Quinta-feira, 6 de Novembro de 2014

Fui amente de um prostituto- I Parte

Fui amente de um prostituto

 I Parte

Comecemos por brindar a quem gosta de sexo.

Dizer-se que sou um Santinho no que diz respeito a relações sexuais estaria aqui a mentir.

Já estou na era dos “cotas” mas já vivi bastante em termos da sexualidade não me considero Gay, Heterossexual, nem bissexual, mas um Flêt que na sua tradução mais usual, “Um amante do sexo” aproveitando todas as oportunidades que se me deparam. Nunca me tinham pago um favor com sexo e muito menos vindo de um prostituto.

O meu pai dizia quando se falava de sexualidade “ Olha filho tudo o que vem à rede é peixe” e como sou bem-mandado assim que comecei as minhas experiências sexuais, não escolhia muito, um homossexual ou uma prostituta o que sempre quis foi ter prazer nas relações sexuais e ser feliz.

 

Tinha acabado de jantar e preparava-me para o café quando o telefone tuco. Atendi e de lá perguntavam:

 

- És tu Nelson?

- Sim!.. Sou eu!.. E dai quem fala?

- É o Pedro do Tramps… Lembras-te?

- Mas é claro que me lembro. Então. Como vais?

- Estou perto da tua casa e gostava de te visitar. Posso? Está sozinho?

- Estou só e podes vir mas a que propósito? Só para me visitares?

- Sabes?.. Sou de boas contas e queria pagar-te um favor.

- Podes vir à vontade e aproveitas para tomar café que é o que ia fazer. – Desligamos os telefones –.

 

Depois de desligar fiquei um pouco confuso: - O que é que aquele tipo me queria pagar? Não me lembro de lhe ter emprestado algum e dirigi-me ao bar que tenho na sala para tomar o tal café acompanhado de uma aguardente velha como á hábito. Entretanto tocaram à porta. Fui ver quem era pelo videoporteiro e lá estava ele. Enquanto descia as escadas ia-me lembrando do que se tinha passado no tal encontro num Bar de Lisboa.

 

Um Mês antes - Um prostituto de Bares

 

Foi numa sexta-feira à noite que não sabendo bem o que fazer meti-me no carro com a ideia de simplesmente sem destino dar uma volta. Quando dei por mim, estava na IC19 caminho a Lisboa, entrei pela zona de Camo de Ourique e acabei por parar na rua da Imprensa Nacional. Consegui um lugar para o carro e quando dei por mim estava à porta do Trumps.

Pedi um sumo de laranja com duas pedras de gelo e dei uma volta pelo espaço mirando os frequentadores que por ser sexta-feira não estava muito cheio. Eu sei que já estou entrando na casa dos “Cotas” mas sou um tipo bastante apresentável e ainda desejado. Como actualmente não sou muito frequentador deste tipo de bares, também já não sou conhecido, resultado. Todo o mundo olhava para mim. Senti-me um pouco incomodado e fui sentar-me a um balcão. A música saia estridentemente das colunas e ainda por cima com temas que não são lá de muito meu agrado. Quando vou a um Bar, gosto mais de musica calma e baixa para poder conversar sem gritar. Também não alinho nem nunca alinhei naquelas danças histéricas que me fazem lembraram os batuques em Africa. A dança para mim tem de ser agarradinho a uma mulher que também saiba dançar para podermos dar uns pezinhos como nos “Alunos da Apolo” quando falo nisto com alguns amigos - que normalmente são jovens – Dizem em termos de graça “Estás mesmo Cota” mas não me importo de ser assim.

Já estava um pouco farto de tanta música aos berros e de ver uns gajos sentados em sofás aos beijinhos.

 Não sou contra os que se andam beijando em publico nem inveja, por vezes também faço o mesmo mas naquela noite estava só, chateado e sem ninguém quem me agarrasse e não o iria fazer ao primeiro que me aparecesse.

Estava envolto nos meus pensamentos quando alguém me perguntava:

 

- Então!.. Hoje é noite de sumo de laranja?

 

Olhei pelo canto do olho e lá estava um jovem, que não teria mais de vinte anos, de camisa branca toda aberta, por onde se vislumbrava uns bíceps bastantes trabalhados e uns mamilos salientes para um homem, cabelos louros compridos e descaídos pela costas. – Mesmo com aquela luz difusa consegui ver tudo aquilo e uns lhos azuis brilhantes – A parte que mostrava do corpo dava a entender que fazia praia.

  Virei-me para ele para o analisar melhor e deu-me a entender ser um tipo correto e não drogado então, respondi:

 

- Nunca ouviste dizer que quem “Conduz não bebe?”

- Mas não é preciso conduzires para nos tornarmos amigos!

