São três da manhã de um sábado quando parei de debitar em meu computador frases que no seu conjunto nada mais era que ideias para prosseguir o livro que tenho entre mãos. Já tinha bebido tês ou quatro cafés e dois ou três whiskies e as ideias não saiam. Bebi mais um café, desliguei o computador e abri a minha caixa de recordações que estava mesmo ali ao pé. Comecei a desfolhar papéis e algumas fotografias. Havia uma que me despertou a atenção pois estava virada ao contrário e tinha o seguinte texto “ Para que nunca esqueças aos belos momentos que passámos” Tinha a data de Janeiro de 1997. Nunca tinha visto esta foto. Ficou na altura entre outras e papeis que guardei quando o romance acabou, porque essa coisa do “Para Sempre” é bastante efémero, - ainda há quem acredite – Aquele texto nas costas de uma foto era o exemplo acabado que tínhamos tido uma relação de reciprocidade amorosa quanto é difícil encontrar. Mas porquê voltar a lembrar-me dos meus tempos áureos? Mas porquê voltar com minha mente a esses tempos? Mas porque será que aquela pessoa escreveu aquele texto nas costas de uma fotografia que nunca tinha visto? Teria sido por gratidão? Raiva? Ou lamento por partir?
E u conhecera aquela pessoa num dos meus passeios à beira mar. Começou por um pedido de lume para acender o cigarro e na manhã seguinte estávamos a tomar o pequeno-almoço a que se seguiu o almoço e depois o jantar durante vários anos. Esteve presente em festas, junto a família e emprego. Porque nem tudo é para sempre, um dia passou a ser saudade. Saudade a palavra mágica que sós os portugueses têm. É o nosso Fado!
Fechei a minha caixa de recordações e predispus-me a ir para a cama. Entrei no quarto e pelo caminho passando pela sala, lá estava uma fotografia dessa pessoa como a olhar para mim. Aqueles tempos tinham sido bons e cheios de felicidade. Fui para a cama mas meus pensamentos estavam em outro local e em outros tempos.
No dia seguinte! Voltei ao computador e recomecei a escrever “Confissão de um Gay cota”. Não é a minha história mas podia ter sido.
Como diria Frank Sinatra em “Fly Me To The Moon” no último CD que ele me ofereceu no último natal que passámos juntos
Nelson Camacho D’Magoito
“Recordações do passado”
de Nelson Camacho
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