Dizem que recordar é viver! Pois seja
Eram três da manhã de um sábado quando parei de debitar em meu computador frases que no seu conjunto nada mais era que ideias para prosseguir o livro que tenho entre mãos. Já tinha bebido tês ou quatro cafés e dois ou três whiskies e as ideias não saiam. Bebi mais um café, desliguei o computador e abri a minha caixa de recordações que estava mesmo ali ao pé. Comecei a desfolhar papéis e algumas fotografias. Havia uma que me despertou a atenção pois estava virada ao contrário e tinha o seguinte texto “ Para que nunca esqueças aos belos momentos que passámos” Tinha a data de Janeiro de 1997. Nunca tinha visto esta foto. Ficou na altura entre outras e papeis que guardei quando o romance acabou, porque essa coisa do “Para Sempre” é bastante efémero, - ainda há quem acredite – Aquele texto nas costas de uma foto era o exemplo acabado que tínhamos tido uma relação de reciprocidade amorosa quanto é difícil encontrar. Mas porquê voltar a lembrar-me dos meus tempos áureos? Mas porquê voltar com minha mente a esses tempos? Mas porque será que aquela pessoa escreveu aquele texto nas costas de uma fotografia que nunca tinha visto? Teria sido por gratidão? Raiva? Ou lamento por partir?
Eu conhecera aquela pessoa num dos meus passeios à beira mar. Começou por um pedido de lume para acender o cigarro e na manhã seguinte estávamos a tomar o pequeno-almoço a que se seguiu o almoço e depois o jantar durante vários anos. Esteve presente em festas, junto a família e emprego. Porque nem tudo é para sempre, um dia passou a ser saudade. Saudade a palavra mágica que sós os portugueses têm. É o nosso Fado!
Fechei a minha caixa de recordações e predispus-me a ir para a cama. Entrei no quarto e pelo caminho passando pela sala, lá estava uma fotografia dessa pessoa como a olhar para mim. Aqueles tempos tinham sido bons e cheios de felicidade. Fui para a cama mas meus pensamentos estavam em outro local e em outros temos. Como diria Elvis Presley no último Show da sua carreira em 1977 “My Way of life”
clicando aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=Z3udW9rZUIc
Para terminar este meu desabafo aqui fica um belo poema do meu amigo Fernando Campos de Castro.
DELIRIO
Que espelhos me arrastam para além de mim
Que vultos passeiam por entre os meus braços
Que gritos se ouvem nesta madrugada
Que desejos de tudo e sensações de nada
Me enchem os olhos de mortais cansaços
Que frios me acendem o corpo de medos
E nestes lençóis se enroscam de lama
Que olhos me fitam na vidraça fria
Que bocas murmuram um som de agonia
Às sombras que deito comigo na cama
Que mãos dilaceram soturnos silêncios
Numa dança de fogo riscando a parede
Que força violenta me leva à demência
Que corpos povoam esta minha ausência
E que vozes me queimam de febre e de sede
Que som será este… colossal… medonho … ?
Ai se ao menos viesse transversal o sono
Essa ponte suspensa que atravessa o limbo
E assim me levasse à doce lonjura
Do secreto caminho das planícies do sonho
Quando era menino…!
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Obrigada por me ler! Você estará sempre no meu coração
Nelson Camacho D’Magoito
“Contos ao sabor da imaginação”
de Nelson Camacho
Para maiores de 18 anos
© Nelson Camacho
2014 (ao abrigo do código do direito de autor)
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