 

Ora ali estava o verdadeiro engate de Bar e de ocasião. E perguntei:

 

- Se não conduzir não podemos sair daqui, e se não podemos sair daqui também não estou a ver como nos podemos tornar amigos.

- Essa tem muita graça. Não me digas que o pessoal que anda ai pelos cantos se beijando estão a pensar nisso? És novo por aqui?

- Nem ou novo por aqui nem ando beijando pelos cantos com o primeiro que conheço.

- Desculpa mas esta é a forma que tenho para engatar. Não leve a mal. Hoje ainda não me estriei e estou a entrar em paranóia e achei-te bastante simpático.  

- Desculpa mas essa atitude é a de puta de cabaret.

- Não sou puta mas estou pronto a todas as situações sexuais e ganho a vida como prostituto.

 

Há muito que um rapaz não se declarava assim sem preconceitos. Devia julgar que estava ali para o engate como cliente e com uma carteira recheada para pagar o serviço. Acontece que nunca paguei para ter relações sexuais e não seria agora e respondi:

 

- Olha filho para cá vens de carrinho, mas posso pagar-te uma bebida e indicar-te uns gajos casados que se servem de prostitutos e pagam bem.

- Não me digas que também te prostituis?

- Achas que tenho cara e idade para isso? Não digo não a uma boa foda mas nunca paguei nem recebi assim como não vou para acama com cota como eu.

- Desculpa não te quis ofender mas como te achei interessante, sozinho e de bom aspecto meti-me contigo.

 

Como queria ver até que ponto aquilo iria dar pedi desculpa e disse que ia à casa de banho.

Já tinha feito a minha mija quando a porta se abriu e entrou o tal rapaz que se colocou a meu lado olhando-me o sexo e perguntou se podia mexer.

Olhei em volta e como não estava mais ninguém virei-me para ele e respondi: - Há vontade.

Mal tinha acabado de o autorizar a tocar-me, logo me agarrou no meu instrumento de trabalho sexual que de murcho, começou a inchar todo satisfeito pelo calor daquela mão que começou a fazer-me uma punheta.

 

- Tens uma piroca respeitosa e com vontade de ser mamado. Posso? – Voltou a perguntar o rapaz.

- Aqui? Assim sem mais nem menos? E se entra alguém?

- Que não seja por isso! Entramos na cabina lá do fundo que é própria para a malta.

- Então vamos!.. – repondi.

 

O moço continuando a agarra-me no pirilau como se fosse num braço encaminhou-me para o tal privado que nem sabia existir naquela zona. Depois de fechar a porta começou logo acariciando-me as faces até juntar um pouco periclitante os seus lábios aos meus que aceitaram de bom grado pois o puto sabia o que estava a fazer e eu já estava a gozar e começamos com uma troca de salivas. Afastou-me a camisa desapertou-me as calças que caíram e foi descendo lentamente desde meus lábios passando pelos mamilos que sugou durante alguns instantes. Depois foi descendo até ficar de joelhos e afastando os meus boxers passando a passar sua língua pela cabeça do meu pénis já molhada redopiou a glande até meter na sua boca quente onde se movimentava num vai e vem gostoso ao mesmo tempo que me massajava os testículos. Aquele chavalo não parava de me surpreender com a sua atitude pois continuava a movimentar sua boca num vai e vem constante e ritmado. Louco com tudo aquilo segurei-lhe na cabeça e ajudei-o nessa movimentação com mais força até sentir o orgasmo eminente. Ele ritmou ainda mais e foi o fim. Os meus espermatozóides saíram compulsivamente dentro daquela boca gostosa. Tremi de gozo e acabei por me sentar num banquinho que havia por ali. Olhei para baixo e lá estava ele punhetando-se ao mesmo tempo que sorvia todo o líquido que tinha recebido naquela boca. Estremeceu um pouco e vi sair do seu pénis milhões de esperma que se iam depositar no chão.

De volta à pista de dança

 

Voltamos ao salão e em vez de irmos para o balcão sentamo-nos num dos maples na zona mais escura e voltamos à conversa como nada tivesse acontecido.

 

- Gostas-te? - Perguntou o puto

- Dizer que gostei é pouco! Adorei… E mais ainda porque não esperava.

- Eu também não mas precisava de me vir com alguém que me atraísse e calhaste tu.

- O melhor é apresentarmo-nos!.. Eu chamo-me Nelson e tu? Como te chamas?

- Sou o Pedro. Que idade tens e o que é que fazes além de foderes bem? E teres um caralho gostoso?

- Actualmente, sou escritor. Quanto ao ter um caralho saboroso e trabalhador, é a experiência. Quanto à idade, tenho a que me querem dar.

- Tá bem… Ficamos assim… Quanto à minha profissão, sou empregado de mesa e actualmente dedico-me também à prostituição para ganhar mais uns trocos.

