectos sexuais.
Naquele dia resolvi ir à sua procura. Já não estava na mesma loja do grupo. A medo procurei pelo seu nome e informaram-me que se encontrava numa loja do Centro Comercial do Parque das Nações. Fui até lá.
Lá estava ele! Como não podia deixar de ser, mais velho mas ainda com o charme de si próprio. Julgando que não me reconhecia dirigi-me a ele procurando por uma máquina de barbear. Ele reconheceu-me de imediato e fez um grande Olá. Trocamos uma conversa de circunstância, disse-me que entretanto tinha casado e como eram 20 horas, estava terminar o seu turno de trabalho e combinamos ir tomar um copo, mesmo ali no Centro.
Tínhamos tanto a contar um ao outro que o copo prolongou-se ao jantar.
Relembramos o nosso primeiro relacionamento, a razão porque tinha deixado de aparecer e a história dos nossos casamentos. Ele tinha uma filha e como eu tinha um filho até por graça, pensamos em juntarmos as famílias e fazer como nossos pais, juntar nossos filhos.
A noite já despontava pelos janelões do restaurante quando atirei:
- E se fossemos tomar um copo ao Trumps?
- Mas é hábito ires lá?
- Sim! É a forma de continuar com a mania que o tempo não passa e sentir-me jovem. Fazem lá uns shows de travestis. A malta é uma rapaziada séria e descomplexada e sem tiques.
- Não me digas que mesmo casado, andas no engate’
- Não é propriamente isso, mas quando acontece, acontece mesmo às vezes até organizo umas festas no meu sótão. Lembras-te?
- Mas alguma vez me iria esquecer daquele espaço? E a tua família?
- Não se metem! Normalmente aproveito quando a Isabel e o puto vão para casa dos meus sogros e os meus pais não se metem na minha vida, Aliás, como ficou combinado logo no princípio, estão proibidos de lá irem. Só lá entra a empregada para as limpezas e quando lhe dou a chave.
- Mas agora tem uma porta?
- Sim! Além da porta também tem outra decoração. Fiz uma casa de banho e tem uma cama redonda com uns projectores a incidirem obra ela ao mesmo tempo que vai rodando.
- Isso já não é um sótão!
- Não!.. É uma suite!.. Queres lá ir ver?
Estava lançado o isco para reviver o passado.
Não chagamos a ir ao Trumps.
O Jorge telefonou para casa informando que estava com uns colegas, pois um fazia anos e iria mais tarde.
Cada um com o seu carro, lá fui para minha casa. Já passava da meia-noite.
Jorge ficou vislumbrado com as alterações feitas naquele espaço.
Despi a camisa e dirigi-me ao bar tomando dois copos que enchi de whisky. Quando me voltei, Jorge também tinha despido a camisa e estávamos os dois semi-nus, mostrando parte de nossos corpos.
- Está muito bem de bíceps. Fazes ginásio?
- Se não fosse assim com a minha idade já tinha uma barriguinha. E tu? Também não estás mal.
Palavras não eram ditas já nos encontrávamos beijando.
Nossos corpos se juntaram rebeijando-nos sofregamente a nos atiramos para cama. Rebolámo-nos ao mesmo tempo que tirávamos os sapatos, as calças e slips ficando novamente como há alguns anos. Nus e nossas pirocas digladiando-se numa contenda sem fim há vista.
Estávamos como dois jovens inexperientes procurando o prazer de nossas bocas. Durante longos minutos não passamos daquilo juntando carícias em nossas caras, umas vezes com as mãos, outras com as pontas de nossas línguas.
Aquele corpo já cota como o meu não devia nada a outros corpos mais novos por onde o meu tinha passado tantas vezes.
Aquele bíceps estavam a precisar de um carinho mais afectuoso e caminhando como um gato corpo abaixo do Jorge, fui mordiscando aqui a ali até à piroca que também mordisquei. Ambos ganíamos de prazer. Jorge não esteve com meia medidas e segurando em minha cabeça fez pressão para que aquele pito entrasse minha boca dentro. Durante algum tempo aquele macho gozou misturando os pequenos sulcos que a pouco e pouco iam brotando e se misturando com a minha saliva. Estava no ponto quando o retirei, subi novamente até ao bíceps e depois fui encontrar sua boca onde depositei minha língua ao mesmo tempo que num acto de ginástica acrobática encolhi meu corpo sentando-me na sua piroca já humedecida para uma penetração sem dor. Entrou todo dentro de mim e cavalguei como num corcel.
Alguns momentos foram os suficientes para aquele macho expulsar toda a sua força de esperma dento de mim ao mesmo tempo que me acontecia o mesmo ao meu que estava a ser manuseado pelo Jorge indo depositar-se em seu corpo.
Caímos para os lados como dois coelhos com risadas e carinhos e nos abraçamos como dois adolescentes.
Passado algum tempo. Não sei quanto, nossos paus que se encontravam quase entrelaçados, comecei a sentir que ambos estavam-se espevitando e nossas bocas voltaram a encontrar-se. Nossas línguas manusearam-se e foi a vez de Pedro começar beijando meu corpo até meu pau que estava hirto ser beijado.
- Queres ser tu agora?
Não estive esperando nova pergunta. Novamente com uma certa habilidade, coloquei-me de conchinha e foi a minha vês de o penetrar ao mesmo tempo que o punhetava. Tal era a nossa vitalidades que num vai e vem rápido o meu esperma foi procura dentro dele algo para se depositar o que nunca encontraria e o dele se foi-se depositar naqueles lençóis de seda.
