Terça-feira, 26 de Setembro de 2017

Um dia, num lar de idosos.

A última carta de uma idosa

Pouco antes de morrer, uma idosa escreveu quem ela era realmente. Quando ela partiu deste mundo, as suas cuidadoras encontraram uma carta que fez com que todas ficassem emudecidas sem palavras e de vergonha!

A carta dizia assim:

“O que é que vocês vêm, em enfermeiras? 
O que é que vocês vêm, em mim?
O que é que vocês pensam quando me olham?
Que sou uma velha rabugenta, não muito inteligente?
Com hábitos estranhos e olhar distante.
Aquela a quem a comida cai dos cantos dos lábios e nunca responde.
Aquela a quem dizem alto: ‘Pelo menos você podia tentar’.
A que parece não ter consciência das coisas que vocês fazem.
E que sempre se esquece de alguma coisa... A meia ou o sapato?
Aquela que, sem resistir, deixa que vocês façam o que querem.
Que passa grande parte dos seus dias numa sala olhando para a televisão.
Ou num quarto, a comer, sozinha.
É isso que vocês acham? É isso que vocês vêm?
Pois então, enfermeiras, abram os vossos olhos, vocês não me vêm.
Vou dizer-lhes quem eu sou, agora que estou sentada, fazendo o que vocês me dizem, e comendo o que vocês pedem...

Eu sou uma garota de 10 anos, com pai e mãe, irmãos e irmãs, que se amam.
Uma menina de 16 anos com asas nos pés, que sonha em breve encontrar o amor.
Uma noiva de 20 anos, com o coração aos saltos, recordando os votos que prometeu cumprir.
Com 25 anos já tem seus próprios filhos, que vai orientar e a quem vai ajudar a ter um lar seguro.
Uma mulher de 30 anos, cujos filhos crescem rápido, unidos com laços que devem durar.
Aos 40, os meus filhos jovens cresceram e se foram mas o meu marido está comigo para que eu não fique triste.
Aos 50, voltam a colocar bebés novamente no meu colo.
Eu e o meu amor voltámos a conhecer crianças...

Depois, dias negros se aproximam, o meu marido está morto.
Olho para o futuro, e estremeço, os meus filhos têm os seus próprios filhos, e penso nos anos e no amor que conheci.
Agora sou uma mulher velha. A natureza é terrível.
Eu rio da minha idade como uma idiota.
Quando me vejo ao espelho, não me reconheço.
O meu corpo está frágil. A graça e a força despedem-se. Agora só existe um músculo onde antes batia o coração. Mas dentro desta velha carcaça ainda vive uma jovem mulher, com saudade daquilo que foi.
E o meu coração maltratado, dói. Lembro-me das alegrias, lembro-me das tristezas. e vivo e amo todos os dias.
Penso nos anos, tão poucos e sei que foram tão rápido. Eu aceito o facto de que nada é para sempre.
Então, abram os vossos olhos. Abram bem, e vejam.
Não somos velhas resmungonas nem rabugentas.
Somos aquilo que vocês vão ser um dia, IDOSOS.
Olhem para mim mais de perto e vejam-me”. 

Esta história, é uma lição para todos nós. Um idoso tem passado, presente e FUTURO. Infelizmente, muita gente acha que eles são inúteis. Mas a verdade é que eles merecem muito respeito e toda a nossa atenção.
Depois de perderem aqueles que mais amam, os seus pais, irmãos, tios e até esposos, eles tiveram força de continuar a viver, pelos seus filhos e netos. 
E o que é que recebem em troca? Indiferença da família, amigos, e maus-tratos….

Se encontrou neste texto algo que fez mexer com os seus sentimentos ou um pouco da sua vida não se escuse de comentar. É livre de dizer o que pensa sobre o assunto.

Obrigado.

 

Qualquer semelhança com factos reais é mera coincidência, ou não! O geral ultrapassa a ficção

                  Nelson Camacho D’Magoito

        “DR. Contos ao sabor da imaginação” (312)

               Para todas as idades e credos

                     © Nelson Camacho
2017 (ao abrigo do código do direito de autor)

Estou com uma pica dos diabos: Triste
música que estou a ouvir: Ó Tempo volta p'ra trás
publicado por nelson camacho às 14:58
link do post | comentar | favorito

.No final quem sou?

.pesquisar

 

.Dezembro 2017

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
23
24
25
26
27
28
29
30
31

.posts recentes

. O Tempo antigo

. Afinal ele tinha outro!

. Que Deus lhe page

. A busca de ser importante...

. Palavras de Hitler

. Um dia, num lar de idosos...

. Eu era homofóbico

. A prostituição mora no Pa...

. Um amigo colorido

. Namorados

.arquivos

. Dezembro 2017

. Outubro 2017

. Setembro 2017

. Fevereiro 2017

. Janeiro 2017

. Outubro 2016

. Setembro 2016

. Agosto 2016

. Julho 2016

. Junho 2016

. Maio 2016

. Abril 2016

. Março 2016

. Fevereiro 2016

. Janeiro 2016

. Dezembro 2015

. Julho 2015

. Junho 2015

. Maio 2015

. Abril 2015

. Março 2015

. Fevereiro 2015

. Janeiro 2015

. Dezembro 2014

. Novembro 2014

. Outubro 2014

. Setembro 2014

. Agosto 2014

. Julho 2014

. Abril 2014

. Março 2014

. Fevereiro 2014

. Novembro 2013

. Outubro 2013

. Setembro 2013

. Agosto 2013

. Julho 2013

. Junho 2013

. Maio 2013

. Abril 2013

. Março 2013

. Fevereiro 2013

. Dezembro 2012

. Novembro 2012

. Outubro 2012

. Setembro 2012

. Agosto 2012

. Julho 2012

. Junho 2012

. Maio 2012

. Abril 2012

. Março 2012

. Fevereiro 2012

. Janeiro 2012

. Dezembro 2011

. Novembro 2011

. Outubro 2011

. Setembro 2011

. Janeiro 2009

. Novembro 2008

. Outubro 2008

. Setembro 2008

. Agosto 2008

. Julho 2008

. Junho 2008

. Maio 2008

. Abril 2008

. Março 2008

. Fevereiro 2008

. Janeiro 2008

. Dezembro 2007

. Novembro 2007

. Outubro 2007

.tags

. todas as tags

.favorito

. Sai do armário e mãe pede...

. Eurovisão

. Depois de "All-American B...

. Raptada por um sonho ...

. Crónica de um louco senti...

. Terminei o meu namoro!!‏

. Dois anjos sem asas...

. Parabéns FINALMENTE!!!!

. Guetos, porque não?

. “Porque razão é preciso t...

.Art. 13, n.º 2 da Constituição

Ninguém pode ser privilegiado, benificiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.
blogs SAPO

.subscrever feeds

Em destaque no SAPO Blogs
pub