Isto é mesmo uma ”geringonça”!
A Ponte Salazar faz dia 6 de Agosto 50 anos
Então não é que a Casa da Moeda vai editar uma moeda de 2 Euros comemorativa da Ponte 25 de Abril?
Vamos analisar:
A Ponte 25 de Abril não existe. Alteraram o nome inicial “Ponte Salazar” na noite da revolução dos cravos pelos pavões do 25 de Abril.
A Ponte Salazar tem uma história que o português não devia esquecer.
Eu acompanhei esta história desde 1951.
A sua história:
A primeira ideia sobre a construção de uma ponte que ligasse Lisboa a Almada, remonta ao ano de 1876.
A ideia inicial era entre Lisboa Montijo
Mais tarde, em 1888, um engenheiro norte-americano propôs que a ponte fosse construída entre a zona do Chiado, no centro de Lisboa, e Almada.
Em 1889 surgiu outra ideia: Entre a Rocha de Conde de Óbidos e Almada.
Em 1890 surgiu uma nova proposta, feita por uma empresa alemã, que propunha a ligação entre a zona do Beato e o Montijo.
Em 1913, o governo português recebeu uma sugestão para a construção de uma ponte, retomando a ligação entre a zona da Rocha de Conde de Óbidos e Almada. Esta proposta foi reatada, em 1921, pelo engenheiro espanhol Alfonso Peña Boeuf, chegando o seu projecto a ser discutido no Parlamento português.
Quando em 1929 o engenheiro português António Belo solicitou a concessão de uma via-férrea a estabelecer sobre o Rio-Tejo, a partir da zona do Beato, em Lisboa, e o Montijo, perante esta iniciativa, o então ministro das Obras Públicas, Duarte Pacheco, acabou por nomear, no ano de 1933, uma Comissão com o fim de analisar a proposta em causa, tendo ele próprio, apresentado, em 1934, uma proposta ao Governo, de que fazia parte, para a construção de uma ponte rodo-ferroviária sobre o Tejo.
Contudo, todas estas propostas acabaram por ser preteridas em favor das obras da Ponte Marechal Carmona, em Vila Franca de Xira, aberta em 1951. Lembro-me tão bem como se fosse hoje pois foi nesta data com 16 anos, depois de ter chumbado no liceu, por castigo comecei a trabalhar na oficina de um tio “A Fernandes & Santos”
Apenas no ano de 1953 é que o Governo português criou uma comissão com o objectivo de estudar e apresentar soluções sobre a questão do tráfego ferroviário e rodoviário entre Lisboa e a margem sul do Tejo.
Finalmente, em 1958, os governantes portugueses decidiram oficialmente a construção de uma ponte. A concessão foi liderada pelo Eng. José Estevão de Abranches Couceiro do Canto Moniz (então nomeado director do Gabinete da Ponte sobre o Tejo e depois ministro das Comunicações) que foi o responsável pela abertura de um concurso público internacional, para que fossem apresentadas propostas para a construção. Após a apresentação de quatro propostas, o que aconteceu em 1960, a obra foi adjudicada à empresa norte-americana United States Steel Export Company, que, já em1935, tinha apresentado um projecto para a sua construção.
A 5 de Novembro de 1962 iniciaram-se os trabalhos de construção. No período de tempo de construção acompanhei a sua laboração como na altura funcionário do Ministério das Obras públicas.
Menos de quatro anos após o início destes, ou seja, passados 45 meses, a ponte sobre o Tejo foi inaugurada (seis meses antes do prazo previsto, cerimónia que decorreu no dia 6 de Agosto de 1966, do lado de Almada, na presença das mais altas individualidades portuguesas, entre as quais se destacou o Presidente da República, Almirante Américo de Deus Rodrigues Tomás, o Presidente do Conselho de Ministros, António de Oliveira Salazar e o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Gonçalves Cerejeira, recebendo a denominação de Ponte Salazar.
Salazar não pretendia que a ponte tivesse o seu nome, mas, “por iniciativa do ministro das Obras Públicas, engenheiro Arantes e Oliveira, corroborado pelo Presidente da República, Américo Thomaz, Salazar foi pressionado a aceitar a denominação de “Ponte Salazar”.
O seu custo rondou, preço à época da sua construção, o valor de dois milhões e duzentos mil contos, o que corresponde, sem ajustes à inflação, a perto de 11 milhões de euros, no prazo previsto e sem derrapagens orçamentais.
A grandeza e a imponência da Ponte 25 de Abril está bem expressa no facto de, à data da sua inauguração, ser a quinta maior ponte suspensa do mundo e a maior fora dos Estados Unidos. Passados cinquenta anos, após a sua inauguração, ocupa, agora, o 20º lugar, a nível mundial.
Nelson Camacho D’Magoito
“Contos ao sabor da imaginação” (296)
Para maiores de 18 anos
© Nelson Camacho
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