Porra!.. Naquela altura, ficamos mesmo sem vontade de continuar. Tínhamos feito a nossa obrigação como fletes.
Agora sim! Tinha acontecido o que esperávamos há tanto tempo mas tinha valido a pena pois tínhamos ganho experiência em todas as áreas das sexualidades e já não havia volta a dar. Não éramos mais dois jovens à procura de prazeres rápidos, mas dois homens já feitos que sabíamos o que queríamos e para onde ir.
Adormecemos como Anjos na Paz do Senhor
VI Capitulo
A bronca
Esta semana não correu lá muito bem!
Estava nos meus 48 anos portanto a dois passos de entrar na casa dos cótas!
Há uma semana que não via o padeiro. Resultado, andava aluado como uma gata com cio no mês de Janeiro, depois foi a bronca por a família descobrir que era Gay não se preocupando se o era na realidade ou se era heterossexual. Para eles a diferença não existia.
A minha sogra tinha melhorado então a Isabel foi para casa mais sedo do que estava previsto! Resultado! Quando entrou em casa às onze da manhã, não me viu, procurou-me no quarto, também não estava e resolveu ir até ao sótão que por alma do diabo a porta estava aberta e entrou.
Ia lhe dando um chilique pois deu comigo na cama com o Jorge. Não estávamos a fazer qualquer coisa mas estávamos a dormir de conchinha e muito agarradinhos.
- Então era por isto que não me andavas a ligar? – Gritou ela euforicamente.
Apanhei um susto do caraças, pois nunca pensei que um dia uma situação destas viesse a acontecer. Jorge com aquele grito de desespero também acordou e instintivamente mandou para o lado a manta e estando à minha frente, mostrou toda a sua nudez.
Foi o fim da macacada!..
Isabel desceu as escadas e em correria desabrida saiu porta fora.
- E agora? - Comentou o Jorge.
- Agora?.. “É de aguentar e deitar fora” como dizia a minha avó. Vamos tomar um duche para refrescar as ideias, tu piscas-te enquanto eu vou apanhar o touro pelos cornos.
E assim foi. Jorge foi-se embora não sem antes me dar o seu número de telefone e pedir-me para depois lhe telefonar.
Isabel quando chegou chorosa a casa de meus sogros a primeira coisa que fez foi contar à mãe o que tinha acontecido.
Senhora de “bons costumes” a primeira coisa que fez foi telefonar para a minha que estava no Algarve a contar o sucedido.
Minha Mãe que é mulher de corpo inteiro e já andava desconfiada das minhas amizades com rapaziada nova e as festas que dava em casa além das minhas chegadas a casa às tantas da madrugada mas nunca tinha abordado o assunto.
E ripostou que devia haver algum engano e certamente era um amigo que tinha lá ficado depois de uma noite de copos.
- E estava os dois nus? - Replicava minha sogra toda danada – Desculpe lá mas dois homens na cama abraçados e nus, só podem ser paneleiros. Minha fila nunca mais volta a essa casa.
A bronca estava dada. Minha mãe contou a meu pai, meteram-se a caminho de Lisboa para tentarem resolver o problema.
O problema estava resolvido por si só.
Quando eles chegaram contei-lhes toda a minha vida secreta desde os meus quinze anos.
Meu pai ouviu e nada disse a não ser:
- Vai ser uma porra pois certamente vamos acabar com a sociedade, pois aquela família se bem os conheço não vai aceitar a situação. E nunca mais te querem ver.
Minha Mãe, pessoa sensata respondeu:
- Parece que está mais preocupado com a sociedade do que com o nosso filho o nosso neto.
- Oh mulher não é isso! O filho já tem idade para se desenrascar e seguir o caminho que lhe dá maior felicidade. Quanto ao neto. Logo se vê. Agora a firma onde somos sócios é que vai ser o diabo.
- Olha!.. quanto há firma, tudo se resolve com dinheiro, compramos as cotas dele que são mais pequenas. Quanto ao neto nem que seja preciso resolvermos a situação em tribunal também se resolve. Agora a felicidade do nosso filho é que não podemos descurar. Ele é como é e quem disser que é Santo que atire a primeira pedra.
Todo aquele diálogo estava a passar-se na minha frente mas como se eu não estivesse lá. Não estava envergonhado mas liberto daquele segredo que me atormentava a alma. Afinal de contas não é crime ter tendências sexuais diferentes da maioria.
Passados alguns meses tudo se recompôs. Meu filho já é um homem sabe de toda a história, já tem a sua casa e a sua vida organizada. Nunca falamos do assunto, respeitamo-nos mutuamente e até é amigo do Jorge que também deixou a mulher e vive comigo na mesma casa de meus pais já velhotes mas com a maior respeitabilidade.
A sociedade entre meus pais e meus sogros terminou com a compra das cotas deles pelos meus pais. Hoje sou eu o sócio minoritário. Eu e o Jorge divorciamo-nos e ambos com quarenta e oito anos de idade vivemos na paz do Senhor. Nunca mais tivemos necessidade de andar no engate pois completamo-nos.
FIM
Espero que tenha gostado e comente sem medos
Nelson Camacho D'Magoito
“Contos ao sabor da imaginação”
de Nelson Camacho
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