- Epá!.. Tenho pena… mas por mim como já disse não pago para foder nem tenho vida para isso.

- Mas ainda não te pedi nada. – retorqui Pedro.

- Então porque fizeste isto para além de me achares interessante?

- Sabes uma coisa? Nós que nos dedicamos à prostituição nem sempre vamos com pessoas interessantes ou de que gostamos ou sentimos prazer. É sempre pelo dinheiro. Algumas vezes até com algum sacrifício porque quem tem dinheiro para pagar e normalmente são tipos casados que não se satisfazem em casa e procuram a gente para as suas loucuras sexuais.

 - E és sempre assim passivo?

- Não!... Normalmente, sou activo. É preciso sentir algo pela pessoa para ser passivo ou pagarem-me muito bem.

- E não tens nenhum amante ou namorado certo?

- E tu!.. É casado?

- Não!.. Já fui. Actualmente, sou divorciado e bom rapaz.

Ambos nos rimos e Pedro ao sentir uma das minhas mãos apertar-lhe uma das pernas comentou:

- Deve ser mesmo bom tipo. Tratas-me com carinho e isso é o que me faz falta.

 

Entretanto as luzes foram-se baixando, e as cortinas do palco foram-se abrindo começando o espectáculo de travesti.

Já no carro

 

Quando acabou o espectáculo, saímos sem muita mais conversa. Foi quando soube que o Pedro também tinha carro e por coincidência perto do meu.

 

- Queres entrar? É só para te dar o meu cartão e acabarmos a nossa conversa. – disse o Pedro.

- Tá bem”… mas por favor, não me tentes novamente. Não só este local é perigoso como uma sem mais nada pelo meio e numa noite já chega. – Comentei…

- Está descansado que não te vou fazer vir mais esta noite.

 

Já era a terceira vez naquele noite que o Pedro nos fazia rir e entramos no carro dele. A primeira coisa que fez foi dar-me um cartão com o número de telefone, e-mail e o nome do restaurante onda trabalhava, que retorqui com o meu que até tinha a morada.

 

- Disseste no princípio da nossa conversa que tinha uns amigos que pagavam para terem sexo com rapazes. É verdade?

- Mas claro!.. Sou capaz de te conseguir pelo menos um por semana. São gajos casados com dinheiro e que fazem as suas escapadelas com rapazes. O que fazem sexualmente, não sei nem me interessa, mas que é boa gente, honesta e sigilosa isso é verdade! Sei não porque tenha tido alguma coisa com eles mas porque são meus amigos e desabafam as suas aventuras já que sabem que não divulgo seja o que for dos meus amigos. Há pelo menos dois que até sou visita de suas casas e amigo das famílias.

 

- Era isso mesmo que precisava nesta altura de crise. Quanto ao sigilo está descansado, pois também não gosto que se saiba do que faço. Seria uma bronca lá no emprego e com a família.

- Também se soubesse que havia algum problema com algum dos meus amigos estavas lixado.

- Achas que tenho aspecto de bandido?

- Se achasse… não estávamos com esta conversa nem tínhamos iniciado este nosso relacionamento.

- Quer dizer que me vais apresentar alguns desses amigos?

- É só uma questão de lhes telefonar e dizer-lhes: “Que me dizes apresentar-te um jovem com quem podes curtir sem problemas?” Se concordarem e fornecer-lhes mais pormenores, dou-lhes o teu número de telefone e depois o resto é contigo.

- Há uma coisa que quero que saibas. Ninguém vai a minha casa nem vou a pensões rascas. Normalmente, vou a casa deles ou a um hotel já conhecido e que são de uma descrição total. Já lá tenho levado políticos e nunca houve problemas.

- Quer dizer!... És um prostituto fino……

 

Pedro riu-se… Com uma mão colocou-a em minha perna e com a outra segurou-me no queixo numa atitude de quem me vai beijar e segredou-me.

 

- Ainda vais ver quanto fino sou.

- Vamos mas é embora. Quando te telefonarem e disserem que é amigo no Nelson, já sabes que é meu recomendado.

- E tu não me vais telefonar? Gostava de estar contigo novamente.

- Pois. Pois… Logo se vê. Por agora já são quatro da manhã e o melhor é irmos para casa.

- Cada um para a sua!... é isso?

 

Ficámos por ali com a nossa conversa, abri a porta e sai sem antes ser eu a beija-lo como despedida.

 

Fim da I Parte

Para ler a II Parte e ver como tudo acabou clique (II Parte)

 

Qualquer semelhança com factos reais é mera coincidência, ou não! O geral ultrapassa a ficção

 

           Nelson Camacho D’Magoito

        “Contos ao sabor da imaginação”

             Para maiores de 18 anos

                 © Nelson Camacho
2014 (ao abrigo do código do direito de autor)

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